• Mundo

    Friday, 27-Sep-2024 07:52:59 -03

    Morre aos 92 anos o presidente M�rio Soares, pai da democracia portuguesa

    DIOGO BERCITO
    DE MADRI

    07/01/2017 14h34 - Atualizado �s 22h22

    Jose Manuel Ribeiro - 5.jun.2009/Reuters
    FILE PHOTO: Mario Soares, founder of Portugal's Socialist Party and former prime minister and president, waves to supporters at the end of the final rally for the EU parliament elections in Lisbon June 5, 2009. REUTERS/Jose Manuel Ribeiro/File Photo ORG XMIT: RFM05
    O presidente de Portugal M�rio Soares, em foto durante evento em 2009

    M�rio Soares, presidente e primeiro-ministro de Portugal, morreu neste s�bado (7) em Lisboa aos 92 anos. Ele estava internado em estado grave desde 13 de dezembro. O motivo da morte ainda n�o foi divulgado pelos m�dicos ou pela fam�lia.

    Soares foi uma das figuras mais importantes da hist�ria recente portuguesa e participou de momentos-chave do pa�s, como a funda��o do Partido Socialista de Portugal e o combate ao regime de Ant�nio de Oliveira Salazar, que durou de 1933 a 1974.

    Figura controversa entre portugueses, ele nasceu em 1924 e formou-se em direito. Soares filiou-se ao Partido Comunista aos 18 anos, durante sua passagem pela universidade, mas deixou as fileiras poucos anos depois.

    Em 1964, o futuro presidente fundou a A��o Socialista, que seria o embri�o do futuro Partido Socialista. Ap�s repetidos atritos com o regime portugu�s, ele foi detido 12 vezes e expulso do pa�s. Ele foi levado a S�o Tom� e Pr�ncipe, na �poca col�nia de Portugal, antes de partir para o ex�lio na Fran�a.

    Soares voltou a Lisboa logo ap�s a Revolu��o dos Cravos, de 25 de abril de 1974, e � creditado por ter assentado as bases do que seria o Estado democr�tico portugu�s, de que � dito pai.

    Uma das cr�ticas mais frequentes ao ex-presidente foi como ele lidou com o processo de desmonte da coloniza��o portuguesa e como tratou do retorno de quase 500 mil cidad�os, parte deles restabelecidos precariamente.

    Soares foi eleito premi� do pa�s em 1976 —o primeiro governo constitucional— e em 1983 e � visto como um dos respons�veis pela ades�o do pa�s � institui��o que antecedeu a Uni�o Europeia, bloco econ�mico que ajudou a devolver Portugal ao cen�rio internacional. Sua contribui��o inclui, ainda, a amplia��o do ensino p�blico.

    Soares tornou-se presidente em 1986 e governou por dez anos. Ele concorreu para um terceiro mandato em 2006, mas n�o foi eleito, e desde ent�o afastou-se da pol�tica —apesar de ter mantido sua constante cr�tica aos seus sucessores.

    FUNERAL

    Na segunda (9), o corpo de Soares sair� em cortejo em Lisboa, passando pela pela casa onde morou, a C�mara de Lisboa e o Mosteiro dos Jer�nimos, onde ser� o vel�rio aberto ao p�blico. Agn�stico, ele n�o ser� velado em capela e tampouco haver� missa de corpo presente.

    No terceiro dia haver� uma cerim�nia com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa antes de o corpo ser enterrado no Cemit�rio dos Prazeres.

    Em nota, Rebelo de Sousa evocou os momentos hist�ricos de M�rio Soares, em especial a resist�ncia no ex�lio e a volta a Lisboa. "A sua causa foi sempre a liberdade. No que ele era decisivo sempre foi vencedor. Esteve dispon�vel para liderar o governo em dois momentos graves", disse.

    O primeiro-ministro, Ant�nio Costa, afirmou que Portugal perdeu "aquele que foi tantas vezes o rosto e a voz de nossa liberdade". "F�-lo contra a ditadura e com isso sofreu a pris�o, sofreu a deporta��o e sofreu o ex�lio."

    Costa decretou tr�s dias de luto nacional, mas n�o participar� do funeral por estar em visita de Estado � �ndia at� sexta. A decis�o recebeu o apoio do Minist�rio das Rela��es Exteriores.

    O n�o cancelamento da visita acaba evocando o pr�prio M�rio Soares. Ele n�o interrompeu uma visita � Hungria e � Holanda em 1989 quando seu filho, Jo�o, estava internado na UTI de um hospital sul-africano ap�s sofrer um acidente de avi�o em Angola.

    Com informa��es de S�o Paulo.

    Fale com a Reda��o - [email protected]

    Problemas no aplicativo? - [email protected]

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024