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    Confronto entre gangues faz disparar homic�dios em El Salvador

    SYLVIA COLOMBO
    DE S�O PAULO

    23/07/2016 02h00

    Apesar de a guerra civil ter terminado nos anos 1990, El Salvador vive novamente um dos momentos mais violentos de sua hist�ria. Desta vez, o confronto � entre gangues formadas nos EUA por imigrantes fugidos do conflito em seu pa�s natal.

    Deportados em massa de volta para a Am�rica Central durante a gest�o Bill Clinton (1993-2001) formaram as agrupa��es Mara Salvatrucha (MS-13) e Barrio-18.

    Desde ent�o, as duas fac��es vivem um confronto que ultrapassa fronteiras e soma mais de 70 mil membros em El Salvador, Honduras e Guatemala -pa�ses cujos �ndices de homic�dios est�o entre os mais altos do mundo.

    Jose Cabezas - 8 jul. 2016 /Reuters
    Membros de gangue presos pela pol�cia por homic�dio e terrorismo em San Salvador
    Membros de gangue presos pela pol�cia por homic�dio e terrorismo em San Salvador

    O rastro de viol�ncia e sangue deixado por elas � a principal motiva��o citada pelos imigrantes que cruzam a fronteira dos EUA, legal e ilegalmente, todos os dias.

    Apesar de se tratar de um problema de mais de 20 anos, o conflito vem se acirrando desde 2014, quando uma tentativa de estabelecer tr�gua entre os dois bandos, mediada pelo governo, falhou. A taxa de homic�dios do pa�s foi, ent�o, para as alturas.

    Com apenas 6,3 milh�es de habitantes, El Salvador passou a ter um assassinato por hora durante os meses entre junho e agosto de 2015, por exemplo.

    A partir da�, a taxa oficial de mortos se estabilizou em mais de cem homic�dios para cada 100 mil habitantes, um recorde na regi�o. Hoje, trata-se de um dos lugares mais violentos do mundo depois das zonas consideradas efetivamente em guerra.

    As estimativas oficiais indicam que mais de metade do territ�rio esteja sob influ�ncia desses grupos, que al�m das mortes por disputa de territ�rio, extorquem comerciantes, fazendeiros e transportadores de mercadorias.

    Paralelamente, as gangues desenvolveram uma esp�cie de marca com muito apelo � juventude.

    Seus integrantes t�m o corpo coberto de tatuagens, al�m de identificarem-se tamb�m com um conjunto de m�sicas e de �cones populares jovens.

    FAROL

    Em meio � turbulenta viol�ncia do pa�s, um meio jornal�stico vem se destacando por dar publicidade �s atrocidades ocorridas em territ�rio salvadorenho.

    Trata-se do site "El Faro", vencedor do pr�mio de excel�ncia da Fundaci�n Nuevo Periodismo, criada por Gabriel Garc�a M�rquez, na edi��o deste ano.

    Um de seus jornalistas, �scar Mart�nez, autor de dois livros sobre imigra��o e viol�ncia na regi�o, tamb�m ganhou, na semana passada, o prestigiado pr�mio Maria Moors Cabot, da Universidade Columbia, de Nova York.

    "Aqui em El Salvador ningu�m comenta nossos pr�mios. Eles n�o s�o not�cia em nenhum meio, o que d� a medida da seriedade da nossa situa��o", disse � Folha um dos fundadores do site, o jornalista Carlos Dada.

    "Mas eu fico feliz de saber que a repercuss�o internacional tem sido grande, e isso � importante para que a realidade seja conhecida."

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