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    Crise dos m�sseis e a��o na Ba�a dos Porcos marcam Era Kennedy

    DA AFP, EM WASHINGTON

    19/11/2013 22h00

    O presidente John Fitzgerald Kennedy liderou sua na��o no momento em que Cuba levou a tens�o da Guerra Fria at� a soleira dos Estados Unidos e deixou como legado 50 anos de rela��es congeladas entre Washington e Havana.

    Da invas�o � Ba�a dos Porcos, em 1961, at� a Crise dos M�sseis, em 1962, os americanos estiveram em estado de alerta total com a amea�a comunista cada vez mais pr�xima e concreta de lan�amento de ogivas nucleares.

    Embora Kennedy seja associado � invas�o e � crise subsequente, foram seu predecessor Dwight Eisenhower e o ent�o diretor da Ag�ncia Central de Intelig�ncia americana (CIA), Allen Dulles, que formularam planos para uma interven��o militar por parte de cubanos exilados.

    A chamada invas�o � Ba�a dos Porcos seria o gatilho para a dram�tica crise. Ap�s assumir a Casa Branca, em janeiro de 1961, Kennedy deu sinal verde para o plano, sob a condi��o de que n�o envolvesse presen�a americana direta em campo.

    Depois de serem treinados na Guatemala, cerca de 1.400 cubanos exilados desembarcaram, em 17 de abril de 1961, nas praias da Ba�a dos Procos, menos de 200 quil�metros ao sudeste de Havana. O objetivo final era deter o l�der Fidel Castro e derrubar seu governo.

    A invas�o foi um desastre completo por terra e pelo ar. Bombardeiros americanos lan�aram um ataque ineficiente, enquanto jatos T-33 usados por Fidel atingiram dois bombardeiros americanos B-26. Quatro pilotos morreram.

    VAZAMENTO

    O ataque surpresa em solo foi facilmente frustrado depois dos vazamentos desses planos para Cuba, e milhares de milicianos liderados por Fidel "saudaram" as for�as invasoras. Uma luta acirrada durou dois dias at� que os exilados cubanos jogaram a toalha em 19 de abril.

    O saldo das fileiras invasoras foi de 1.189 prisioneiros e 107 mortos, contra as 161 v�timas fatais nas for�as castristas.

    Os detentos foram exibidos na televis�o. Cinco oficiais foram executados, e nove condenados a 30 anos de pris�o. Os demais conseguiram ser libertados em dezembro de 1962, em troca de US$ 53 milh�es para comida e rem�dios.

    "A invas�o foi um dos maiores erros estrat�gicos dos Estados Unidos no s�culo XX, refor�ando o controle de Castro sobre Cuba, garantindo a perman�ncia de sua revolu��o e ajudando a dirigi-lo para o lado sovi�tico", afirmou o historiador Richard Gott.

    No ano seguinte, a Crise dos M�sseis demonstraria, claramente, a for�a da rela��o de Cuba com a extinta Uni�o Sovi�tica.

    PRESS�O SOBRE CUBA

    Em fevereiro, Washington apertou o embargo econ�mico contra Cuba, e a CIA continuou a elaborar planos anticastristas para desestabilizar Cuba dentro da Opera��o "Mongoose" (Mangusto, em portugu�s).

    Diante disso, Fidel se volta para Moscou para garantir prote��o, e um encantado Nikita Krushchev consegue convenc�-lo de que m�sseis fixados nos Estados Unidos seriam um melhor elemento de dissuas�o do que um acordo militar. Em outubro de 1962, avi�es espi�es americanos localizam novos m�sseis.

    N�o podendo tolerar a presen�a de um arsenal nuclear sovi�tico a apenas 150 quil�metros do solo americano, Kennedy alertou Krushchev sobre a possibilidade de um ataque iminente, se os armamentos n�o fossem removidos.

    A Crise dos M�sseis atingiu seu �pice de tens�o entre 14 e 27 de outubro, com pico no dia 22, quando Washington determinou um bloqueio naval a Cuba e a mobiliza��o de 140 mil homens. J� Castro mobilizou um efetivo de 400 mil, no caso de uma invas�o americana.

    Sem consultar o l�der cubano, em 28 de outubro, Krushchev recuou e concordou com a remo��o dos m�sseis, sob a condi��o de os Estados Unidos n�o invadirem Cuba. Tamb�m secretamente, Moscou negociou a retirada de m�sseis americanos da Turquia.

    O acordo prejudicou os planos de Fidel, que inclu�am negociar o fim do embargo americano � ilha, assim como das atividades anticastristas; a interrup��o das viola��es do espa�o a�reo; e o fechamento da base militar americana na ba�a de Guant�namo.

    Os Estados Unidos n�o conseguiram evitar, por�m, que Cuba e a ent�o URSS mantivessem uma parceria por quase 30 anos, depois que Washington abandonou suas ambi��es militares em rela��o � ilha.

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