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    Dono de hotel de luxo em Mumbai havia sido avisado sobre amea�a terrorista

    da Folha Online

    30/11/2008 09h24

    O empres�rio indiano Ratan Tata, presidente do Grupo Tata, propriet�rio do hotel de luxo Taj Mahal Palace, de Mumbai (�ndia), havia sido alertado sobre uma amea�a terrorista contra seu empreendimento e, por isso, havia determinado que a seguran�a fosse refor�ada, revelou o pr�prio Tata em entrevista � rede de TV CNN que ser� exibida neste domingo.

    De acordo com o empres�rio, as medidas extras de seguran�a foram suspensas pouco antes de um grupo de terroristas atacar o local com tiros e granadas e manter centenas de pessoas ref�ns, na noite de quarta-feira (26). Naquele mesmo momento, terroristas tamb�m atacavam outros pontos famosos de Mumbai --a capital financeira da �ndia-- como outro hotel, o Oberoi Trident, e o Caf� Leopold, popular entre turistas e entre gente de Bollywood --a ind�stria cinematogr�fica indiana.

    Gautam Singh/AP
    Ratan Tata, propriet�rio do hotel Taj Mahal, diz que ataques n�o podiam ser evitados
    Ratan Tata, propriet�rio do hotel Taj Mahal, diz que ataques n�o podiam ser evitados

    Nos dois dias que seguiram os atentados, os terroristas mantiveram centenas de pessoas ref�ns dos hot�is atacados. Os ref�ns foram soltos na sexta-feira (28), com o conflito com terroristas s� terminou s�bado (29), mas a morte dos �ltimos tr�s que resistiam dentro do Taj. Entre quarta e sexta houve ref�ns tamb�m no centro judaico Chabad Lubavitch, onde todos os ref�ns --cerca de seis-- acabaram mortos.

    No total, ao menos 195 pessoas morreram e cerca de 300 ficaram feridas.

    "� ir�nico que tiv�ssemos tal alerta [contra amea�as terroristas] e que tenhamos tomado algumas provid�ncias", disse o dono do Taj. "Eu penso na seguran�a que t�nhamos... e ela n�o poderia ter impedido o que aconteceu", continuou. O empres�rio n�o descreveu quais medidas tinham sido adotadas, mas citou a interdi��o de um estacionamento pr�ximo do pr�dio, o que obrigava todos a passar por detector de metais antes de chegar � porta.

    Saurabh Das/AP
    O hotel Taj Mahal Palace, de 105 anos, no s�bado, depois de as for�as de seguran�a terem retomado controle
    O hotel Taj Mahal Palace, de 105 anos, no s�bado, depois de as for�as de seguran�a terem retomado controle

    Conforme o empres�rio, testemunhas do ataque informaram que os terroristas, no entanto, n�o chegaram pela porta principal, mas pelos fundos. "Eles sabiam o que estavam fazendo, tanto que n�o vieram pela frente. Todo o nosso aparato fica na frente." "Eu acredito que eles, primeiro, mataram um c�o farejador e seu tratador e, da�, entraram pela cozinha", afirmou.

    Tata confirma acreditar que os terroristas tenham estudado a planta e a rotina do hotel, antes de atacar. "Eles pareciam conhecer [o hotel] � noite ou de dia. Eles pareciam ter estudado os seus movimentos muito bem, parecia haver muito planejamento."

    Na entrevista � CNN, Tata criticou a infra-estrutura indiana e disse que os bombeiros levaram tr�s horas para levar �gua ao Taj, que pegava fogo por causa das granadas de m�o lan�adas pelos terroristas. "Tivemos pessoas que morreram por tiros que atravessaram seus coletes a prova de balas", afirmou o empres�rio.

    Tata afirmou que os indianos t�m sido "complacentes" em rela��o � seguran�a porque nunca tinham sofrido "esse tipo de terrorismo" e que, agora, � preciso procurar os melhores da �rea para "ganhar experi�ncia". "Ao inv�s de sucumbir a esse tipo de terror, precisamos entender que ningu�m pode fazer isso conosco." "Estamos indignados, mas n�o estamos assustados."

    Investiga��es

    Conforme o jornal indiano "Times of India", apenas um homem foi preso suspeito de participar dos atentados. Trata-se do paquistan�s Mohammad Ajmal Mohammad Amin Kasab, que deve ficar preso ao menos at� o pr�ximo dia 11 de dezembro.

    Investiga��es preliminares da pol�cia indicam que Kasab chegou a Mumbai com ao menos outros dez comparsas de barco. Na seq��ncia, eles se dividiram e, com aproximadamente 6.200 r�pias indianas cada um (menos de R$ 300), foram de t�xi aos pontos que deveriam atacar. Kasab foi preso na pr�pria quarta-feira, ao lado de um homem que foi identificado como Ismail Khan e que morreu baleado em confronto com policiais.

    Kasab dever� ser acusado de ter matado tr�s altos oficiais da institui��o assassinados nos atentados: Hemant Karkare, o chefe do esquadr�o antiterrorismo, Vijay Salaskar, consultor de seguran�a, e o comiss�rio de pol�cia Ashok Kamte.

    Paquist�o

    Desde os atentados, diversas autoridades indianas foram a p�blico afirmar que os terroristas eram estrangeiros e que acreditam trata-se de paquistaneses. O Paquist�o nega a liga��o de cidad�os com o caso e j� ofereceu ajuda nas investiga��es. H� ainda boatos de que parte dos terroristas mortos fossem brit�nicos, o que tamb�m � investigado.

    Logo depois dos ataques, um desconhecido grupo isl�mico chamado Mujahedin de Deccan (Deccan � um planalto no sul da �ndia) enviou e-mails � imprensa local assumindo a autoria dos atentados. Para especialistas, por�m, o nome � uma fachada.

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