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    Newton da Costa, um l�gico em busca da quase-verdade

    FERNANDO TADEU MORAES
    ilustra��o FELIPPE MORAES

    25/12/2016 02h01

    RESUMO Reconhecido internacionalmente por ter desenvolvido a l�gica paraconsistente, o curitibano Newton da Costa, talvez o mais destacado brasileiro no campo da filosofia e da l�gica, fala nesta entrevista sobre sua carreira e a continuidade de seus esfor�os no esclarecimento do que � o conhecimento cient�fico.

    Felippe Moraes

    Aos 87 anos, o l�gico e fil�sofo Newton Carneiro Affonso da Costa n�o cogita parar de pesquisar e de ensinar: "Se me tirarem isso, v�o me tirar tudo".

    Mais intimidado pela envergadura de da Costa como pensador do que impressionado pelo seu vigor intelectual, este rep�rter reencontra seu antigo mestre –foi seu orientando no mestrado at� 2011– para uma conversa de cerca de duas horas. H� seis d�cadas, o pesquisador dedica-se integralmente � constru��o de uma obra que, para muitos, � a mais relevante da filosofia brasileira.

    Caio Cezar/Folhapress
    Newton da Costa
    Newton da Costa

    Autor de t�tulos de refer�ncia como "Ensaio sobre os Fundamentos da L�gica" (Hucitec) e "O Conhecimento Cient�fico" (Fapesp), ele � tamb�m o criador da chamada l�gica paraconsistente, teoria considerada como um dos maiores desenvolvimentos no campo da l�gica na segunda metade do s�culo 20.

    Nascido em 1929, em Curitiba, Newton da Costa fez toda a sua carreira dentro de universidades brasileiras, embora tenha passado por institui��es de Austr�lia, Fran�a, EUA, Pol�nia, It�lia, Argentina, M�xico e Peru como professor visitante ou pesquisador.

    Inicialmente, trabalhou na Universidade Federal do Paran�, onde tamb�m se formou e fez doutorado. Transferiu-se para a Universidade de S�o Paulo no final dos anos 1960, tendo lecionado primeiro no Instituto de Matem�tica e Estat�stica e, depois, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ci�ncias Humanas –sempre como professor titular.

    Aposentado e cansado de S�o Paulo, mudou-se com a companheira de seis d�cadas, Neusa, para Florian�polis, onde moram dois de seus tr�s filhos. Desde 2002, � professor volunt�rio no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina e ministra toda semana um semin�rio para a p�s-gradua��o. Concomitantemente, mant�m sua pesquisa –atualmente voltada para os fundamentos da mec�nica qu�ntica–, publicando nas mais importantes revistas de filosofia do mundo.

    Da Costa � reconhecido sobretudo pelo desenvolvimento de um tipo de l�gica diferente da cl�ssica, a paraconsistente, hoje amplamente estudada. Seu trabalho, em resumo, p�e em xeque o princ�pio da n�o contradi��o –segundo o qual uma senten�a qualquer e sua nega��o n�o podem ser ambas verdadeiras–, um dos pilares da l�gica cl�ssica.

    O fil�sofo paranaense mostrou que � poss�vel construir sistemas l�gicos que admitam contradi��es sem por isso se tornarem triviais, isto �, sem que a verdade e a falsidade se tornem indistingu�veis dentro deles. Suas ideias, divulgadas em mais de 250 trabalhos, estendem-se para a filosofia da ci�ncia, a filosofia da f�sica, as teorias da verdade, os fundamentos da matem�tica, a economia, a teoria da computa��o e o direito, entre outros campos.

    Apesar da abrang�ncia e da import�ncia de sua obra, o professor afirma que gostaria de deixar como legado sobretudo dois tra�os que, segundo ele, pautaram sua jornada intelectual: a independ�ncia de esp�rito e a autocr�tica.

    *

    Como era o ambiente intelectual na sua casa, durante a inf�ncia e a adolesc�ncia?

    Newton da Costa - Eu tive muita sorte, pois minha m�e era professora de franc�s. Com ela eu li v�rios autores franceses, e come�ou uma grande admira��o pela filosofia, pela literatura e pela Fran�a em geral. Convivi muito tamb�m com duas tias, uma que era professora de ingl�s, e outra de hist�ria da m�sica, que me ensinaram muita coisa nesses campos. Houve ainda a influ�ncia do meu tio Milton Carneiro, que era professor na Federal do Paran�. Ele foi uma verdadeira mola propulsora para mim.

    Por qu�?

    Ele tinha uma biblioteca impressionante e me incentivou a pensar e a ler filosofia. Quando eu completei 15 anos, ele me chamou para almo�ar e, durante a refei��o, me perguntou: "Newton, voc� � capaz de provar que existe?". Eu disse, "bom, eu estou aqui, ent�o eu existo". Ele me respondeu, "isso pode ser sonho". A� eu digo, "penso, logo existo", e ele, "isso mostra que existe pensamento", e assim foi indo. Ent�o eu percebi que, na verdade, voc� n�o pode provar que existe. A exist�ncia � uma coisa contingente. A� come�ou o meu interesse por filosofia e, depois, pela matem�tica.

    E, no entanto, o senhor primeiro foi estudar engenharia civil. Por qu�?

    Eu gostava de matem�tica. Na �poca, pareceu-me que a escola de engenharia tinha mais possibilidades de me oferecer alguma coisa. J� existia a faculdade de matem�tica, mas os professores ganhavam muito mal. Ent�o optei pela engenharia, mas quando cheguei ao terceiro ano, j� n�o queria saber de engenharia. No fim das contas, o curso serviu para algumas coisas, como mostrar aplica��es da matem�tica. Hoje, no entanto, eu teria entrado diretamente, como depois fiz, no curso de matem�tica.

    Como foi no curso de matem�tica?

    Na matem�tica foi diferente. No in�cio dos anos 1950, estava no Paran� o professor Jo�o Remy Teixeira Freire, um portugu�s que conhecia bem matem�tica, e ficamos muito amigos. Ele me colocou em contato com matem�ticos de S�o Paulo e do exterior, e foi o impulso final que fez com que eu me dedicasse exclusivamente � l�gica, � matem�tica e � filosofia.

    No in�cio dos anos 1960, o senhor se tornou professor da Universidade Federal do Paran�. Como era o ambiente acad�mico naquela �poca?

    A Universidade do Paran�, naquele momento, era uma escola que ensinava, mas n�o havia pesquisa. E o pior era que, com algumas exce��es, a maioria dos professores n�o tinha consci�ncia do que significava uma universidade. Ent�o eu me esfor�ava enormemente em fazer alguma coisa pela institui��o, mas chegou um ponto em que percebi que n�o era poss�vel, que se eu quisesse ficar no Brasil, a �nica possibilidade era ir para S�o Paulo.

    Por que S�o Paulo?

    Ah, l� o ambiente era totalmente diferente. A Universidade de S�o Paulo sistematicamente entrava em contato com pesquisadores de outros centros, havia gente de outros pa�ses e realmente se fazia pesquisa matem�tica por l�.

    Na USP, o senhor passou primeiro pelo Instituto de Matem�tica e Estat�stica e, depois, pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ci�ncias Humanas. Como foi a sua experi�ncia nesses locais?

    No Instituto de Matem�tica, minha conviv�ncia com alguns colegas era muito boa, mas com outros havia certo atrito. Ali�s, at� hoje, quando converso com gente de l�, dizem que � uma brigalhada. Uma vez, eu fui convidado para ir � Pol�nia para ajudar na produ��o de um n�mero de uma revista em minha homenagem. Quando voltei, alguns colegas acharam ruim, porque eu vivia viajando para receber pr�mios e fazer confer�ncias, e criaram um problema enorme para mim. Essa foi uma das raz�es pelas quais eu me aposentei e sa� do IME. Fui para os Estados Unidos. Depois de um per�odo, a Marilena Chaui e o Jo�o Paulo Gomes Monteiro me convidaram para voltar ao Brasil para criar um grupo de l�gica na filosofia da USP.

    Na filosofia foi melhor?

    Muito melhor, totalmente diferente, porque l� ningu�m se metia na vida do outro. Eu conseguia fazer o que queria: trabalhar, produzir e publicar.

    E depois o senhor veio parar em Florian�polis...

    A vida estava muito dif�cil em S�o Paulo. O dia a dia era complicado; o tr�nsito, horr�vel. Grandes amigos, como Edison Farah, haviam morrido. E como meus filhos viviam aqui e alguns ex-alunos eram professores por aqui, ap�s me aposentar, resolvi vir.

    Gosta daqui?

    Muito. Aqui, pelo menos, voc� tem vida. Porque em S�o Paulo... Eu estive l� recentemente, at� atravessar uma rua � complicado.

    O senhor gosta de m�sica, literatura?

    Sempre adorei m�sica, mas, lastimavelmente, apenas m�sica de um certo tipo. N�o aprecio m�sica popular, talvez por falta de gosto. Considero genial as coisas feitas por Chopin, Beethoven, Bach... Cheguei a estudar m�sica e composi��o, mas nunca fiz nada. Quando eu estou meio deprimido, uma coisa que me faz muito bem � escutar m�sica cl�ssica, sobretudo, dos rom�nticos alem�es, como Mendelssohn e Schumann.

    E literatura?

    Gosto muito, sobretudo da literatura francesa, Victor Hugo, [Paul] Val�ry, por exemplo. J� li muita coisa e at� cheguei a compor alguns versos.

    O senhor tamb�m escreve poesia?

    Eu escrevo por uma esp�cie de for�a interior. Sempre achei que, por meio de ci�ncia, matem�tica, l�gica, voc� s� vai at� certo ponto. Se quiser ir al�m disso, tem de ser de outro modo. Para mim, a parte art�stica preenche um v�cuo. Mas eu s� publiquei um trabalho [assinado com um pseud�nimo], por insist�ncia de um amigo. Eu adoro poesia como uma sa�da, um complemento da ci�ncia e da filosofia.

    Com 87 anos, o senhor continua dando aulas e produzindo artigos. Como explica esse vigor?

    N�o tem muita explica��o. Quando eu n�o puder fazer mais essas coisas, a� sim eu morri. Eu fico entusiasmado quando consigo ajudar algu�m. � uma distra��o, me faz bem. Se me tirarem isso, v�o me tirar tudo.

    O senhor sente os efeitos da passagem do tempo sobre o seu intelecto, sobre a sua criatividade?

    A mem�ria eu sinto que vem caindo. O vigor tamb�m diminuiu. Fisicamente eu sinto que a coisa est� cada vez pior, mas a parte intelectual, no sentido de ter senso cr�tico, continua intacta. Eu percebo que minhas aulas n�o s�o como eram quando eu era mais jovem, mas, mesmo assim, ainda sinto que posso transmitir ideias, coisas novas.

    Quais foram os fil�sofos que mais o influenciaram?

    Acredito que o fil�sofo que mais li e que mais me influenciou foi Bertrand Russell, sobretudo pela sua atitude, sempre rebelde, embora sua obra seja grandiosa.

    Outros s�o [Rudolf] Carnap, Marcel Guillaume, [Willard van Orman] Quine, de quem eu era amigo. Tenho uma grande admira��o tamb�m por dois fil�sofos, ambos assassinados pelos alem�es na Segunda Guerra, Jean Cavaill�s e Albert Lautman, al�m de [L�on] Brunschvicg, de [Henri] Poincar� e [Federigo] Enriques. Mas isso n�o quer dizer que eu aceite "ipsis litteris" todas as coisas que esses pensadores fizeram ou escreveram. Todos esses fil�sofos me influenciaram muito, mas n�o no sentido de eu ser um filhote deles, por assim dizer, algu�m que siga suas ideias.

    Essa n�o � a maneira mais sensata de exercer influ�ncia. Voc� deve dar as diretrizes, chamar a aten��o para grandes problemas, o resto � com os outros. Detesto esse neg�cio de cabresto. Nunca fui conduzido e nem quero conduzir ningu�m assim.

    Quanto � sua obra, o sr. � conhecido sobretudo pelo desenvolvimento da l�gica paraconsistente. Considera-a seu trabalho mais importante?

    Pelo menos � o que mais sacudiu as pessoas. Hoje em dia, falar de l�gica paraconsistente � uma coisa meio pac�fica, mas no come�o a situa��o era muito diferente. Lembro que, enquanto ainda estava no Paran�, comentei sobre a l�gica paraconsistente com um padre, que era professor da universidade, e ele me disse que achava que eu estava ficando maluco. De fato, na �poca, era algo quase impens�vel. Hoje, o desenvolvimento da l�gica paraconsistente � uma loucura, com aplica��es em controle de tr�fego a�reo, medicina, economia, por exemplo. H� umas hist�rias engra�adas do come�o da l�gica paraconsistente.

    Poderia contar alguma?

    Um dos meus grandes amigos, Jayme Machado Cardoso, professor de geometria, uma vez me disse que achava que a l�gica paraconsistente era uma grande tapea��o. Quando meus primeiros trabalhos come�aram a sair na Academia de Ci�ncias de Paris, fui mostrar para o Jayme. Ele ent�o me disse: "Newton, eu tiro o chap�u para voc�. Para tapear nesse n�vel, voc� tem que ser muito inteligente!".

    Que outros trabalhos o sr. destacaria na sua carreira?

    Outro trabalho importante, que vem logo em seguida, � a teoria da quase-verdade. Muitas pessoas pensam que a ci�ncia busca a verdade, mas n�o � isso. Voc� a busca, mas nunca a atinge. Ent�o vamos deixar de lado um pouco a verdade e dizer que a ci�ncia, sobretudo no caso da f�sica, busca a quase-verdade. Ela busca teorias que salvam as apar�ncias. No fundo, tudo se passa como se determinada teoria fosse verdadeira naquele dom�nio de aplica��o. A mec�nica cl�ssica de Newton n�o � verdadeira, pois a mec�nica relativ�stica de Einstein � mais precisa. Mas muita gente ainda usa a mec�nica cl�ssica, sobretudo engenheiros, para fazer avi�es e pontes, pois a mec�nica cl�ssica funciona bem nesses casos, ela � quase-verdadeira.

    E no que o sr. vem trabalhando nos �ltimos tempos?

    Hoje eu trabalho com fundamentos da mec�nica qu�ntica, inclusive com um grupo de pesquisadores da Argentina, e tenho publicado sistematicamente nessa �rea. Estamos tentando entender o significado da mec�nica qu�ntica, uma teoria completamente fora das normas usuais da f�sica cl�ssica, e de modo especial, a teoria qu�ntica de campos.

    Acha que sua obra � mais conhecida fora do Brasil do que aqui dentro? Ressente-se disso?

    � dif�cil dizer, mas tenho a impress�o que sim. N�o [me ressinto], porque esse desconhecimento se d� com rela��o a quase todas as coisas boas feitas em ci�ncia e filosofia no Brasil.

    H� algum problema que resume as suas reflex�es filos�ficas?

    Uma quest�o que me acompanha desde o come�o � a pergunta "o que � o conhecimento?", especialmente o conhecimento cient�fico. � o problema da minha vida.

    O senhor chegou a uma conclus�o?

    Entendo o conhecimento cient�fico como uma atividade de busca da quase-verdade. Uma busca racional da quase-verdade, de acordo com uma l�gica. Essas verdades parciais, daqui a um tempo, talvez se transformem em verdades, mas isso � outro problema.

    Que legado gostaria de deixar para a filosofia brasileira?

    Mais do que as minhas obras, eu gostaria de deixar o meu exemplo como legado. Que a pessoa trabalhe e erre por conta pr�pria, ou seja, que tenha independ�ncia de esp�rito, e acho que essa � tamb�m a mensagem de Russell. Independ�ncia de esp�rito e autocr�tica s�o as coisas mais importantes que existem para o pensamento. A filosofia consiste em investigar, investigar, investigar e provavelmente nunca chegar � certeza absoluta de nada.

    Um destino tr�gico, n�o?

    Mas a vida toda � tr�gica. Quando voc� chegar na minha idade, vai ver: mesmo com quase 90 anos, n�o sei o que � a vida. N�o sei nem por que estou aqui.

    Mudando de assunto, como v�, de maneira geral, a pesquisa em filosofia feita no Brasil?

    A minha impress�o � que n�o se faz filosofia propriamente no Brasil, e acho que vai demorar bastante para isso acontecer. Aqui se faz sobretudo exegese. A pesquisa � muito concentrada em autores, na exegese de alguns fil�sofos.

    No come�o, o argumento era o de que todo estudante de filosofia deve fazer a exegese de algum autor para depois pensar sozinho, mas, pelo menos em l�gica e filosofia da ci�ncia, isso n�o faz sentido. Voc� pode fazer grandes contribui��es sem precisar estudar [Karl] Popper, por exemplo. E aqui, pior ainda, n�o se tem o h�bito de publicar nem em espanhol. N�o se v� praticamente nada em ingl�s. Assim, mesmo se a pessoa fizer um grande trabalho, ningu�m vai saber se ela s� publicar em portugu�s.

    Qual � a raz�o disso?

    N�o sei, o Brasil tem essa tend�ncia hist�rica de focar na hist�ria da filosofia. Essa parte vai bem por aqui, h� pessoas que fizeram coisas muito bonitas nesse campo. Mas n�o h� muito incentivo para o pensamento independente. Parece que o Brasil, desde que foi descoberto, vive de reflexos, e n�o de produzir luz pr�pria. Esse, por�m, � um problema da Am�rica Latina inteira, e mesmo nos Estados Unidos, o m�ximo que eles fizeram l� de novidade foi o pragmatismo, com [William] James, [Charles] Peirce. � dif�cil voc� transformar isso aqui numa Alemanha, � enrolado. Precisaria mudar tudo, a come�ar pelas nossas universidades.

    Como acha que a forma��o universit�ria em filosofia no Brasil deveria ser?

    Na minha �rea, pelo menos, de l�gica e filosofia da ci�ncia, precisa mudar completamente. � preciso que o aluno tenha logo bons cursos de l�gica, alguns cursos de matem�tica e de f�sica. Ou talvez separar. Na Inglaterra, se n�o me engano, em alguns lugares voc� faz uma divis�o entre aqueles que se interessam por filosofia da ci�ncia e coisas correlatas, os que se interessam por �tica, os [entusiastas] da metaf�sica, os da est�tica etc. Assim voc� prepara melhor a pessoa. Como voc� vai falar de mec�nica qu�ntica se voc� n�o conhece isso? O complicado aqui no Brasil � que voc� v� gente que se intitula fil�sofo da f�sica e n�o sabe f�sica. � uma coisa no m�nimo estranha.

    O que � fazer filosofia para o sr.?

    Significa produzir, nas �reas usualmente consideradas partes da filosofia, como est�tica, �tica, l�gica e fundamentos da ci�ncia, ideias originais. E elas precisam existir, o que quer dizer, ser publicadas e estar abertas � discuss�o e � cr�tica.

    O sr. gosta de ser chamado de fil�sofo?

    Gosto de ser chamado de l�gico e fil�sofo da ci�ncia. � isso que eu sou.

    FERNANDO TADEU MORAES, 32, � jornalista da Folha.

    FELIPPE MORAES, 28, artista, pesquisador e curador, � fundador do projeto Humanitarian Art Research Platform, que orienta a pesquisa visual de artistas refugiados de S�ria, Congo e Col�mbia.

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