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    Ap�s isolamento do l�der, Fleet Foxes se re�ne para novo �lbum

    DAVID PEISNER
    DE DO "THE NEW YORK TIMES", EM SEATTLE

    12/06/2017 02h00

    De janeiro a mar�o de 2013, o l�der da banda Fleet Foxes, Robin Pecknold, morou sozinho em uma casinha em Port Townsend, uma cidade varrida pelo vento, a duas horas de Seattle. A cidade costuma se esvaziar no inverno, frio e g�lido. Ele dedicava seus dias a um curso de marcenaria, com �nfase em t�cnicas tradicionais de artesanato e ferramentas manuais. Quase toda noite, fazia longas corridas pelas colinas, ruas e marinas.

    � um lugar curioso para encontrar o vocalista e �nico compositor de uma das mais bem sucedidas bandas de indie rock dos �ltimos dez anos.

    Os dois primeiros �lbuns de folk-rock meticuloso e expansivo venderam mais de 2 milh�es de c�pias pelo mundo. Mas a vida de Pecknold se complicou nas grava��es de "Helplessness Blues", �lbum indicado ao Grammy em 2011.

    Seu foco obsessivo no projeto e constante questionamento de suas motiva��es e valor pessoal ajudaram a criar m�sica sedutora, mas ao mesmo tempo garantiram uma vida t�xica para ele.

    Kyle Johnson/The New York Times
    Robin Pecknold, l�der do grupo de indie rock Fleet Foxes
    Robin Pecknold, l�der do grupo de indie rock Fleet Foxes

    Na faixa t�tulo, �pica e introspectiva, canta que preferiria "ser uma engrenagem funcional em alguma grande maquinaria que sirva a alguma coisa al�m de mim", e admite que "n�o sei o que ser� isso/ Mas um dia desses apare�o de novo", com uma resposta.

    Quando o novo disco do Fleet Foxes, "Crack-Up", for lan�ado, em 16/6, mais de seis anos ter�o se passado desde "Helplessness Blues". A banda volta com um �lbum de peso, ambicioso, can��es constru�das sobre as melodias de dedilhado complexo nas guitarras e as harmonias vocais m�ltiplas que foram pe�as chaves em trabalhos anteriores.

    Em um momento no qual o indie rock parece cada vez mais marginalizado na cultura, "Crack-Up" � uma declara��o art�stica desafiadora, que ousa se sentir importante.

    Skye Skjelset, guitarrista do Fleet Foxes, e Robin Pecknold criaram o grupo quando eram adolescentes. N�o estava claro que haveria um novo �lbum. "N�o sabia que a demora seria t�o longa. Terminei por aceitar o fato de que a banda tinha acabado", disse Skjelset.

    As sementes do longo hiato foram plantadas durante a grava��o de "Helplessness Blues". O l�der estava obcecado em empregar sua vis�o, e tratava os colegas como pouco mais que acompanhantes. O resto de sua vida desmoronou. Terminou com a namorada e passou por "uma crise de identidade prematura".

    Depois da turn�, o baterista Josh Tillmnan deixou a banda. Ao "Guardian" disse sobre seus dias finais no Fleet Foxes, que "todos come�amos a odiar uns aos outros. Muitas l�grimas foram derramadas".

    O t�tulo faz refer�ncia obl�qua a "The Crack-Up", ensaio que F. Scott Fitzgerald publicou em 1936 descrevendo sua crise existencial. Pecknold viu rela��es com a sua sombra.

    "Eu estava tentando descobrir coisas novas de que gostar", diz. O ensaio de Fitzgerald "era exatamente sobre isso –a necessidade de criar raz�es pessoais para viver".

    Tradu��o de PAULO MIGLIACCI

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