Os cedros, as montanhas nevadas, os desfiladeiros m�sticos e silenciosos. O cen�rio ao redor da vila de Bcharre, no norte do L�bano, viu nascer h� 130 anos Khalil Gibran.
Uma exposi��o em S�o Paulo celebra a data e mostra um lado menos conhecido do escritor, fil�sofo e poeta, autor de "O Profeta".
S�o 52 pinturas --�leo sobre tela, aquarela, giz e carv�o sobre papel--, documentos, cartas e manuscritos pertencentes ao Museu Gibran, no L�bano. O conjunto � exposto pela primeira vez na Am�rica do Sul.
Desde seu lan�amento, em 1923, "O Profeta" enfileirou tradu��es e viveu ondas de popularidade.
"Foi um livro important�ssimo para mim. Depois, li muitos outros de Gibran e nenhum me decepcionou", diz Paulo Coelho, que visitou o pequeno museu em homenagem ao autor quando foi ao L�bano, em 1996.
"Sua obra permanece mais atual que nunca. Sempre que posso, posto textos de Gibran no meu blog e nos jornais onde escrevo", diz Coelho.
Parte da mostra guarda rela��o com Mary Haskell, amiga �ntima de Gibran. Na correspond�ncia com a norte-americana --traduzida e adaptada por Coelho no livro "As Cartas de Amor do Profeta"--, Gibran falava de sua vida e das pinturas que vinha fazendo.
"Espero que sempre pinte retratos que fa�am as pessoas verem outros retratos al�m da margem esquerda ou direita. Quero que todos eles sejam o in�cio de um retrato n�o vis�vel", escreveu Gibran a Haskell em 29 de outubro de 1911.
Paulo Daniel Farah, diretor da BibliASPA (Biblioteca e Centro de Pesquisa Am�rica do Sul-Pa�ses �rabes) e professor de estudos �rabes e isl�micos da USP, aponta Gibran como fonte de inspira��o desde a inf�ncia, quando sua fam�lia lia a obra do liban�s em voz alta e, em seguida, discorria sobre os ensinamentos ali contidos.
AUTOR EMIGRANTE
"A obra de Gibran � um exemplo importante de Adab al-Mahjar, a literatura produzida por �rabes na emigra��o, tema de disciplina que ministro na p�s-gradua��o da USP", diz Farah.
Para ele, que atualmente organiza uma cole��o de livros de Gibran em portugu�s, a obra demonstra "como o ex�lio pode favorecer a cria��o
liter�ria".
Lody Brais, presidente da Associa��o Cultural Brasil-L�bano, que organiza a exposi��o em S�o Paulo, destaca o uso das par�bolas de Gibran por George Bush, John Kennedy e John Lennon.
"Acho 'O Profeta' um livro atemporal e que serve para todas as pessoas. A pessoa que o leu h� cem anos e outra que o ler hoje v�o sentir a mesma emo��o. No mundo atual, o livro � ainda mais necess�rio. Ele enriquece o esp�rito", diz.
KHALIL GIBRAN 130 ANOS
QUANDO de ter. a dom., das 9h �s 18h (at� 26/6)
ONDE Sal�o de Atos do Memorial da Am�rica Latina (av. Auro Soares de Moura Andrade, 664)
QUANTO gr�tis
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