O brasileiro desconhece as doen�as cardiovasculares como principal causa de morte no pa�s. Para a maioria da popula��o, o c�ncer (59%) e a Aids (17%) matam mais.
� o que revela pesquisa Datafolha, feita a pedido do Instituto Oncoguia, que verificou o conhecimento da popula��o sobre o c�ncer, seus fatores de risco e a preven��o.
Segunda causa de mortalidade, o c�ncer � respons�vel por 17% das mortes. J� as doen�as do aparelho circulat�rio, como derrame e infarto, respondem por 31%.
Foram entrevistadas 2.571 pessoas em todas as regi�es do pa�s. A margem de erro � de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
"Subestimar a mortalidade pelas doen�as cardiovasculares � um forte sinal indireto da nossa m� qualidade de sa�de", diz Angelo de Paola, professor titular de cardiologia da Unifesp (Universidade Federal de S�o Paulo).
Para ele, a desinforma��o � maior entre o p�blico feminino, que teme o c�ncer ginecol�gico, mas n�o as doen�as do cora��o, que s�o as que mais matam as mulheres.
Alex Argozino/Editoria de Arte/Folhapress | ||
Ao mesmo tempo que supervalorizam a mortalidade por c�ncer, as pessoas desconhecem fatores de risco importantes associados a ele.
A infec��o pelo v�rus HPV, que causa o segundo tumor que mais mata as mulheres, o de colo uterino, aparece em s�tima coloca��o em uma lista de 12 fatores de risco.
O tabagismo, associado ao c�ncer de pulm�o, lidera a lista. A obesidade e o sedentarismo, relacionados a at� 40% casos de c�ncer, tamb�m n�o s�o reconhecidos pela popula��o como fatores que predisp�em ao c�ncer. Aparecem em pen�ltimo e antepen�ltimo lugar, respectivamente, na pesquisa.
"� impressionante como a falta de informa��o est� disseminada, independentemente do grau de escolaridade, classe econ�mica, regi�o ou faixa et�ria", afirma o oncologista Rafael Kaliks, diretor cient�fico do Oncoguia.
Para ele, � importante que as pessoas saibam da rela��o direta entre o HPV e o c�ncer do colo uterino e outros at� para que os pais n�o titubeiem na hora de vacinar suas filhas contra o v�rus, agora que a imuniza��o ser� oferecida na rede p�blica, a partir do ano que vem, para meninas de 11 a 13 anos.
O caso da obesidade e do sedentarismo � ainda mais gritante, segundo Kaliks.
"Com 50% da popula��o acima do peso, esses fatores de risco passaram a ser ainda mais importantes do que o tabagismo, que afeta hoje 15% dos brasileiros. N�o s� para o c�ncer como tamb�m para as doen�as cardiovasculares", afirma o m�dico.
Para ele, s�o necess�rias campanhas p�blicas de promo��o � sa�de mais agressivas. "Temos que come�ar nas escolas", diz ele.