• Equil�brio e Sa�de

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    M�dicos divergem sobre papel do sal no aumento da press�o

    JULIANA VINES
    DE S�O PAULO

    19/05/2011 10h37

    A rela��o entre o alto consumo de sal e o risco de press�o alta foi questionada por uma pesquisa publicada no "Journal of the American Medical Association".

    Comer menos sal n�o reduz riscos card�acos, diz estudo

    Segundo os autores do estudo, da Universidade de Leuven, na B�lgica, quem come mais sal n�o tem mais risco de ter hipertens�o ou doen�a cardiovascular.

    E mais: o baixo consumo de s�dio foi associado a um maior risco para o cora��o.

    "Nossos achados refutam as estimativas que dizem que vidas s�o salvas e custos de sa�de s�o reduzidos com um menor consumo de sal", dizem os autores, na conclus�o.

    A afirma��o gerou rea��es entre especialistas e, no �ltimo s�bado, o peri�dico "Lancet" publicou um editorial questionando o trabalho "Esse estudo pouco contribui para a compreens�o da doen�a", diz o texto.

    A pesquisa belga mediu a quantidade de s�dio na urina de 3.681 pessoas e acompanhou a incid�ncia de doen�a cardiovascular nos volunt�rios por sete anos.

    Segundo o cardiologista Marcus Bol�var Malachias, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, esse n�o � o primeiro estudo que mostra uma correla��o fraca entre sal e hipertens�o.

    "J� existem autores que afirmam que o sal n�o � o fator mais importante. Hoje, a obesidade talvez seja um fator mais grave do que o sal."

    Ivan Luiz/Arte

    MULTIFATORIAL

    A hipertens�o tem muitas causas: altera��es no batimento card�aco, na parede das art�rias ou no funcionamento dos rins, por exemplo.

    O estilo de vida tamb�m est� relacionado � doen�a. M� alimenta��o, sedentarismo, obesidade, fumo e estresse s�o alguns gatilhos.

    A ingest�o de s�dio � mais um deles. A subst�ncia, que est� no sal de cozinha e tamb�m em alimentos industrializados, � fundamental para o equil�brio de l�quidos.

    Segundo o nutr�logo Durval Ribas Filho, da Abran (Associa��o Brasileira de Nutrologia), cada pessoa e cada popula��o t�m uma sensibilidade diferente ao s�dio.

    "Cerca de 50% das pessoas s�o mais sens�veis. Como n�o h� como saber quais s�o, � melhor que todos reduzam o consumo."

    Especialistas recomendam a ingest�o m�xima de 5 g de sal por dia ou 2 g de s�dio.

    A restri��o total tamb�m n�o � ben�fica, de acordo com Luiz Aparecido Bortolotto, cardiologista do InCor.

    "Ingerir menos do que 2 g pode ativar processos inflamat�rios e aumentar o risco cardiovascular. H� uma rela��o com a aterosclerose."

    Para o cardiologista Celso Amodeo, do HCor, a pesquisa belga � sensacionalista.

    "Existe uma briga muito grande em torno do s�dio. Esse estudo fez poucas dosagens de sal, e os grupos de pacientes analisados eram homog�neos demais."

    O fato de as idades e as nacionalidades dos volunt�rios serem pr�ximas impede que as conclus�es sejam generalizadas, segundo Amodeo "A press�o aumenta com a idade. Existe uma rela��o direta entre hipertens�o e casos de derrame e infarto."

    ALIMENTOS TER�O AT� 30% MENOS S�DIO

    A ind�stria brasileira vai reduzir o teor de s�dio em 16 categorias de alimentos a partir de 2012. Massas instant�neas, p�es e bisnagas ser�o os primeiros a ter redu��o de at� 30% do ingrediente at� 2014. O compromisso foi firmado com o Minist�rio da Sa�de, em abril.

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