• Cotidiano

    Wednesday, 10-Jul-2024 03:49:47 -03

    Esta��o da Luz j� tinha sido devastada por um inc�ndio em 1946; veja fotos

    EDUARDO GERAQUE
    PATRICIA PAMPLONA
    DE S�O PAULO

    21/12/2015 20h24

    O inc�ndio que atingiu o Museu da L�ngua Portuguesa na tarde desta segunda-feira (21) n�o foi o primeiro na hist�ria do tradicional pr�dio paulistano.

    Na madrugada de 6 de novembro de 1946, �s 2h15, o fogo irrompeu no pr�dio e foi necess�ria a mobiliza��o de todos os recursos do Corpo de Bombeiros, conforme a Folha noticiou na capa do jornal "Folha da Manh�" daquele dia.

    Fotos do dia seguinte ao inc�ndio mostravam a torre principal da esta��o, "envolta em densa fumarada e sob os jactos d'�gua da mangueira levada at� ao alto pela escada Magirus", como escreveu a Folha na �poca. O rel�gio original, na torre maior, tamb�m sucumbiu.

    A reportagem relata que, na �poca, a escassez de �gua dificultou o trabalho do Corpo de Bombeiros. "Os bombeiros viam seus esfor�os quase anulados pela escassez e �gua", dizia a mat�ria.

    O inc�ndio de 1946 marcou o decl�nio da edifica��o. Segundo relatos da �poca, a causa fogo pode ter sido criminosa. O fogo surgiu de madrugada, dois dias antes de terminar a concess�o dada pelo governo paulista � companhia inglesa SP Railway, que administrava o local. Por isso, a administra��o da esta��o da Luz voltaria ao governo. As chamas consumiram os documentos da SP Railway.

    A HIST�RIA DA ESTA��O

    Constru�da para ser a grande porta de entrada da cidade, por onde passaria o caf� do interior e os imigrantes vindos de Santos, a esta��o da Luz, muito semelhante a atual, existe desde 1902. Uma outra, modesta, funcionava no mesmo espa�o desde 1867.

    "O que veio da Europa, desmontado, era o teto de a�o. Os tijolos, por exemplo, foram feitos aqui, em olarias que a pr�pria SP Railway incentivava que fossem feitas", diz o arquiteto L�cio Gomes Machado, professor da FAU.

    Apesar da influ�ncia inglesa na arquitetura do pr�dio, o estilo ecl�tico do projeto era bastante usual para a �poca. "Ele acabou sendo incorporado pela alta burguesia paulistana aqui na cidade", afirma Gomes Machado.

    Ap�s o inc�ndio de 1946, coube ao governo federal reconstruir as �reas destru�das pelas chamas.

    A partir dos anos 1950, com o incentivo dado ao transporte por autom�vel, e at� ao setor a�reo, as ferrovias de passageiros de longa dist�ncia ca�ram no ostracismo.

    O percurso que antes ligava Santos a Jundia�, passaria a ser cada vez menos atraente. No in�cio dos anos 1990 os trens deixaram, em definitivo, de descer a serra.

    O pr�dio da esta��o da Luz passou a ser desgastado pela a��o do tempo, mesmo ap�s o seu tombamento pelo patrim�nio hist�rico, em 1982.

    Em 1994, a CPTM assumiu a administra��o da esta��o e seus trens de passageiros passaram a servir moradores da Grande S�o Paulo.

    No in�cio dos anos 2000, uma reforma foi feita em todo o complexo, incluindo uma �rea da esta��o que estava abandonada e sem uso e que futuramente recebeu o Museu da L�ngua Portuguesa.

    As fachadas passaram por um minucioso trabalho de restaura��o. At� as cores foram estudadas e escolhidas para remeter � arquitetura original do local.

    Junto com a forma, a fun��o da esta��o n�o foi esquecida, afirma Gomes Machado. Isso porque, hoje nos subterr�neos da Luz, se unem os trens suburbanos e duas linhas de Metr� de S�o Paulo, por onde passam mais de 200 mil pessoas todos os dias.

    Fale com a Reda��o - [email protected]

    Problemas no aplicativo? - [email protected]

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024