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    Com proibi��o � doula, m�e cogita dispensar pai na hora do parto

    GIOVANNA BALOGH
    ANDR� MONTEIRO
    DE S�O PAULO

    25/01/2013 05h00

    Gr�vida de nove meses, uma professora de 34 anos, que pediu para ter seu nome preservado, cogita abrir m�o do marido na sala de parto caso haja restri��o � sua doula --mulheres com experi�ncia em maternidade que d�o assist�ncia a gr�vidas antes, durante e ap�s o parto. A medida vem recebendo cr�ticas de gestantes.

    Duas grandes maternidades de S�o Paulo, Santa Joana e Pro Matre Paulista decidiram restringir a entrada de doulas. A nova norma permite apenas uma pessoa na sala de parto. Assim, gr�vidas que entraram ontem em contato com os hospitais, que t�m a mesma dire��o, foram informadas de que ter�o de abrir m�o da presen�a do marido.

    A mudan�a teve in�cio na segunda-feira. Segundo o grupo que controla os dois hospitais, a medida "visa manter os menores �ndices de infec��o hospitalar das maternidades, priorizando a sa�de da m�e e do beb�".

    A professora ter� o segundo filho na Pro Matre e pretende estar ao lado da doula para conseguir o parto normal. Na primeira gesta��o, ela teve uma ces�rea eletiva (agendada).

    "Ainda tenho esperan�a de conseguir a doula, pois tenho autoriza��o enviada [antes do comunicado] por e-mail pelo hospital", diz. "S� que na hora do meu parto ser� uma loteria. Era para eu estar tranquila, mas estou uma pilha sem saber como ser� meu parto."

    Para Rosiane Mattar, da Sogesp (Associa��o de Ginecologia e Obstetr�cia de S�o Paulo) e professora da Unifesp, n�o h� consenso sobre as doulas. A aceita��o depende de como cada m�dico trabalha.

    Em seu caso, as experi�ncias foram positivas, principalmente na ajuda � respira��o da parturiente. "Em termos m�dicos, n�o aumenta o risco de infec��o, n�o atrapalha em nada", diz, lembrando que todos devem adotar as medidas padr�es de assepsia.

    Mariana de Mesquita, 33, da Adosp (Associa��o de Doulas de S�o Paulo), afirma que o motivo da restri��o � que os hospitais querem a ces�rea, j� que, com a atua��o da doula, h� maior chance de o parto ser normal --mais imprevis�vel.

    "Querem restringir uma profissional que orienta a mulher e melhora o atendimento", diz. "Doula n�o � acompanhante familiar, faz parte da equipe multidisciplinar do parto."

    A obstetriz Ana Cristina Duarte, 47, critica a decis�o dos hospitais. "Eles t�m taxas alt�ssimas de ces�reas agendadas, que s�o mais lucrativas. Nada justifica proibir doulas."

    At� outubro, segundo o Minist�rio da Sa�de, foram feitos 9.859 partos na Pro Matre e 12.541 no Santa Joana, mais de 90% deles ces�reas.

    Outros grandes hospitais paulistanos t�m pol�ticas distintas para doulas. O Santa Catarina permite que elas acompanhem as m�es no parto, al�m do marido. No S�o Luiz, s�o admitidas desde que cadastradas previamente. J� no Albert Einstein, s�o liberadas apenas no pr�-parto e n�o podem ir ao centro obst�trico.
    A Adosp organiza um protesto contra a restri��o, no dia 3. Estimativas apontam que h� 2.000 doulas no pa�s.

    OUTRO LADO

    O Grupo Santa Joana, que controla as maternidades Santa Joana e Pro Matre Paulista, em S�o Paulo, informou, por meio de nota, que n�o pro�be a entrada de doulas na sala do parto.

    Disse que, desde a segunda-feira passada, permite apenas a entrada de um acompanhante no centro obst�trico, ou seja, a gestante poder� escolher entre a doula e o pai do beb�, por exemplo.

    Segundo o grupo, a medida "visa manter os menores �ndices de infec��o hospitalar das maternidades, priorizando a sa�de da m�e e do beb�".

    O texto informa ainda que o �ndice de infe��o hospitalar da institui��o � 0,3%, "o que � baix�ssimo se comparado � m�dia nacional de 2,8%, isto �, nove vezes menor que a m�dia nacional".

    Marcelo Justo/Folhapress
    Gr�vida de nove meses diz que cogita abrir m�o do marido na hora do parto para ter a presen�a da doula
    Gr�vida de nove meses diz que cogita abrir m�o do marido na hora do parto para ter a presen�a da doula

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