Pedro Ladeira - 11.jul.17/Folhapress | ||
O presidente Michel Temer no Pal�cio do Planalto |
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Colunistas
Tuesday, 17-Sep-2024 23:00:10 -03Ronaldo Caiado
Temer virou um prisioneiro palaciano, sem condi��es de andar pelas ruas
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29/07/2017 02h00
Em pol�tica, como em tudo o mais, as oportunidades n�o se repetem. O presidente Michel Temer, lamentavelmente, perdeu a sua.
Quando assumiu, antes mesmo de consumado o impeachment, n�o soube captar a expectativa de mudan�a que moveu a sociedade e levou multid�es in�ditas �s ruas de todo o pa�s.
O Brasil pedia uma mudan�a radical nos padr�es morais e administrativos.
Tirar Dilma Rousseff sem remover todo o aparato predat�rio que a cercava —39 minist�rios, mais de 100 mil cargos comissionados, al�m de toda a pr�tica fisiol�gica da Era PT— foi trocar seis por meia d�zia.
A popula��o n�o caiu no engodo.
E eis que, um ano depois, e n�o por acaso, o presidente Temer exibe a mesma impopularidade que sua antecessora: rejei��o de 95% da popula��o. E os motivos s�o os mesmos: corrup��o, m� gest�o do Or�amento, insensibilidade � agenda da sociedade.
� imposs�vel governar o pa�s cedendo �s corpora��es e ao apetite voraz de uma base parlamentar de 26 partidos. N�o h� como atend�-los e, simultaneamente, atender �s verdadeiras prioridades do pa�s.
Foi, por�m, o que o presidente fez desde o in�cio, quando cedeu � press�o corporativa, dando aumento � c�pula dos tr�s Poderes, que, al�m de desfrutar de estabilidade, aufere os maiores sal�rios do Estado. Enquanto isso, o contingente de desempregados passou de 12 milh�es para 14 milh�es em um ano.
E o enredo se repete: falta dinheiro at� para o combust�vel dos ve�culos da Pol�cia Rodovi�ria, mas o presidente, cuja prioridade � manter-se no cargo, libera, em menos de um m�s, nada menos que R$ 3,8 bilh�es em emendas parlamentares.
Precisa afagar sua base para rejeitar a den�ncia de corrup��o passiva da Procuradoria-Geral da Rep�blica.
At� nisso, lembra os dias finais de Dilma, quando Lula fez-se operador da presidente, distribuindo verbas e cargos, na tentativa de impedir o impeachment. Se Temer tivesse assumido a agenda da sociedade, teria a legitimidade que s� ela � capaz de proporcionar. Optou, por�m, por outra maioria: a congressual.
E selou o seu destino. Sem dinheiro em caixa para as concess�es que continua fazendo, compromete o �nico segmento que ainda exibia resultados razo�veis: a economia. J� n�o exibe, e isso o leva a a��es nefastas, como as mais recentes.
Em uma, pressionou o STF a que restabelecesse as contribui��es do Funrural, punindo o agroneg�cio, setor sustent�culo da economia; em outra, aumentou impostos.
N�o conseguindo cumprir a meta or�ament�ria de 2017 —um deficit de R$ 139 bilh�es—, aumentou o PIS e o Cofins dos combust�veis, desprezando o prazo legal de 90 dias para que entrasse em vigor.
Mais uma vez, o povo paga a conta, sem a garantia de que ela ser� efetivamente paga, j� que o governo n�o descarta novos aumentos de impostos.
O presidente n�o percebeu que, para impor sacrif�cios ao povo, carece de autoridade moral. Ao optar pela maioria congressual, tornou-se ref�m de sua base. N�o cumpriu o compromisso de enxugar a Esplanada dos Minist�rios, reduzindo-a a 15 pastas, ocupadas por gente qualificada moral e tecnicamente. Manteve a m�quina inchada e aparelhada.
A excel�ncia que buscou na �rea econ�mica comprometeu-a com a desqualifica��o de seu entorno pol�tico, em grande parte investigada na Lava Jato.
O resultado a� est�: denunciado pela PGR por corrup��o passiva e associado a figuras execr�veis como os irm�os Batista, tornou-se um prisioneiro palaciano, sem condi��es de andar pelas ruas do pa�s.
A resposta vir� pelas urnas, se o povo tiver paci�ncia de aguard�-las. Infelizmente, 2018 est� muito longe
� senador pelo DEM-GO.
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