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    Ronaldo Caiado

    Mandato � concess�o dos eleitores, e n�o direito de propriedade

    17/12/2016 02h00

    Alan Marques/Folhapress
    Brasilia,DF,Brasil - 27.nov.2016 - Coletiva de imprensa com o Presidente da Republica Michel Temer, Presidente do Senado Renan Calheiros e o Presidente da camara dos deputados Rodrigo Maia Foto:Alan Marques/Folhapress
    Coletiva de imprensa com Michel Temer, Renan Calheiros e Rodrigo Maia

    Credibilidade � palavra-chave em pol�tica. Sem ela, n�o se governa. E o panorama presente do Brasil confirma essa assertiva: Poderes em conflito interno e com os demais, cada qual buscando um jeito de escapar �s den�ncias incessantes de corrup��o.

    S�o as mais variadas poss�veis e atingem o Estado em seu conjunto: tr�fico de influ�ncia, roubo, obras superfaturadas, sal�rios exorbitantes, acima do teto constitucional, obstru��o de Justi�a etc.

    E o resultado � o que vemos: a impossibilidade de obter da sociedade apoio a reformas indispens�veis, que, impondo sacrif�cios, reclamam sua ades�o. Entre outras, a previdenci�ria, a trabalhista e a tribut�ria. A PEC do teto dos gastos p�blicos, j� aprovada na C�mara e no Senado, n�o ser� suficiente para recolocar a economia nos trilhos e faz�-la crescer novamente.

    O PT a arruinou, indo da destrui��o da Petrobras e de outras estatais � rapina dos fundos de pens�o, lesando aposentados e vi�vas. Lula, Dilma e amigos desviaram bilh�es, em prol de um projeto criminoso de perpetua��o no poder, ora exposto pela Justi�a.

    Mas o impeachment de Dilma Rousseff s� aconteceu porque a popula��o brasileira, indignada com tantos esc�ndalos, foi �s ruas e deu o seu recado: Presid�ncia da Rep�blica, Congresso e Esplanada dos Minist�rios n�o podem se transformar em trincheira de portadores de prontu�rios. Essa senten�a dep�s o PT.

    Consumado o impeachment, �, pois, intoler�vel que o quadro se mantenha. N�o basta apresentar propostas econ�micas; � preciso autoridade moral para implement�-las. E n�o a temos.

    O Congresso est� na berlinda, alvo de dela��es que atingem algumas de suas figuras mais graduadas. E o pr�prio presidente da Rep�blica vem dando sinais de queda livre no quesito credibilidade.

    At� aqui, apenas descrevo uma realidade, assim como um m�dico examina uma radiografia. Provocado nesta semana a me manifestar sobre esse quadro, propus elei��es imediatas no �mbito federal: para presidente da Rep�blica, deputados e senadores.

    S� com a renova��o do ambiente pol�tico, por meio da participa��o direta da sociedade, ser� poss�vel engaj�-la num projeto de reformas profundas e de longo prazo. � hora de um gesto maior do presidente, convocando um recall, por meio de uma proposta de emenda � Constitui��o, antecipando as elei��es.

    Mandato n�o � direito de propriedade; � concess�o dos eleitores. E eles tem dado reiteradas manifesta��es de que n�o confiam em seus atuais representantes. Com novas elei��es, tem-se a oportunidade de levar aos eleitores propostas e estrat�gias de longo prazo, sem as quais n�o se governa.

    A crise reclama a��es r�pidas e contundentes. N�o � poss�vel planejar o futuro, consertar erros do governo que derrubamos e restabelecer a confian�a no futuro ostentando um contencioso com a Justi�a. Governabilidade depende hoje menos de apoio num�rico de votos no Congresso que do apoio das ruas.

    A paralisia administrativa decorrente da falta de credibilidade agrava a crise e estimula for�as obscurantistas rec�m-derrotadas, que investem no caos e no retrocesso.

    Os pol�ticos de verdadeiro esp�rito p�blico –e os h�, em maioria– n�o devem recear as urnas. N�o h� mais espa�o para o populismo, que levou � ru�na diversos governos latino-americanos, permitindo que maus gestores chegassem � Presid�ncia da Rep�blica.

    N�o h� democracia sem pol�ticos dignos desse nome. E s�o eles que devem cumprir a miss�o incontorn�vel de sanear a vida p�blica, reconciliando-a com a popula��o.

    ronaldo caiado

    � senador pelo DEM-GO.
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