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    Ronaldo Caiado

    Impeachment ganha for�a

    27/02/2016 02h00

    Os n�meros atestam. N�o se trata de opini�o, ideologia ou sensacionalismo. A crise n�o � "marolinha", nem vai embora se nos convencermos de que est� tudo bem, como Lula e o PT sugerem em sua propaganda partid�ria. A oposi��o n�o seguir� o conselho do ex-presidente. N�o vamos mentir para a popula��o brasileira: a situa��o � grave e ainda n�o h� perspectiva na �rea econ�mica.

    O PT criou uma situa��o de mais de 9 milh�es de desempregados, enquanto um ano antes a marca era de 6,5 milh�es. O poder de compra do sal�rio m�dio caiu de R$ 2.167,6 em 2014 para R$ 2.044,2 em 2015 –uma retra��o de 5,7%, em um processo que ainda n�o terminou. A taxa de desocupa��o entre jovens (18 a 24 anos) passou de 10,5%, que j� � alta, para espantosos 16,5% no ano passado. E o PT quer elevar nossa esperan�a com propaganda?

    O Brasil hoje possui grau "especulativo" das ag�ncias de avalia��o de risco. A consequ�ncia � a fuga de investimentos. O PT no poder minou as oportunidades de crescimento e gera��o de emprego e renda. E Lula n�o quer que falemos em crise para n�o quebrar a estima do brasileiro?

    � importante ressaltar que a tentativa de ofuscar a crise tamb�m segue uma t�tica de sobreviv�ncia do PT. N�o h� fator externo, desastre clim�tico, guerras ou conflitos civis que expliquem essa recess�o. A crise � do PT. De suas pr�ticas, escolhas e principalmente da dilapida��o do patrim�nio p�blico para sustentar o caixa de um projeto de poder que, hoje sabemos, transcende as fronteiras nacionais e se alastra por outros pa�ses.

    At� o grave caso da epidemia do v�rus da zika –tamb�m obra da neglig�ncia do poder p�blico com pesquisa e preven��o– se tornou instrumento para a comunica��o estrat�gica do governo. O problema � usado para fins midi�ticos, com muito jingle, frases de efeito, ministros pateticamente vistoriando pneus velhos, mas pouca a��o.

    Em 2014, o Or�amento federal para o controle do Aedes Aegypti dispunha de R$ 10 milh�es e somente R$ 5,9 milh�es foram executados (59%). Em 2015, estavam dispon�veis R$ 124 milh�es e foram executados meros R$ 17 milh�es (13,7%). Entre 2012 e 2016, o or�amento para saneamento b�sico caiu 85%.

    Al�m dos �ndices que j� beiram o caos, outros dois fatores incentivaram o brasileiro a acreditar novamente na sa�da de Dilma: a pris�o de Jo�o Santana, marqueteiro e homem forte do Planalto, e o exemplo dado por nossos vizinhos argentinos.

    A Lava Jato chegou ao gabinete da presidente Dilma. Ind�cios para a cassa��o da chapa da presidente n�o faltam. Enquanto isso, na Argentina, em pouco mais de dois meses, o presidente Mauricio Macri conseguiu fortalecer as institui��es, atrair investidores e colocar o pa�s na rota do crescimento. Tudo isso s� foi poss�vel por causa da credibilidade de que ele desfruta e da consci�ncia de que um pa�s n�o pode ser ref�m de ideologias. Ao ver tudo isso, a sociedade brasileira entendeu que n�o � se calando ou esperando o mandato de Dilma acabar que os problemas ser�o resolvidos.

    Sem sa�da, o governo tenta enredar a oposi��o com o argumento de que devemos apoiar suas iniciativas, o que significaria apoiar o Brasil. A oposi��o n�o cair� nessa artimanha e se constituir em s�cia de medidas equivocadas, como � o caso da CPMF.

    A oposi��o apoia o Brasil e sabe que o lado a tomar � o do povo, nas ruas, no dia 13 de mar�o, quando est� marcada mais uma mobiliza��o nacional. Pela primeira vez, toda a oposi��o vai apoiar oficialmente o movimento que tem como mote algo bem simb�lico: ou voc� vai para a rua ou Dilma fica.

    ronaldo caiado

    � senador pelo DEM-GO.
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