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    Ronaldo Caiado

    A porta certa para o impeachment

    30/01/2016 02h00

    Nem a tradicional calmaria do recesso parlamentar no in�cio do ano aliviou a sequ�ncia de fatos negativos gerados pelas crises econ�mica e pol�tica. N�o bastasse isso, o governo sinaliza dar os mesmos passos equivocados que nos trouxeram at� aqui.

    Se em 2014 houve o pren�ncio da crise e em 2015 o estabelecimento da recess�o, 2016 j� est� se configurando como um ano de agravamento dos sintomas decorrentes desse mal. A infla��o de dois d�gitos ressurgiu em janeiro com o patamar elevad�ssimo. No mercado de trabalho, come�amos o per�odo com 1,5 milh�o a menos de empregos, com queda no valor dos sal�rios. Isso tudo no discurso populista do governo Dilma se tornou motivo de comemora��o porque "as conquistas dos trabalhadores n�o foram destru�das".

    O cen�rio de ingovernabilidade tamb�m persiste, embora mais uma vez o Pal�cio do Planalto tente vender a ideia de que o pior momento j� passou. Sem apoio dos setores produtivos, da popula��o e muito menos do Congresso, a tentativa de recriar uma CPMF � pura fic��o.

    O governo aposta todas as suas fichas para equilibrar as contas p�blicas na recria��o do imposto, embora mal possua base para passar o assunto nas comiss�es antes de ir a plen�rio. Ainda assim, ide�logos e marqueteiros se organizam para tentar vender uma campanha de que a CPMF ser� um "imposto sobre os ricos", o que n�o faz o menor sentido –n�o que isso importe para eles.

    Agora insiste em medidas de cr�dito com taxas favorecidas e expans�o da despesa p�blica. A velha ladainha de que a amplia��o dos gastos atrairia mais investidores, fato que j� � errado por si s�, mas se torna ainda mais inver�dico porque ningu�m vai querer investir em um pa�s que somente em um ano cai sete posi��es no ranking de corrup��o e segue sob o controle da mesma organiza��o criminosa desbaratada.

    Por outro lado, os c�es de guarda do partido, sob a tutela da "vivalma mais honesta do pa�s", ajustaram o alvo para atacar as institui��es democr�ticas do pa�s via Opera��o Lava Jato. Nada menos republicano, nada menos ofensivo ao Estado, nada menos desesperado. As investiga��es j� est�o t�o pr�ximas do ex-presidente que j� batem na porta do vizinho –literalmente.

    Ao tentar desqualificar Justi�a Federal, Pol�cia Federal e Minist�rio P�blico, a �nica coisa que Lula e sua turma conseguem � assegurar que as investiga��es est�o indo no rumo certo. Quanto mais chiadeira do PT, mais pr�ximo estamos de chegar ao n�cleo central dessa quadrilha.

    E Dilma ainda fala em di�logo com a oposi��o. Sabemos do pensamento intransigente de uma presidente que s� cede quando � encurralada pela milit�ncia bolivariana do PT, que volta e meia tenta dar seus pitacos na pol�tica econ�mica levando a uma situa��o a qual nem o Joaquim Levy aguentou. A oposi��o e demais formadores de opini�o sempre apontaram caminhos, mas Dilma escolheu o sentido oposto e rotulou todos de "pessimistas".

    O que 7 em cada 10 brasileiros j� sinalizam de forma muito clara � que n�o d� mais aceitar o lulopetismo comandando o pa�s. O Congresso volta na segunda-feira (1�) mais sob press�o do que em dezembro. Se a Justi�a afasta a chapa do governador do Amazonas, Jos� Melo, por compra de votos, a de Dilma, com todas as den�ncias e provas, n�o � sequer julgada.

    Manter o governo Dilma/Lula � se curvar a uma quadrilha que se apoderou do poder. O processo de impeachment deve correr em paralelo � evolu��o das investiga��es. Basta a Pol�cia Federal bater na porta certa que o clamor popular dar� conta de levar o recado ao Congresso.

    ronaldo caiado

    � senador pelo DEM-GO.
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