A trapalhada do PSDB, que pode acabar de enterrar a reforma da Previd�ncia do governo Michel Temer, provocou fortes rea��es em setores muito pr�ximos ao tucanato.

"Acho irrespons�vel da parte do PSDB, como foi quando votaram pelo fim do fator previdenci�rio", disse a esta colunista Arm�nio Fraga, ex-presidente do Banco Central.

Arm�nio � um dos economistas mais respeitados com liga��es com o partido, que chegou a ser anunciado como ministro da Fazenda em 2014, caso o PSDB vencesse as elei��es.

Ele compara a situa��o atual a um epis�dio ainda mal digerido pela elite intelectual do PSDB, quando, em 2015, o partido ajudou a derrubar o fator previdenci�rio, criado pelo pr�prio governo Fernando Henrique Cardoso.

Na �poca, o PSDB colocou seu papel de oposi��o ao governo Dilma Rousseff acima de suas convic��es ideol�gicas. Agora a proximidade das elei��es presidenciais faz o partido mais uma vez flertar com a incoer�ncia.

Nesta semana, membros do PSDB fizeram exig�ncias que desidratam significativamente a reforma da Previd�ncia, esquecendo do seus compromissos hist�ricos com o equil�brio fiscal e da import�ncia da reforma para a ainda t�mida recupera��o da economia.

Pessoas com larga experi�ncia nos meandros da pol�tica em Bras�lia dizem que a atitude do PSDB � triplamente ruim para o pr�prio partido: desagrada sua base, n�o � suficiente para desvincular sua imagem do ajuste fiscal, e abre espa�o para outras candidaturas de centro mais dispostas a defender abertamente a estabilidade econ�mica.

Na avalia��o de um experiente banqueiro, se n�o pararem de bater cabe�a, os partidos de centro v�o competir pelos mesmos votos, dando espa�o para que apenas op��es radicais avancem para o segundo turno em 2018.

raquel landim

Jornalista formada pela USP, escreve sobre economia e pol�tica �s sextas-feiras.