O governo de Michel Temer tem uma maneira pr�pria de pedalar. Em menos de dois meses, abriu um novo horizonte para empres�rios que amarraram seus neg�cios �s del�cias da privataria.
As concession�rias de seis grandes aeroportos privatizados n�o querem pagar os alugu�is devidos � Vi�va. Coisa de R$ 2,3 bilh�es. Elas argumentam que n�o devem pagar porque sua s�cia estatal, a Infraero, n�o vai honrar sua parte. A clientela, contudo, nunca deixou de pagar suas taxas.
Est� numa gaveta do Planalto o texto da Medida Provis�ria que mima as concession�rias de rodovias estendendo-lhes o prazo das concess�es que, em geral, caducam daqui a cinco anos. A prorroga��o � o sonho de todos os concession�rios. As empresas deveriam ter feito investimentos e melhorias nas estradas. Grosseiramente, 60% do que foi contratado continua no papel.
O mimo mais bonito poder� ser dado �s operadoras de telefonia. Quando o tucanato fez sua privataria, os arrematadores das teles tomaram posse dos im�veis e das redes de infraestrutura que pertenciam � Vi�va, obrigando-se a devolv�-los. Temer quer dar esse patrim�nio de presente �s empresas. A Anatel o avalia em R$ 17 bilh�es e o Tribunal de Contas da Uni�o, com poss�vel exagero, estima em R$ 105 bilh�es.
A nova Lei das Estatais aprovada na C�mara permite que empresas da Vi�va contratem obras e servi�os de engenharia a partir apenas de um "anteprojeto de engenharia". Essa ideia surgiu em 1998, na Petrobras, e se destinava a tornar mais �geis as licita��es e as obras. Produziu a Lava Jato.
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Nascido na It�lia, veio ainda crian�a para o Brasil, onde fez sua carreira jornal�stica. Recebeu o pr�mio de melhor ensaio da ABL em 2003 por 'As Ilus�es Armadas'. Escreve �s quartas-feiras e domingos.