O arremedo de reforma ministerial que acaba de ser anunciado exp�e ao limite m�ximo a constrangedora fragilidade da presidente da Rep�blica e tem como principal efeito o adensamento da desqualifica��o da sua gest�o � frente do pa�s.
No momento em que o Brasil precisava de um gesto de desprendimento e coragem para fazer mais do que uma reforma, uma revolu��o gerencial, com interven��es profundas na estrutura governamental e a introdu��o de mecanismos inovadores em busca de efici�ncia e resultados, al�m de uma imperativa limpeza �tica, o que se viu foi uma reforma marcada pela covardia e pela farta distribui��o de nacos de poder, como se fossem mercadorias entregues �queles que, de alguma forma, amea�avam a perman�ncia da presidente no cargo.
Ou algu�m em s� consci�ncia pode acreditar que a escolha dos novos ministros - para ficar apenas nas duas pastas mais relevantes - teve como objetivo melhorar a qualidade da sa�de p�blica oferecida aos brasileiros ou colocar de p� a falaciosa "p�tria educadora"?
A l�gica da reforma n�o foi servir ao Brasil, mas, uma vez mais, atender �s conveni�ncias e aos interesses nada republicanos do governo e do PT. A verdade � que a presidente capitulou e jogou pela janela o pouco de autoridade que lhe restava.
Com o pa�s mergulhado em crises cada vez mais graves, meses de discuss�es foram consumidos nos gabinetes de Bras�lia com o �nico prop�sito de evitar o encontro de contas com a Justi�a, de uma presidente eleita atrav�s de manobras sob dr�stica suspei��o e pressionada por sucessivas den�ncias de que o dinheiro da corrup��o alimentou o caixa de sua campanha eleitoral.
Est� chegando a hora de esclarecer com rigor tudo o que aconteceu. Os �rg�os de controle do pa�s saber�o cumprir com independ�ncia, e sob o olhar atento da sociedade brasileira, o papel que deles se espera. Porque ningu�m pode estar acima da lei, em especial quem deveria dar o exemplo - a presidente da Rep�blica.
Se antes t�nhamos uma presidente fr�gil, acossada pela crise econ�mica que seu pr�prio governo criou; pelos seus efeitos sociais que atingem de forma avassaladora principalmente os mais pobres, com o desemprego alarmante, juros escorchantes e infla��o crescente; e por uma crise moral sem precedentes, com den�ncias que chegam cada vez mais pr�ximas do seu governo e do seu antecessor, resta agora uma "n�o presidente", que, para continuar no Pal�cio da Alvorada e frequentando o escrit�rio do Planalto, parece ter abdicado das suas responsabilidades constitucionais.
A sensa��o que nos resta est� expressa na frase proferida pelo ex-presidente Fernando Henrique: "A presidente j� n�o governa mais. Ela � governada".
At� quando?
� senador pelo PSDB-MG. Foi candidato � Presid�ncia em 2014 e governador de Minas entre 2003 e 2010. � formado em economia pela PUC-MG.