O protagonismo que esses discursos de ódios alcançaram é preocupante, entre outras coisas, porque amplifica a visibilidade e a ressonância dos preconceitos existentes e contribui para a deterioração da convivência social.
Os líderes carismáticos tendem a superar seus governos e se tornam motores de projetos políticos; enquanto que quem assume o pode pela via legal enfrenta o desafio de criar uma áurea própria.
Duas das condições básicas para uma democracia saudável estão em risco, com a percepção de que os governos não são realmente dirigidos pela vontade do povo e a falta de transparência e justiça nas eleições.
A maioria dos países que enfrentaram processos de autocratização se tornaram autocracias apesar de episódios democráticos intermediários. É aí que reside a importância capital de o governo alcançar um consenso e permanecer próximo à população.
Os líderes autoritários buscam minar os mecanismos de controle que limitam sua capacidade de acumular poder. Seja em sistemas presidenciais ou parlamentares, seu comportamento se assemelha mais aos monarcas absolutos do que aos líderes eleitos democraticamente.
A atual estagnação econômica da região tornou-se um ponto de inflexão para um modelo de desenvolvimento que atingiu seu teto após acabar o tempo de bonança.