Moradores do distrito de Antônio Pereira, em Ouro Preto (MG), se manifestaram mais uma vez, nesta quinta-feira (19), contra a mineradora Vale. A manifestação pacífica aconteceu próximo à Mina Del Rey, em Mariana (MG) e contou com a adesão de moradores de Cachoeira do Brumado.
Os atingidos reivindicam maior diálogo com a mineradora, transparência nas informações e respeito pela vida. Eles alegam que a Vale continua “agindo negando direitos” e “de forma perversa nos territórios atingidos”.
Em Cachoeira do Brumado, braço do artesanato na região, os moradores cobram a reparação dos danos aos atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão “que após seis anos ainda não foram pagas”.
Eles também citam a luta contra o desemprego, a falta de turistas e o impacto na economia local. “Não existe mais vendas como antes. O tapete de sisal e a panela de pedra artesanais estão com sua história e fabricação comprometidos por falta de compradores”.
Os moradores de Antônio Pereira também cobram a chegada da ATI Guaicuy, entidade eleita a mais de um ano pela comunidade para acompanhar as reivindicações. Outro problema citado pela comunidade diz respeito às ações na saúde.
“A comunidade está adoecida precisando de médicos, psicólogos e outros no PSF. A saúde física e mental está comprometida pelo terrorismo de barragem aplicado pela Vale nas pessoas de Antônio Pereira, colocando medo, insegurança, provocando crises de pânico, depressão, ansiedade e além de fatores como nuvens de poeira que está constante no território, aumentando alergias e problemas respiratórios”.
Outra antiga reivindicação antiga é o reconhecimento de toda a comunidade como atingidos. “Comerciantes informais e formais foram fortemente impactados pelas remoções das famílias da ZAS e não têm nenhum auxílio emergencial devido às perdas econômicas causadas pela ação da Vale. Reivindicamos remoção de todas as famílias que estão em risco e em situação de vulnerabilidade extrema”.
Lideranças de Antônio Pereira afirmam que recentemente a Vale processou os atingidos pela barragem do Doutor por fazerem manifestações pacíficas. “A Vale tenta silenciar as lideranças, enfraquecer os movimentos de luta por direitos, age fortemente com inúmeras ameaças aos defensores de direitos humanos”.
Ainda de acordo com as lideranças do distrito, outra ação da Vale foi a denúncia de atividade artesanal garimpeira que é centenária e que é exercida apenas para sobrevivência e sustento de famílias. “A polícia recolheu todos os equipamentos artesanais como bateias passadas de pai para filho e garimpeiros foram levados do garimpo para delegacia”, denunciaram.
Deixar Um Comentário