Cartas, documentos textuais, recortes e fotografias oferecem um rico panorama do cenário político e cultural brasileiro do início do século XX e refletem a trajetória pessoal e profissional de Irineu Marinho desde seus primeiros passos na imprensa estudantil, em Niterói, até sua morte, poucos dias após fundar O Globo. A documentação mostra ainda sua aventura na incipiente indústria cinematográfica, com a Veritas Film, e seu trânsito na cena política, cultural e artística da época. O conjunto documental oferece um precioso retrato da imprensa carioca da Belle Époque, retratando desde questões editoriais e políticas até os meandros do funcionamento dos jornais.

A documentação textual é composta por 587 itens, entre documentos pessoais, recortes de jornais e uma rica coleção da correspondência ativa e passiva de Irineu Marinho. Entre os 66 correspondentes, estão familiares, amigos e figuras de destaque da época, como João do Rio, Raul Pederneiras, Ataulfo de Paiva, Viriato Correa e Nilo Peçanha. Outro conjunto importante são as cartas trocadas com colaboradores do jornal em períodos críticos da política nacional, quando Irineu Marinho esteve asilado, durante o estado de sítio de Hermes da Fonseca (1914); preso no governo Epitácio Pessoa (1922) e em viagem à Europa para tratamento de saúde (1924). A coleção, que abrange o período de 1846 a 2000, contém, ainda, documentos do pai de Irineu Marinho, o imigrante português João Marinho Coelho de Barros, e homenagens póstumas prestadas ao jornalista.

A coleção iconográfica, composta por 169 fotografias, retrata a vida da família Marinho, festas, viagens, reuniões dos jornalistas do jornal A Noite e os primeiros dias do Globo.

A Biblioteca Digital dá acesso aos documentos e às suas respectivas fichas catalográficas. Em alguns casos, fornece também a transcrição na íntegra dos documentos. A ferramenta permite buscas livres e é possível navegar diretamente pelas pastas dos conjuntos documentais.

Para saber mais sobre Irineu Marinho, conheça o Especial Irineu Marinho; o verbete biográfico; e o artigo sobre a Veritas Film. Recomendamos ainda o livro Irineu Marinho - Imprensa e Cidade, escrito pela socióloga e historiadora Maria Alice Rezende de Carvalho (Globo Livros, 2012), a partir da documentação do Acervo Roberto Marinho.