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{"id":11041,"date":"2023-05-02T12:16:41","date_gmt":"2023-05-02T15:16:41","guid":{"rendered":"https:\/\/fanyv88.com:443\/https\/guianegro.com.br\/?p=11041"},"modified":"2023-05-02T12:16:41","modified_gmt":"2023-05-02T15:16:41","slug":"abolicao-no-turismo-o-barulhento-silencio-do-racismo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/fanyv88.com:443\/https\/guianegro.com.br\/abolicao-no-turismo-o-barulhento-silencio-do-racismo\/","title":{"rendered":"Aboli\u00e7\u00e3o no turismo: o barulhento sil\u00eancio do racismo"},"content":{"rendered":"\r\n

Maio \u00e9 o m\u00eas em que foi declarada e assinada a aboli\u00e7\u00e3o da escravatura no Brasil. Este fato desde o princ\u00edpio n\u00e3o recebeu muita credibilidade, pois aconteceu apenas para ceder \u00e0 press\u00e3o mundial pelo fim do trabalho escravizado, pois \u00e9ramos o \u00fanico pa\u00eds a manter esta mazela. A “liberdade” dos negros escravizados aconteceu sem nenhuma inclus\u00e3o social, sem acesso a direitos b\u00e1sicos de cidadania como sa\u00fade, educa\u00e7\u00e3o, moradia e voto.<\/p>\r\n

N\u00f3s, negros brasileiros, tivemos e temos que construir a nossa inclus\u00e3o do nada, ainda com muitos obst\u00e1culos que o racismo estrutural imp\u00f5e. N\u00e3o esque\u00e7o a s\u00e1bias palavras do gri\u00f4 Ant\u00f4nio Pitanga para o Guia Negro Entrevista<\/a> em que disse que no Brasil precisamos passar pela verdadeira aboli\u00e7\u00e3o.

O afroturismo tem conquistado espa\u00e7os importantes nos principais eventos do turismo, nos meios de comunica\u00e7\u00e3o dentro e fora do setor, aumentando sua visibilidade e alcan\u00e7ando cada vez mais pessoas, mas ao mesmo tempo ainda estamos muito distantes da inclus\u00e3o que desejamos no turismo, principalmente pela falta de apoio as nossas inciativas e tamb\u00e9m pela falta de profissionais negros a frente das iniciativas que possuem este apoio e estrutura.<\/p>\r\n

Nossa voz est\u00e1 sendo ouvida, mas as a\u00e7\u00f5es efetivas s\u00e3o lentas para uma pauta que \u00e9 urgente, pois devido a pouca conscientiza\u00e7\u00e3o da import\u00e2ncia da inclus\u00e3o racial no setor, turistas negros e antirracistas est\u00e3o vulner\u00e1veis ao racismo durante suas viagens ou eventos<\/strong>. Infelizmente, a maioria das empresas do turismo correm o risco ao inv\u00e9s de investir na preven\u00e7\u00e3o.

Pesquisa recente do PoderData aponta que 81% dos brasileiros disseram que presenciam casos de racismo com frequ\u00eancia. Quando vejo este dado e penso no turismo, realmente me incomoda a lentid\u00e3o ou at\u00e9 omiss\u00e3o das a\u00e7\u00f5es inclus\u00e3o racial no setor, pois a exposi\u00e7\u00e3o ao risco \u00e9 enorme visto que a atividade tur\u00edstica consiste em atendimento e contato humano praticamente o tempo todo. Se temos pessoas que n\u00e3o foram treinadas ou pelo menos conscientizadas, a probabilidade de acontecer uma atitude racista no atendimento ou na intera\u00e7\u00e3o com outros turistas \u00e9 enorme, visto que pessoas negras s\u00e3o 56% da popula\u00e7\u00e3o brasileira. Parece muito \u00f3bvio tudo que escrevi, mas ainda com esta an\u00e1lise b\u00e1sica, as a\u00e7\u00f5es de inclus\u00e3o racial no turismo s\u00e3o m\u00ednimas. E esta omiss\u00e3o come\u00e7a a ser expostas pelos casos de racismo que foram denunciados recentemente.

Dos v\u00e1rios casos que aconteceram recentemente, vou destacar tr\u00eas para exemplificar o que escrevi acima. Sarah Aline foi uma das participantes com maior visibilidade na edi\u00e7\u00e3o do reality show BBB 23, a edi\u00e7\u00e3o com maior n\u00famero de participantes negros. Mesmo no auge da sua visibilidade, p\u00f3s elimina\u00e7\u00e3o, seu pai, Vagner Rodrigues, mesmo j\u00e1 hospedado no hotel, foi interrogado pelo seguran\u00e7a do meio de hospedagem, pois n\u00e3o acreditou que ele era h\u00f3spede.<\/p>\r\n

Adriana Santiago, mulher negra, gerente de um restaurante no Pelourinho, centro hist\u00f3rico de Salvador, foi ofendida por uma cliente branca insatisfeita com a qualidade do azeite que disse “… preta deste jeito voc\u00ea n\u00e3o pode ser gerente” . Adriana prontamente chamou a pol\u00edcia, que lamentavelmente n\u00e3o classificou como flagrante a injuria racial e ap\u00f3s depoimento, a racista foi solta.<\/p>\r\n

No voo de Salvador para S\u00e3o Paulo, Samantha Vitena, mulher negra, foi expulsa do voo por n\u00e3o despachar sua mochila com seu notebook. A tripula\u00e7\u00e3o se negou a ajudar acomodar sua bagagem, enquanto outros passageiros ajudaram a acomodar a mesma e ap\u00f3s o problema solucionado, o comandante ordenou sua expuls\u00e3o acionando a Pol\u00edcia Federal alegando que ela apresentava risco ao voo.<\/p>\r\n

Eliane Hazin, mulher branca que registrou o ato racista e foi testemunha da Samantha informou que outra passageira, mulher branca, acomodou tr\u00eas bagagens de m\u00e3o, ignorando ordem da tripula\u00e7\u00e3o para acomodar uma embaixo do banco. Comum em todos os casos at\u00e9 o momento: impunidade ao racismo que foi praticado.

O racismo no turismo \u00e9 cada vez mais “barulhento” devido as den\u00fancias que aumentar\u00e3o dia a dia, pois parte da nossa sociedade \u00e9 racista e n\u00e3o deixa de ser quando est\u00e1 praticando atividades tur\u00edsticas. E os preconceituosos, principalmente, os racistas t\u00eam se mobilizado para afirmar e manter a estrutura racista da sociedade. Quando acontecem casos, eles rapidamente agem para negar, descredibilizar e quando n\u00e3o conseguem por serem casos absurdos, contam a impunidade que habitualmente acontecem com a cumplicidade de boa parte da nossa sociedade.<\/p>\r\n

Falar sobre racismo no Brasil ainda \u00e9 complexo, pois lidamos com a nega\u00e7\u00e3o hist\u00f3rica de muitos fatos e de como agir com a repara\u00e7\u00e3o, principalmente social, para a popula\u00e7\u00e3o negra brasileira. E a omiss\u00e3o ao tema \u00e9 a pior escolha, pois o ” barulho ” dos casos de racismo ser\u00e1 grande, pois somos a maioria da popula\u00e7\u00e3o. N\u00f3s negros estaremos inevitavelmente em todos os lugares e levantaremos nossa voz contra qualquer atitude racista.

O “sil\u00eancio” dos \u00f3rg\u00e3os p\u00fablicos , da grande maioria das associa\u00e7\u00f5es, entidades de classe, empresas e lideran\u00e7as do turismo sobre a\u00e7\u00f5es mais efetivas de conscientiza\u00e7\u00e3o da import\u00e2ncia da inclus\u00e3o e diversidade racial no turismo se tornar\u00e1 cada vez mais in\u00fatil e se persistir , vai se tornar cumplicidade com pr\u00e1ticas racistas.<\/p>\r\n

Nenhum preconceito se resolve “organicamente” , n\u00e3o d\u00e1 mais para acreditar que no turismo ” todos s\u00e3o tratados igualmente “, pois n\u00e3o somos iguais , somos plurais e diversos em v\u00e1rios sentidos. O turismo ser\u00e1 verdadeiramente inclusivo quando tiver a\u00e7\u00f5es para efetivar esta inclus\u00e3o , diversidade e pertencimento. Para isto acontecer, precisamos de profissionais pertencentes a estes grupos no comando destas a\u00e7\u00f5es. E as mesmas precisam acontecer com urg\u00eancia , pois novembro precisamos celebrar o que foi feito e n\u00e3o lamentar o que n\u00e3o aconteceu.

A cada problema que surge , apresenta a oportunidade para realizarmos a verdadeira aboli\u00e7\u00e3o do racismo no turismo brasileiro. N\u00f3s do afroturismo estamos a inteira disposi\u00e7\u00e3o para promover a mesma. Lideran\u00e7as do setor precisam fazer a sua escolha. Continuar no sil\u00eancio c\u00famplice ou ser agente de mudan\u00e7a em prol do combate do racismo no turismo.<\/p>\r\n

LEIA MAIS:<\/strong><\/p>\r\n

Como a hotelaria pode ser antirracista?<\/a><\/blockquote>