• João Mathias
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Galo (Foto:  Ernesto de Souza/Ed. Globo)

O índio-gigante é uma ave domesticada e resistente que não necessita de muitos cuidados (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

Visto por muitos como um coadjuvante do galinheiro, ainda que cumpra a importante função de reprodutor, o galo também pode ser protagonista em uma atividade de criação. Resultado do cruzamento de raças combatentes com galinhas puras ou caipiras, o macho da variedade índio-gigante tem papel de destaque quando o objetivo do produtor é desenvolver aves ornamentais para participar de exposições em feiras de animais.

Em leilões realizados pelo país, exemplares do híbrido chegam a alcançar preços tão elevados quanto os cotados em arremates de gado.

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Crescente nos últimos anos, a valorização do índio-gigante tornou-se mais um atrativo na criação do galo, que tem num pequeno e rústico galinheiro o espaço suficiente para a prática de um manejo de baixo custo e lucrativo para o criador.

Dócil e fácil de lidar, apesar de herdar o instinto agressivo de seus ascendentes de galo de rinha, o índio-gigante é uma ave domesticada e resistente que não necessita de muitos cuidados e investimentos para se desenvolver. Mas, para conseguir destaque nos concorridos eventos, precisa apresentar determinadas características, como robustez, musculatura forte e porte altivo, além de barbela de boi, crista em formato de bola, canela amarela e penas sobrepostas com cores variadas, contribuindo para uma aparência exótica e exuberante.

A classificação do índio-gigante ainda exige que o galo tenha, pelo menos, 1,05 metro de altura e peso a partir de 4,5 quilos, de acordo com a Associação Brasileira de Criadores da Raça Índio-Gigante (Abracig). Os atributos genéticos também fazem do macho um ótimo gerador de frangos precoces, mais produtivos e com excelente rendimento de carne, firmando outro canal de venda, por ser matriz cobiçada para a formação de novos plantéis.

Galo (Foto:  Ernesto de Souza/Ed. Globo)

Galo (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

Segundo a Abracig, a galinha da raça deve medir 90 centímetros ou mais e pesar, no mínimo, 3 quilos. No entanto, antes de chegar aos 14 meses, idade ideal para iniciar a participação em concursos, a fêmea do índio-gigante tem a vantagem de produzir ovos grandes, ricos em proteínas e de ótima qualidade, que são pagos no mercado por cerca de R$ 200 a dúzia. As mães começam a postura com aproximadamente 210 dias de vida e registram produção média anual de 160 ovos, por um período de cinco anos de plena reprodução. Se o destino for para corte, a galinha também possibilita rendimentos ao produtor. Com três ou quatro meses de idade, já pode ser abatida e possui carne nutritiva, dotada de baixo teor de gordura e textura macia.

INÍCIO Regra básica é adquirir exemplares de criadores idôneos para assegurar um plantel com matrizes de qualidade. Comece com um terno formado por um galo e duas galinhas sem parentesco até a quarta geração, a fim de evitar problemas de consanguinidade. A compra de aves adultas é uma opção para ampliar a criação com mais rapidez. Mas se a primeira aquisição for de pintinhos, que são mais baratos, escolha os que tiverem mais de 15 dias de vida e, de preferência, vacinados.

AMBIENTE Ave rústica e resistente, o galo gigante adapta-se a locais de condições climáticas variadas, podendo ser criado em qualquer região do país. É tolerante ao frio e ao calor, mesmo quando são muito fortes. O importante é que o galinheiro seja limpo e, no caso de pouco espaço, tenha, pelo menos, alguma área para os animais se movimentarem.

ESTRUTURA De um galinheiro comum é adequada para o galo índio-gigante viver. Em chácaras, sítios ou, inclusive, em fundo de quintal, pode ser construída pelo próprio criador com materiais existentes na propriedade, como sobras de tijolos, madeira e tela de arame, além de pregos, martelo e serrote. Uma sugestão é levantar em 5 metros quadrados por 2 metros de altura, e com orientação leste-oeste, duas paredes de tela e duas de alvenaria em posições perpendiculares, para proteger as aves de rajadas de vento. Cubra com telhas de barro. De cimento ou de chão batido, o piso precisa ser forrado com maravalha, para absorção dos dejetos.

ALIMENTAÇÃO É a mesma adotada para a criação de galinhas comuns, distribuída em ração inicial, para pintos de um dia; ração de crescimento, a partir de 30 dias de vida; ração de postura, para aves em reprodução; e ração de engorda, para aves de abate. Para um melhor desenvolvimento do galo índio-gigante, garanta um volume maior de cálcio e vitamina D nas refeições. Como complemento, forneça milho, frutas e hortaliças cruas, exceto alface.

ACESSÓRIOS Para equipar o galinheiro são essenciais para o bem-estar da criação. Providencie comedouro e bebedouro de barro ou de plástico, vendidos em lojas de produtos agropecuários. Com madeira disponível no local, pode-se fazer ninhos de 30 centímetros quadrados por 20 centímetros de altura e os poleiros, distantes 60 centímetros e apoiados em uma base triangular com 1 metro de altura. Pneus velhos e balaios de palha, revestidos de capim seco, são alternativas para montar o ambiente de reprodução. Galhos de árvores também podem ser usados para o momento de descanso das aves.

REPRODUÇÃO Inicia-se aos oito meses de vida, prolongando-se a maturidade sexual das aves até os cinco anos, apesar de ser recomendada até completarem 40 meses de idade. Em média, as galinhas geram 160 ovos por ano.

Galo (Foto:  )
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