A falta de dados de satélite de alta precisão tem travado o avanço da validação automática dos Cadastros Ambientais Rurais (CAR) no Brasil, prejudicando a aplicação efetiva do Código Florestal mais de uma década após sua aprovação. É o que aponta nota técnica elaborada pelo Instituto Centro de Vida (ICV) em parceria com o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) e com financiamento do Instituto Clima e Sociedade (ICS). Leia mais BNDES regulamenta desconto no custeio para produtores com CAR analisadoProdutores gaúchos poderão ter crédito governamental mesmo sem retificar o CAR De acordo com o documento, a necessidade de bases de dados geográficos em alto nível de detalhamento, isto é, em grandes escalas, é o desafio comum para os três sistemas automatizados em operação hoje no país: AnalisaCAR, do Serviço Florestal Brasileiro; o CAR 2.0, resultado de uma cooperação entre o governo do Pará e o Centro de Inteligência Territorial da UFMG; e o CAR Digital, implementado pelo governo de Mato Grosso. Continuar lendo “As bases aplicadas em geral precisam ser confeccionadas na escala de 1:25.000 ou melhor. E essas escalas são escassas no território nacional. Estão disponíveis em sua maioria nos grandes centros urbanos onde se concentram grandes empresas e/ou instituições de pesquisa e ensino”, explica o analista de geotecnologias do ICV, Weslei Butturi. Ainda de acordo com o especialista, a confecção destas bases exige um grande esforço e corpo técnico especializado, demandando alto nível de interpretação de feições de imagens de satélite. A nota técnica, por outro lado, ressalta que os sistemas automatizados de validação do CAR são uma evolução na forma de analisar esses cadastros e recomenda ações para que eles funcionem de forma plena. Isso inclui, além do fortalecimento das bases cartográficas digitais com os detalhamentos necessários, a realização de uma força-tarefa para incluir os demais Estados nos módulos e a integração dos diferentes sistemas em uma base nacional. “Seu bom funcionamento ao longo dos próximos anos poderá garantir os avanços necessários para a efetiva aplicação do Código Florestal em todo território nacional”, completa o documento. Mais recente Próxima Não há consenso do porquê queremos mercado de carbono, diz professor da FGV