O dia 23 de fevereiro de 2023 não sai da memória de Cassandra Moreira. Dona da ovelha Chanel, de 6 anos, a moradora de Lagoa Vermelha (RS), cidade a 300 quilômetros de Porto Alegre, encontrou o animal da raça Ile-de-France debilitado e sem conseguir se levantar. Leia mais Como criar ovinosQuem é o agro-influencer que ensina sobre máquinas agrícolas no TikTokVida de estrela: galo gaúcho faz sucesso nas redes com rotina inusitada Na primeira avaliação do veterinário, um diagnóstico que a assustou: envenenamento. A tutora tentava manter a calma enquanto buscava respostas para a intoxicação da ovelha que todos ao redor sempre gostaram. Veja Mais “Quando eu tentei levantá-la, percebi que as pernas estavam travadas. Então, não sei se alguém fez por maldade ou se comeu alguma planta venenosa que nasceu ali mesmo. No primeiro dia, até ficou em pé, mas na manhã seguinte estava sem reação e parecia morta. Eu pensei que fosse perder ela”, contou à Globo Rural. O tratamento foi longo, mas chegou ao fim. Depois de 14 meses, Cassandra conseguiu, enfim, comemorar a recuperação da ovelha de estimação e fez um vídeo que viralizou nas redes sociais. No Instagram, onde Chanel tem quase 400 mil seguidores, foram 2,4 milhões de visualizações. Já no Tiktok, são mais de 5 milhões de seguidores e a gravação vista 11 milhões de vezes. Chanel ainda lida com as consequências após um ano do episódio — Foto: Cassandra Moreira/Divulgação As consequências Infelizmente, o envenenamento deixou sequelas. Chanel desenvolveu laminite, enfermidade que acomete os cascos e impossibilita a locomoção por causa da dor. Em busca de solução para o problema em meio ao tratamento com antibióticos e antiinflamatórios, a tutora buscou ajuda na Universidade de Passo Fundo (UPF), no Rio Grande do Sul. Os pesquisadores indicaram outros medicamentos, mas que não deram resultado na época. “A Chanel só foi melhorando aos poucos. Apenas em abril deste ano é que voltou a correr. Então, para não prejudicar mais e fazer com que a laminite volte, cortamos milho e carboidrato da alimentação dela. Isso está dando resultado”. A vida com Chanel O encontro entre Cassandra e a ovelha que pesa entre 90 a 100 quilos foi amor à primeira vista. A gaúcha conta que o animal é tranquilo e carismático, mas, às vezes, gosta de bagunça. A relação entre as duas começou quando Chanel tinha 3 dias de vida e é mostrada a milhares de pessoas desde 2020, durante a pandemia de Covid-19. São momentos no banho, fazendo a tosquia, em passeios e também quando recebe presentes. “Levei ela para casa e criei na mamadeira. Como se diz, foi no “Toddynho”, pois é bem mimada. Berrava de hora em hora para mamar, incomodava e roía tudo o que via pela frente. Ao ser criada com cachorros, pensava que era como eles. Ela corria, brincava no mato e pulava como eles. Na cabeça da Chanel, ela era um cachorro. E com os vídeos, as pessoas acharam ela fofa e ficaram fãs”, finaliza. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Pesca e Aquicultura), a raça de Chanel é originária da França e surgiu após cruzamentos de ovelhas Merino Rambouillet com reprodutores New Leicester. Entre as características se destacam o porte grande e a carcaça pesada. As ovelhas pesam cerca de 80 quilos, enquanto os carneiros ficam entre 110 a 160 quilos. A Ile-de-France, conforme a instituição, tem dois propósitos: 60% para a produção de carne e 40% para a lã. Mais recente Próxima Cobertores de lã são doados para atingidos por enchentes no RS