O World Cheese Awards 2024, um dos principais concursos do setor de queijos do mundo, aconteceu neste fim de semana, entre os dias 15 e 16 de novembro, em Viseu, Portugal. Considerado o ‘Oscar dos Queijos’, o evento, que reuniu mais de 4 mil concorrentes de 47 países diferentes, teve um brasileiro entre os principais destaques. Mais Sobre Queijo Bezerro nasce sem pelos em caso raríssimo; veja vídeo e fotos Bonita e deliciosa: aprenda a fazer quiche de abóbora e brócolis assados Continuar lendo O queijo Passionata, da Biopark, produzido em Toledo, no Paraná, foi o único representante da América Latina na categoria super ouro. Com toque inovador e autêntico, o produto feito com leite de vaca pasteurizado é parte envolvido em polpa de maracujá e parte em flor de calêndula. A iguaria garantiu espaço no Top 15, ocupando o 9° lugar na competição e se colocando entre os dez melhores queijos do mundo. Carolina Trombini, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Extensão da marca, entende que o reconhecimento coloca o Oeste do Paraná em destaque no cenário global. “Ao competirmos com três queijos finos em um evento tão relevante, estamos evidenciando a força da colaboração entre pesquisa, inovação e a vocação queijeira da nossa região”, vibra. Um dos nomes envolvidos na criação do Passionata é o pesquisador Kennidy de Bortoli, um dos Melhores Queijeiros do Brasil, segundo o 3º Mundial do Queijo do Brasil. "Ele foi criado por brasileiros, para brasileiros, e agora conquistam o paladar de jurados de todo o mundo. Ver o nosso trabalho valorizado em um cenário tão competitivo mostra que o que nós fazemos aqui no Biopark tem uma relevância além das nossas fronteiras”, disse. Quem ficou em primeiro lugar foi o ‘Queijo de Ovelha Amanteigado’, da marca portuguesa Quinta do Pomar, feito com leite de ovelha cru e possui casca lavada, cor marfim e textura macia e amanteigada. Conforme a Guild of Fine Food, organizadora da 36ª edição do evento, o produto chamou a atenção dos jurados pelo sabor suave, amanteigado e pegajoso e o amargor herbáceo, além de poder ser consumido com colher. Queijo português ficou em primeiro lugar na competição — Foto: Divulgação/Guild of Fine Food “Esta é uma vitória muito emocionante para nós, pois a criação resultou de muito trabalho de equipe e dedicação”, celebra a queijeira Sónia Marroyo. Além de Portugal e do Brasil, queijos da Suíça, Espanha, Estados Unidos, Itália, Noruega e Alemanha foram premiados. Veja abaixo na lista: Queijo de Ovelha Amanteigado, Quinta do Pomar (Portugal);Tea Fondada, Chascharia Val Müstair (Suíça);Alpenhorn Mifroma, Elsa Group (Suíça);La Cava Barus García-Baquero, Lacteas Garcia Baquero S.A. (Espanha);Bayley Hazen Blue, Cellars at Jasper Hill (Estados Unidos);Pecorino Bislacco al Rum e Tabacco, F.lli Petrucci (Itália);Blugins, La Casearia Carpenedo (Itália);Affineur Walo Creamy Lion Cheese de Thurgau, Walo von Mühlenen (Suíça);Passionata, Biopark (Brasil);Snertingdal ysteri Godbiten, Snertingdal ysteri drift AS (Noruega);Alte Hexe 9 Monate Gereift, Bodensee Käse (Suíça);Valleclaro, Quesos y Besos (Espanha);Baldauf 1862 Meisterstück Alpkäse, Baldauf Käse (Alemanha);Tatie, Latteria Moro di Moro Sergio (Itália). Mais destaques brasileiros Outros três queijos brasileiros receberam medalha de ouro, o Gigante do Bosque Florido (Capril do Bosque), o Granito (Pé do Morro) e o Sol do Japi (Pé do Morro). Representantes do país ainda receberam nove medalhas de prata e 22 de bronze. A marca Capril do Lago, de Valença (RJ), ganhou duas medalhas em Portugal – prata (Queijo Cabra Negra) e bronze (Queijo Cabra Branca) – e celebrou muito a conquista, pois a queijaria foi a primeira do Rio de Janeiro a ser destaque no World Cheese Awards. De acordo com Fabrício Lê Draper Vieira, proprietário e queijeiro da Capril do Lago, as duas iguarias são feitas com leite de cabra e possuem massa cozida e prensada com tempo de maturação curto (45 dias). Enquanto um deles tem a casca natural, o outro apresenta casca de cacau orgânico com o fruto que é produzido na própria agrofloresta. “No processo do Queijo Cabra Negra, a gente fermenta e torra o cacau. Com 15 dias de maturação, fazemos o primeiro banho para ir formando a casca. Até o fim, são mais dois. No último, ele é embalado a vácuo, o que forma uma película biológica comestível que dá o sabor adocicado com a picância do próprio cacau, além de fazer uma proteção para não perder umidade”, explica à Globo Rural. Como funciona o ‘Oscar dos Queijos’? Neste ano, o World Cheese Awards reuniu 240 jurados de 40 países, entre tecnólogos, varejistas, compradores, chefs e jornalistas, que avaliaram os queijos com base na aparência, aroma, textura, sabor e sensação na boca. Após a degustação às cegas, as notas recebidas dividiram os queijos em ouro, prata e bronze e também ‘super ouro’. Em outro momento, os 104 ‘super ouro’ foram julgados novamente até a definição dos 14 melhores do mundo. Mais recente Próxima Brasil eleva exportação de tecnologia para melhoramento de gado leiteiro