Negócios
Por — São Paulo

A norueguesa Yara acertou a venda de ativos de produção e comercialização de fertilizantes líquidos NPK no Brasil para a FassAgro, negócio de adubos do grupo brasileiro ENG. A empresa de Sertãozinho (SP) é fornecedora de insumos ao setor sucroenergético.

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A multinacional quer levantar recursos para “realocar capital”, segundo documento submetido ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Assim como outras empresas de insumos agrícolas, a múlti enfrenta um ambiente adverso, consequência da queda das commodities, que afetou o apetite dos produtores por fertilizantes e outros insumos.

A Yara atua no Brasil tanto na produção de matérias-primas básicas como na fabricação de fertilizantes finais. A transação com a FassAgro concentra-se nesse último estágio da cadeia, mas as empresas não revelaram quais ativos entraram na negociação nem o valor da transação.

Os documentos do Cade informam apenas que os ativos estão em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Procurada, a Yara disse que não iria comentar. O Grupo ENG não respondeu.

A FassAgro já atua no desenvolvimento e produção de fertilizantes líquidos desde 2017. Em documento ao Cade, a companhia disse que vê na operação uma “oportunidade de expandir suas atividades no setor de fertilizantes”.

Segundo as empresas, a compra dos ativos manterá a participação de mercado da FassAgro na faixa de até 10% do mercado de fertilizantes finais NPK. As outras concorrentes no segmento no Brasil são Fertipar, Mosaic e Eurochem.

Piora de resultados

Globalmente, os resultados da Yara têm piorado nos últimos trimestres por causa da queda dos preços de fertilizantes. Já nas Américas, seus resultados têm sido afetados também pela diminuição da demanda. No primeiro trimestre, a receita global da empresa caiu 20%, para US$ 3,3 bilhões, e o lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recuou 11%, para US$ 435 milhões.

Nas Américas, o Ebitda caiu 31%. As entregas de fertilizantes da Yara no continente no trimestre foram 10% menores do que as de um ano antes, dado que os produtores do Brasil têm comprado “da mão para a boca”. Além disso, nos Estados Unidos, os produtores estavam em entressafra. As entregas de produtos no Brasil caíram 20,9% no trimestre.

Ao mesmo tempo em que se desfaz de ativos de fertilizantes finais NPK, a companhia avança em uma parceria com a Petrobras. Na terça-feira, a estatal anunciou um acordo que define os termos das parcerias que ambas pretendem realizar em fertilizantes, produtos industriais e em projetos de descarbonização. (Colaborou Camila Souza Ramos)

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