Ao contrário do que aconteceu em culturas como soja e arroz, nas quais ainda havia áreas em fase de colheita quando ocorreram as inundações no Rio Grande do Sul, a implantação das lavouras de tabaco da nova safra estava apenas começando. Mesmo assim, as chuvas causaram prejuízos milionários aos produtores do segmento. Leia mais do Especial Reconstrói Rio Grande do Sul Campo vive impasse depois da destruição no RSChuvas afetam colheita de grãos no Estado, líder nacional em arrozMaior preocupação na criação de gado do RS é perda de pastagem De acordo com levantamento do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), 1.929 propriedades rurais ligadas à fumicultura, distribuídas por 75 municípios, sofreram em alguma medida com as cheias de maio. As perdas financeiras chegaram a R$ 95 milhões, aponta o relatório. As estruturas das propriedades concentraram a maior fatia dos prejuízos - as chuvas causaram danos em 265 galpões, 352 residências e 351 estufas. Os produtores também perderam 285 toneladas de fertilizantes, 1,4 mil hectare de terra agricultável e 2 mil canteiros de mudas. Continuar lendo O SindiTabaco estima que os agricultores perderão 848 toneladas de fumo na safra 2024/25 como consequência direta do excesso de chuvas. O volume, relativamente baixo - na temporada 2022/23, os fumicultores do Estado colheram 257 mil toneladas -, condiz com a época do ano, quando ainda há poucas lavouras implantadas. “Estamos confiantes de que, mesmo diante dessa tragédia, a produção de tabaco nas áreas mais afetadas deverá ficar próxima das estimativas iniciais para a safra 2024/25, que ainda está em fase inicial”, diz o presidente da entidade, Iro Schünke. Perdas mais acentuadas poderiam ser um problema de grandes proporções para a indústria, já que o Rio Grande do Sul responde por cerca de 40% da produção nacional de fumo. Os municípios em que a fumicultura sofreu mais perdas ficam nas bacias dos rios Pardo e Taquari. Em Candelária, 214 fumicultores tiveram prejuízos. Depois vêm Agudo (136 produtores), Barros Cassal (132), Venâncio Aires (116) e Arroio do Tigre (101). Em perdas financeiras, os municípios que figuram no topo da lista são Venâncio Aires, com prejuízos na fumicultura de R$ 18,3 milhões, Candelária (R$ 16,5 milhões), Agudo (R$ 6,3 milhões), Ibarama (R$ 5,9 milhões) e Santa Cruz do Sul (R$ 4,6 milhões). O levantamento mostrou ainda que 96% dos produtores de tabaco que tiveram danos com as cheias pretendem seguir na atividade. “Precisamos dar condições para que eles possam continuar o trabalho desta próxima safra”, afirma Schünke. Nesse sentido, afirma ele, as empresas que integram o SindiTabaco já repuseram os insumos necessários para o replantio dos 2 mil canteiros de mudas que os agricultores perderam. O investimento nessa iniciativa foi de R$ 1,6 milhão. Mais recente Próxima Deslizamentos levaram vinhedos na Serra Gaúcha