Cotações

Por Paulo Santos — São Paulo

O preço da soja na bolsa de Chicago seguiu direcionado pela condição favorável das lavouras nos EUA. Nesta quarta-feira (10/7), os contratos da oleaginosa para agosto caíram 1,59%, com o valor de US$ 11,1325 o bushel.

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Na avaliação de Daniele Siqueira, analista da AgRural, o bom desenvolvimento das lavouras americanas tem pesado sobre as cotações da soja em Chicago. “Embora o mês de definição da produtividade seja agosto, boas condições climáticas em julho, com chuvas regulares e temperaturas não muito altas, são importantes para a floração e a formação de vagens, deixando o terreno preparado para um bom enchimento de grãos em agosto”, destaca a analista.

Além disso, acrescenta ela, a ausência da China nos registros antecipados de exportação de soja americana, com embarque a partir de 1º de setembro, também pressiona as cotações.

“Um registro zerado para a safra nova, como temos neste início de julho, não aconteceu nem mesmo durante a guerra comercial entre EUA e China em 2018 e 2019”, pontua.

Por fim, ela lembra que o real desvalorizado é um fator a mais de desvalorização para a soja, pois o dólar, apesar das quedas recentes, ainda está com a cotação em um patamar elevado, o que estimula a comercialização por parte dos produtores brasileiros.

“Com os fundamentos jogando contra, os fundos de investimento seguem vendendo contratos de soja na bolsa americana e suportes técnicos vão sendo rompidos, o que atrai ainda mais vendas e leva a novos recuos nas cotações”, diz Daniele Siqueira.

Nos negócios do milho na bolsa de Chicago, os contratos com entrega para setembro avançaram 0,44%, para US$ 3,9575 o bushel.

O milho ainda tenta se recuperar das maiores baixas em quase quatro anos, mas o quadro de produção favorável nos EUA pode colocar novamente a commodity no caminho dos preços mais baixos.

“O excesso de oferta americana deverá continuar dando o tom do mercado, mesmo com redução na área plantada. É esse aumento na produção do país que tem impedido as altas do milho em Chicago”, afirma Daniele Siqueira.

Ainda segundo a analista, uma reversão desse quadro de preços depreciados poderia acontecer em caso de quebra de safra muito grande nos EUA, algo que é pouco provável a esta altura da safra diz ela, ou de uma quebra na produção da China ou União Europeia, que levaria a um aumento na importação desses destinos.

O trigo caiu na bolsa americana com a manutenção de boa oferta e demanda pelo produto enfraquecida no curto prazo. Os contratos do cereal para setembro recuaram 1,84%, para US$ 5,6150 o bushel.

De acordo com a consultoria Granar, os preços cederam com agentes voltando suas atenções para o rápido avanço da colheita de trigo americana.

Ainda segundo a empresa, a queda nos preços do trigo na Rússia aumenta a vantagem do maior exportador do mundo em relação aos seus concorrentes. “Além disso, os rendimentos da colheita de inverno no país estão acima do esperado, logo após a seca e geadas tardias afetarem os cultivos no sul do país”.

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