Preço do café tem forte baixa em Nova York diante de movimentos técnicos

Os preços seguem voláteis, à medida que agentes de mercado aguardam novidades que possam direcionar as cotações. Para Vicente Zotti, sócio da Pine Agronegócios, uma nova tendência poderá ser traçada a partir das negociações na bolsa de Londres.

“Tem um patamar de preço muito importante, de US$ 4 mil a tonelada para o robusta, que se o mercado se mover para abaixo disso, podemos ver um recuo ainda maior em Nova York”, destaca. Atualmente o robusta é cotado a US$ 4.394 a tonelada na bolsa londrina.

No Vietnã, país que mais produz café robusta no mundo, os mapas de clima mostram, até o momento, um bom volume de chuvas até o dia 6 de julho, o que pode favorecer um recuo dos contratos futuros, de acordo com Zotti.

Ainda de acordo com ele, a colheita de arábica no Brasil, que chegou a 30% da área, ainda não ocasionou pressão de baixa para os valores em Nova York.

“A pressão de sazonalidade da safra ainda não chegou ao mercado porque o preço atualmente é alto e beneficia a margem do produtor, que não depende de grandes volumes de vendas, e por isso está participando pouco das negociações”, comenta.

Pelo lado das altas nos preços, o destaque na bolsa americana foi o suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês). Os papéis para julho se valorizaram 2,12%, cotados a US$ 4,3565 por libra-peso.

Jack Scoville, do Price Futures, diz em relatório que as cotações do suco estão apoiadas por previsões de oferta restrita e clima quente na Flórida, principal produtor de laranjas dos EUA.

Após uma elevação que superou os 4% na véspera, os lotes da pluma com entrega para julho avançaram 1,84%, a 72,60 centavos de dólar por libra-peso.

No que diz respeito ao açúcar, os contratos com entrega para julho recuaram 1,60%, para 19,10 centavos de dólar por libra-peso.

O cacau seguiu negociado com preços em baixa na bolsa de Nova York, após um recuo de 11,31% na sessão anterior. Os papéis com entrega para julho caíram 0,14%, para US$ 7.967 a tonelada.

Analistas disseram à reportagem que as quedas registradas recentemente estão baseadas em fatores técnicos, com investidores embolsando lucros aproveitando as altas recentes.