Dos 23 anos da atriz, duas décadas são de carreira. É difícil quem não se lembre da garotinha que estrelou novelas e cresceu pelos corredores dos estúdios Globo. À Glamour, falou pela primeira vez sobre das violências que sofreu e revela que, depois do turbilhão, decidiu denunciar o estupro. "Sabia que essa entrevista precisaria ser dada em algum momento. Me sinto forte para falar, só desta vez." Em um papo sincero, também dividiu detalhes do momento de carreira atual e de como lida com o modo com que o público a enxerga. Leia um trecho a seguir.
Você falou tem o desejo de viver uma carreira longeva. Quais sonhos ainda quer realizar na arte?
Sinto que mal comecei, sendo muito honesta. De imediato, queria fazer a Maria de Fátima no remake de Vale Tudo. Vou deixar no ar! Sinto que ela é uma personagem desafiadora. E quero descobrir até onde sou capaz de ir, até onde posso convencer o público. Quero muito fazer uma vilã, e uma mocinha também. Sinto vontade de voltar às novelas, que é uma linguagem em que você cria junto com o público. Também amo o formato de série. Tenho meu podcast, que amo de paixão, um novo momento de comunicação com meus colegas de profissão e com pessoas que admiro. Vou dar o meu melhor e estudar o máximo para isso.
Você se sente desafiada, como atriz, a ser vista como adulta?
O desafio não é meu. Acho que cabe ao público entender que a gente cresceu. Eu cresci, a Larissa Manoela cresceu e a Maísa também. Justamente por termos a aparência mais jovem e nossos papéis infantis ainda viverem no imaginário popular, sinto que tivemos possibilidades esgotadas antes mesmo de envelhecermos. É um processo, entendo e respeito.
Crescer em frente às câmeras mexeu com a sua autoestima?
Muito! Quando você é uma pessoa pública, tudo se potencializa, porque você vira um ponto de apoio. As pessoas projetam em você o que elas querem ter e ser. Eu tinha muitas questões de autoimagem. Tive uma adolescência conturbada internamente porque não gostava do que via no espelho e não me conformava com isso, já que, em tese, sou padrão desde o dia que nasci. Eu me achava feia e tinha muitas observações que não podia externalizar. Com o passar dos anos, a gente aprende a gostar do que está ali. De uma forma ou de outra, você se entende.
Dos seus 23 anos de idade, tem mais de duas décadas de carreira. Algum trabalho te marcou mais até aqui?
Tenho um lugar especial para a Ângela, que é a mais recente, personagem de Bom Dia, Verônica. Era uma história muito intensa e diárias de gravações longas. Ela me testou como atriz, desafiou os meus limites em cena. Sou muito apaixonada por ela. Não é a melhor, porque seria injusto dizer isso, mas marca uma grande virada para mim por ser a primeira personagem mais madura e densa que tive.
Onde te veremos em 2024?
No dia 14 de fevereiro, estreou a última temporada de Bom Dia, Verônica. Volto também com uma nova temporada do meu podcast e com De Volta aos 15 (Netflix) Há outros projetos saindo do papel, será um ano bastante movimentado.