A escolha consciente de não ter filhos é um posicionamento cada vez mais frequente e discutido no Brasil e no mundo. À medida que as mulheres conquistam mais autonomia sobre suas vidas, carreiras e saúde reprodutiva; a ideia de que a maternidade é uma obrigação ou destino inevitável é questionada. Os motivos são diversos: preocupações com carreira, estilo de vida, saúde, questões ambientais ou simplesmente a falta de desejo de ser mãe.

No entanto, a decisão de não ter filhos pode ser cercada por estigmas sociais e pressões culturais. Mulheres que optam pela não maternidade muitas vezes enfrentam questionamentos, julgamentos e até mesmo reprimendas por parte de familiares, amigos e da sociedade de modo geral. Isso reflete uma cultura que associa a feminilidade e a realização pessoal à maternidade, relegando as mulheres que optam por não seguir esse caminho a um status de marginalidade ou incompletude.

Brasileiras, não maternidade
e outros papéis maternos

A condição da mulher brasileira é definida pelo seu papel dentro da família e são múltiplos:

Mãe, filha, irmã, madrasta, neta, nora, sogra, esposa, enteada, tia, avó: um de cada vez ou todos ao mesmo tempo.

A forma como os desempenha define as vivências e a identidade social dessas mesmas brasileiras tanto na família, quanto na sociedade brasileira.

A trajetória das mulheres até aqui não foi fácil. A maioria das civilizações e sociedades se constituiu envoltas em um modelo patriarcal que coloca a mulher em uma posição de submissão aos homens. Isso foi enraizado ao ponto de, durante séculos, a maternidade ser encarada como uma questão compulsória.

A pessoa que se identifica como mulher não é uma mulher completa até preencher todos os requisitos sociais.

A maternidade
como função

O que é a maternidade?

Existe uma crença de que uma mulher só é considerada verdadeiramente adulta depois de ter filhos, do mesmo modo que uma mulher sem filhos é incompleta, imatura e irresponsável.

Então, essa expectativa ligada à maternidade está relacionada à cobrança para que as mulheres ajam de modo a corresponder a essa suposta essência feminina.

A maternidade compulsória é fruto dessa lógica. é a crença de que mulheres só serão plenas quando marcarem o check na função mãe — dentre as outras tantas tarefas da lista da feminilidade.

Afinal, se tornarem mães, não é o que as mulheres desejam?
Não é o que as mulheres fazem?

Fonte: Ana Luiza de figueiredo Souza, pesquisadora em temáticas maternas

Maternidade era um papel social

Por muitos séculos, em diferentes culturas se estabeleceu que a maternidade ocupa um lugar central do que se entende por identidade feminina.

A maternidade está ligada ao papel social e cultural da mulher construído pela sociedade. Mesmo diante de tantas conquistas, a esfera doméstica ainda permanece como um espaço historicamente — e exclusivamente — reservado às mulheres.

A mulher cresce acreditando que tem a função de cuidar e isso só compete a ela e ser mãe “seria” o principal papel da vida de uma mulher.

Fonte: Ana Luiza de Figueiredo Souza, pesquisadora em temáticas maternas e Caroline Mesquita, professora do curso de pós-graduação do departamento de psicologia da PUC Minas

A religião

Para a igreja católica, escolher não ter filhos é “uma forma de egoísmo”.

“Hoje vemos uma forma de egoísmo. Alguns não querem ter filhos. Às vezes têm um e param por aí, mas têm cães e gatos que ocupam esse lugar. Isso pode fazer as pessoas rirem, mas é a realidade. A negação da paternidade e da maternidade nos diminui, tira nossa humanidade, a civilização envelhece.” | Papa Francisco

Instituições hospitalares católicas vêem recusando realizar procedimentos contraceptivos, tanto para homens quanto para mulheres, sob a premissa de ser uma diretriz institucional, já que é “uma instituição confessional católica”.

A mãe brasileira

  • 11 milhões são mães solos;
  • 48% chefes da família;
  • Exausta;
  • Saúde mental comprometida – depressão e ansiedade;
  • Jornadas duplas ou triplas;
  • Excesso de atividades domésticas;
  • Pouca ou nenhuma rede de apoio;
  • Salários menores do que homens;
  • Menos cargos de liderança.

Ter filhos era importante

Na macroestrutura durante toda a história da humanidade, ter filhos era sobrevivência do corpo, da terra, da economia, do mundo.

Hoje, temos tecnologia para produzir alimentos mesmo com o encolhimento da população do planeta, assim como roupas, ensinos, cuidados e até mesmo as produções de excessos. 

Fonte: Maria Homem – Psicanalista, professora e pesquisadora

Ter filhos ou não? O que fazer para sobreviver?

No Brasil, 37% das mulheres não querem ter filhos

A nível mundial, esse número sobe para 72%

A não maternidade é uma decisão cheia de preconceito e estigma.
É considerada ilegítima e inaceitável.

Fonte: Think About Needs in Contraception (TANCO) e Bayer

NoMo

“Not Mothers” (Mães não)

*A taxa de reposição populacional é o índice de fecundidade necessário para equilibrar a quantidade de habitantes do mundo.

Fonte: IBGE Censo 2022, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA)

1,62 é a taxa de anual de fecundidade no brasil em 2022

  • Menos de dois filhos por mulher;
  • Abaixo da taxa de reposição populacional (2,1)*;
  • 6,3 filhos por mulher em 1960;
  • País tem hoje menor taxa de crescimento desde 1872.

Desde os anos 60

  • Métodos anticoncepcionais;
  • Mulheres entrando massivamente na força de trabalho.

*A taxa de reposição populacional é a o índice de fecundidade necessário para equilibrar a quantidade de habitantes do mundo.

Fonte: IBGE Censo 2022, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA)

 

Movimento “Child-Free”

Em inglês, os casais que decidem não ter filhos são chamados de “Child-Free” (literalmente, “livres de crianças” ou “sem crianças”).

A palavra “livre” foi escolhida por simbolizar o sentimento de liberdade e a ausência de obrigações experimentado pelos que decidiram voluntariamente não ter filhos.

O movimento defende a criação de espaços públicos sem crianças, como hotéis e restaurantes que possuem políticas de “espaços só para adultos”, proporcionando um ambiente tranquilo e relaxante para aqueles que desejam evitar o barulho e as interrupções associadas às crianças.

Maior grau de instrução

A probabilidade de uma mulher sem filhos ter estudado até o ensino superior é 112% maior do que na fatia de mães de crianças pequenas.

36% das mulheres sem filhos ingressaram na universidade, enquanto 9% estudaram apenas até o fundamental.

Entre quem é mãe:

28%

das mulheres com filhos até 12 anos têm o fundamental completo.

42%

das mães de jovens com idade de 13 a 17 anos concluem o fundamental.

17%

dessas mães completaram o ensino superior.

Fonte: Pesquisa Datafolha realizada entre os dias 9 e 13 de janeiro de 2023.

A decisão acontece cedo

São muitas as razões que levam os millennials e os jovens da geração Z a decidirem não ter filhos, mas existem diversas trajetórias comuns.

Existem pessoas que sabem no início da vida adulta que não querem filhos e nunca mudam de ideia.

Há pessoas que tomam essa decisão mais tarde e a proclamam como parte da sua identidade.

Já outras, ficam meio que em cima do muro sobre ter filhos ou não e podem mudar de ideia várias vezes.

Fonte: Elizabeth Hintz, professora de comunicação da Universidade de Connecticut, Estados Unidos.

Motivos:

  • A maternidade não atrai;
  • Medo de não conseguir voltar para o mercado de trabalho;
  • Medo de engravidar – questões físicas, hormonais e psicológicas;
  • Mudanças climáticas;
  • Ter filho é caro;
  • Insegurança com relação ao futuro;
  • Relação canguru aumentou de 20 para 40 anos;
  • Foco na carreira e nos estudos;
  • Foco nos hobbies;
  • Gostar de estar sozinha e ter silêncio;
  • Superpopulação;
  • Não ter rede de apoio/relacionamento com o parceiro/com a própria mãe/família/infância;
  • É uma obrigação social;
  • Ter filhos não é garantia de cuidados finais da vida.

As críticas:

  • “Sua cultura, seu patrimônio, você precisa passar de geração em geração”;
  • “Você vai mudar de ideia”;
  • “Você está concentrada demais na sua carreira”;
  • “Você não quer uma cópia pequena de você?”;
  • “Oh, mas você vai se arrepender”;
  • “Você vai morrer sozinha” ou “quem vai cuidar de você quando ficar mais velha?”;
  • “Você nunca vai conhecer o verdadeiro amor”;
  • “Você é fracassada, frustrada e infeliz!”;
  • “Você só é magra pois não teve filhos” ou “ você só conseguiu ser bem sucedida pois não teve filhos”.

No viés cristão

Crítica das pessoas da comunidade religiosa, online e dentro da própria congregação. Acredita-se que há uma rejeição com ênfase a bíblia sobre a procriação.

Os esteriótipos

As referências não maternas são muito menores do que as maternas e, quando aparecem, são figuras carregadas de estereótipos, como as vilãs, as madrastas más, as ressentidas e as solteironas.

"Árvore seca", "estéril", "figueira do inferno", "não mãe", "seca por dentro".

Fonte: livro “Ser mãe é f*d@! “(Editora Zouk, 2022) - Ana Luiza de Figueiredo Souza

“Em muitos casos, por mais que a maternidade possa ser difícil, acaba sendo mais reconfortante aderir a ela do que lidar com as cobranças, consequências e os estigmas de recusá-la. é mais provável que uma mãe encontre alguém com quem possa dividir os problemas maternais do que uma não mãe ter alguma rede de apoio para conversar sobre as angústias geradas pelo fato de ser a única entre suas amigas a não ter filhos.”

Ana Luiza Souza, autora – Ser mãe é f*d@

Fonte: livro “Ser mãe é f*d@! “(Editora Zouk, 2022) - Ana Luiza de Figueiredo Souza

Lei do Planejamento Familiar

A lei nº 9.263/1996 estabeleceu o planejamento familiar como um direito e orienta ações de atenção sexual e reprodutiva nos serviços de saúde do país, incluindo a contracepção.

Deve ser ofertado com esclarecimentos sobre os métodos que melhor se adequem às necessidades de cada pessoa, sem discriminação, coerção ou violência.

  • A norma foi alterada pela lei nº14.443/2022 para estabelecer as condições para o acesso à esterilização voluntária:
  • Redução da idade mínima para a esterilização voluntária para 21 anos;
  • Liberação para pessoas sem filhos (com a idade mínima);
  • Prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação de vontade e o ato cirúrgico;
  • Não é mais exigido o consentimento por parte do parceiro.

Fonte: Ministério da Saúde

Laqueadura

A Lei 14.443/2022 passou a valer em março de 2023.

De 2019 a 2022, foram realizados 324.272 procedimentos de laqueadura no SUS.

No caso de mulheres sem filhos ou com o status não informado, o número de laqueaduras praticamente dobrou nos últimos quatro anos: em 2019, foram 653 cirurgias. Em 2022, o número saltou para 1.241.

Existem casos de gravidez após realização da laqueadura, mas são raros. A taxa de falha é de cinco em cada mil mulheres.

Fonte: Ministério da Saúde

precisa-se de coragem para romper a maternidade como propósito feminino

Outros papéis
maternos

Mães de pets

O número de animais domésticos vem crescendo no brasil, passando de 132,4 milhões de animais em 2013 para 144 milhões em 2022.

Das casas que têm cachorros, 21% delas são de casais sem filhos (contra 9% de casas com pessoas morando sozinhas e 65% de casas com filhos).

Das que têm gatos, 25% delas são de casais sem filhos (17% pessoas morando sozinhas e 55% com filhos).

78%

dos brasileiros consideram o pet como um filho.

O ato de humanizar um pet é intrínseco à sociedade, já que estão em um contexto social dos humanos, acompanham os tutores e adquirem hábitos urbanos.

Fonte: IBGE, Pesquisa Doghero, em parceria com o portal Zap Imóveis, Instituto Nacional de Ações eTerapias Assistidas por Animais (INATAA), Radar Pet - Comissão de Animais de Companhia (COMAC) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Aaúde Animal (SINDAN).

Mães de plantas

Muitos jovens estão buscando mais plantas porque estão sentindo falta delas fora de casa.

A busca pela conexão com a natureza principalmente quando são forçados a permanecerem em locais fechados.

O cuidar de plantas oferece um tipo de família substituta, replicando as responsabilidades e recompensas dos papéis parentais.

Fonte: Vogue

Madrastidade

“Padrasto é herói, assumiu uma família. Madrasta é palavrão, está tentando ocupar o lugar da mãe”.

Os estereótipos criados pela sociedade atrapalham muito. As histórias da Disney sempre as colocam numa posição de bruxa má.

No inglês, a definição é mais interessante ‘step mother' ou 'step mom', que significa mãe substituta. Ser madrasta é um papel cheio de preconceitos da sociedade e pode ser um lugar muito solitário, por isso é importante abrir essa conversa e trazer para perto mulheres que precisem de apoio, de um lugar seguro para desabafar, de entendimento e empatia.

Ser madrasta também é maternar.

Fonte: Revista Crescer

Ser tia ou madrinha

“Tenho todas essas crianças adoráveis ao redor com quem eu realmente gosto de passar o tempo, e não tive que dar à luz ou passar noites sem dormir.”

Ser tia ou madrinha não é um prêmio de consolação — parece um grande bônus. Elas têm responsabilidades que não estão roteirizadas da maneira como as responsabilidades geralmente são pensadas, o que significa que podem ser negligenciadas quando se trata de situações como pedir licença para cuidar dos sobrinhos ou questões de herança.

Estão abrindo o caminho não só do que as mulheres podem se tornar, mas como as famílias podem mudar e o que significa fazer parte de uma comunidade.

Fonte: BBC Work Life

Influencers

Laqueadura sem filho

Patricia Matos Correia possui mais de 72 mil seguidores no perfil do Instagram @laqueadurasemfilho e compartilha informações sobre a lei do planejamento familiar e métodos contraceptivos, o direito ao livre acesso seja pelo sus ou pelo plano de saúde. É advogada, casada e escritora.

O direito de não ter filhos: o livro é um convite a ressignificação da função da maternidade (ou parentalidade) na construção da identidade de cada um de nós, possibilitando o espaço para pensamentos e vivências legítimas, possíveis e completas, na ausência de filhas(os).

Quarentamos

Rapha Avena, publicitária, tem 41 anos, possui mais de 280 mil seguidores no perfil do Instagram @quarentamos e conversa com as lobinhas 40+ anos e defende a liberdade de envelhecermos como quisermos.

“Confesso que nunca sonhei com a maternidade, desde criança quando pensava em mim adulta, me via uma mega empresária famosa internacional e nunca mãe de família. não condeno nem tenho aversão à maternidade, mas essa obrigação compulsória que muitas mulheres tem de seguir um script social nunca me pegou.

Eu seria uma mãe feliz caso acontecesse? sim, super! Mas a minha felicidade não depende de ser ou não ser mãe. até pq se fosse assim, nenhuma mãe teria depressão, ansiedade e uma série de problemas né?”

Ana Paula Padrão

Eu não tive filhos e, acredite em mim, a vida sem filhos não é uma vida vazia. Até pensei em engravidar tempos atrás quando a idade soou o alerta "agora ou nunca"! Algumas tentativas fracassadas me fizeram, no entanto, compreender que eu estava inventando uma frustração que não existia antes.

Eu não fui uma adolescente que sempre sonhou com uma casa repleta de filhos. No início da fase adulta também não pensei muito sobre o assunto. Diziam: Uma hora o desejo chega! Não chegou. No entanto, o contexto de uma relação estável e o prazo final estabelecido pela natureza me fizeram tentar. Quando desisti da história foi até com sensação de alívio.

Os tratamentos são intensos, provocam variações hormonais bastante severas e ainda passei pela dor profunda de perder uma gravidez na décima semana. Além dessa questão física, o mais importante é q minha cabeça não estava convencida: será que quero mesmo ser mãe ou estou sendo levada a cumprir o papel social esperado de uma mulher?

Thalita Rebouças

Maternidade é um negócio muito sério. Muito. Não ser mãe não é egoísmo, não é errado, não é pecado. Por favor, parem de julgar quem não deseja ter filhos.

O corpo é nosso. A vida é nossa. Que cada vez mais falemos sobre isso, pra tirar pelo menos esse peso dos ombros das mulheres mais jovens, que se questionam tanto sobre o assunto.

Respeito. Só isso que a mulherada quer.

Paolla Oliveira

Paolla falando, mais uma vez, sobre a pressão que sofre para cumprir papéis sociais, o que acaba ajudando milhares de outras mulheres que também se sentem pressionadas (ou que sequer haviam parado para pensar que existem outras possibilidades na vida).

"É uma cobrança social!"

Paolla Oliveira fala sobre a pessão que sofre para ser mãe. Ela comenta a cobraça que sofre dentro e fora de casa, principalmente por conta de sua idade. No Assim Como a Gente, no GNT.

Somos madrastas

Mari Camardelli começou o perfil @somos.madrastas com o objetivo de combater o preconceito com a palavra madrasta e o seu papel nas famílias.

Certa vez contei, ao me apresentar em uma reunião de trabalho, que sou madrasta de dois. uma pessoa me olhou perplexa e disse: mas você nem parece madrasta!!”. Essa frase prova que a gente precisa atualizar a história que contamos há mais de século sobre esse tema.

Quem parece uma madrasta? Uma bruxa com verruga no nariz? Uma autoritária interesseira que manda a enteada lavar o castelo? Uma mulher jovem que rouba aquele pai e faz uma nova família, impondo que ele esqueça tudo que viveu e construiu antes? Alguma espécie de interesseira que quer uma grande fortuna e por isso conta centavos que o pai gasta com seus filhos?

Sem filhos

Patricia Librenz começou o perfil @semfilhos com o objetivo de estimular reflexões para que a opção por não ter filhos deixe de ser um tabu e passe a ser respeitada.

Ela aborda os mitos e verdades sobre quem não tem filhos por opção e compartilhar um pouco sobre a sua decisão em não ser mãe.

É um espação para discutir os aspectos que envolvem a maternidade compulsória abordando o tema de uma forma  descomplicada, traduzindo conceitos acadêmicos para que o público compreenda por que a maternidade é tão cobrada socialmente, a ponto de termos que justificar o tempo todo para todos.

Mulheres SOS blog

Uma semana depois da lei da laqueadura vigorar, Mariany marcou uma consulta em uma clínica particular e, dois meses depois, realizou sua cirurgia. “Na noite anterior, eu não conseguia dormir de tanta felicidade, é muita emoção”.

A piauiense pediu para o profissional “tirar todas as trompas, as mostrasse a ela e que colocasse Implanon (chip anticoncepcional) como uma garantia a mais para não gestar nunca”.

Os seus vídeos sobre laqueadura somam mais de 30k de visualizações no TikTok.

Mãe arrependida

Karla Tenório iniciou o perfil @maearrependida para falar abertamente sobre os tabus da maternidade.

Este perfil também serve às mulheres que não são mães, não querem ser, e precisam de alívio para a pressão social que sofrem ao serem julgadas egoístas. Essa pressão causa exclusão, inadequação, e faz a mulher se sentir à margem do sistema.

Uma mãe que decide não ter filhos (seja pelo motivo que for) está sendo também revolucionária ao não ceder a maternidade compulsória.

A mulher precisa estar minimamente preparada e consciente sobre o que é a maternidade real antes de ficar grávida. é preciso se autoconhecer antes de parir uma outra alma neste planeta.

É importante reconhecer que a não maternidade não significa necessariamente uma vida sem vínculos familiares ou sem significado. Muitas mulheres encontram realização e propósito em outras áreas de suas vidas, como suas carreiras, relacionamentos, comunidades e hobbies. Além disso, esta também pode ser uma escolha temporária, com mulheres adiando a maternidade para períodos mais tardios de suas vidas.

Por fim, cabe ressaltar que a não maternidade é uma decisão pessoal e individual, que deve ser respeitada.

Realização:
Planejamento TV Globo | Luciana Almeida, Thatiana Baccarini, e Rafael Aguiar 

Diagramação: Daniel Frias, Izabella Donafe e Lucas Gomes

Edição: Pamela Machado e Tiago Lontra

Vídeo de capa: Pexels
Marcus Aurelius

Imagem de capa: Gettyimages - JLco - Julia Amaral

Outras imagens: Freepik
freepik
fabrikasimf
rawpixel.com
Drazen Zigic

compartilhe

continue com gente

Etarismo e gênero no mercado de trabalho

No Mês da Mulher, Live do Valor discute a luta pela equiparação salarial entre homens e mulheres sob o recorte etário

6 mar 2024

por Valor Econômico

Além do Gênero

A mulher brasileira e o audiovisual sem filtros

Como o entretenimento se relaciona com os sentimentos e impressões dessas mulheres?

8 mar 2024

por GNT

Além do Gênero

 Donas da Casa: o papel da mulher na organização familiar

Séculos de patriarcado e serviços domésticos comprovam: as mulheres são as verdadeiras chefes do lar

16 fev 2024

por Globo

Tendências de Consumo

Multiparentalidade e preconceito: as dificuldades enfrentadas por famílias formadas por dois pais ou duas mães

Como o conservadorismo impacta as dinâmicas de famílias multiparentais

19 out 2023

por Globo

Além do Gênero

Maternidade e Mercado de Trabalho

Live do Valor Especial Dia Internacional da Mulher aprofunda o debate sobre o impacto da maternidade na vida das mulheres

9 mar 2023

por Valor Econômico

Além do Gênero

Maternidades Plurais

Diversidade das mães brasileiras: sentimentos, demandas e hábitos de consumo

8 jun 2022

por Sintonia com a Sociedade

Além do Gênero