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Por Arcílio Neto — Recife


Voltando cerca de 15 anos na máquina do tempo, dois adolescentes deixaram seus estados para buscar o sonho de serem jogadores de vôlei. O tempo passou, eles conseguiram se tornar atletas e no dia 28 de abril de 2024 conquistaram o auge na carreira. Os nomes deles são Douglas Pureza e Thiaguinho e ambos foram determinantes no título do Sesi-Bauru na Superliga Masculina de vôlei 2023/24.

Sesi-Bauru vence Campinas e fatura bicampeonato da Superliga

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O time venceu o Campinas por 3 a 0, neste domingo, no ginásio Geraldão, no Recife. De quebra, os dois foram eleitos como os melhores de suas posições da competição. A dupla foi revelada na própria base do Sesi.

Pureza foi escolhido como o melhor líbero, enquanto Thiaguinho faturou o prêmio de melhor levantador do campeonato e o VivaVôlei como melhor jogador em quadra da grande final.

Na entrevista ao ge, logo após o título e as vitórias individuais de cada um deles, a dupla relembrou suas versões infantis e o sonho que carregavam na mala quando deixaram suas terras.

Aos 27 anos, o carioca Douglas Pureza foi um dos pilares do time do interior paulista nesta temporada. No mata-mata teve um edema na coxa, chegou a ficar fora de dois jogos da semifinal e conseguiu voltar mesmo distante dos 100% da sua condição física.

– É a realização de um sonho de um menino que saiu da comunidade do Rio de Janeiro, aprendeu o vôlei com a irmã e agora estar na final de uma Superliga. Não é fácil chegar aqui, tive contratempo em uma semifinal que poderia me tirar do resto da competição, mas sou grato a todo departamento médico do Sesi, que me ajudou. Tiveram a iniciativa de me mandar a São Paulo para me recuperar. E estar dentro de quadra, podendo jogar sem dor e ganhando uma Superliga, é a coroação que eu fiz. A gente se doa muito: onze meses treinando todos os dias, desde às 7h da manhã, depois volta à tarde. É uma emoção que não cabe no peito – relembrou o líbero do Sesi-Bauru, que também mostrou orgulhosamente seu leque e a bandeira em alusão ao LGBTQIAP+, como um dos representantes do movimento.

Líbero do Sesi-Bauru, Douglas Pureza celebra título da Superliga — Foto: Fernanda Oliveira/Recife

O levantador Thiaguinho, por sua vez, jogou a final praticamente em casa. O paraibano de João Pessoa contou ter saído de casa aos 14 anos de idade. Ele revelou que chegou a atuar pela seleção pernambucana e que seus melhores amigos são também do Recife.

Atualmente com 30 anos de idade, Thiaguinho estava tão em casa que ganhou o prêmio de jogador da decisão deste domingo no ginásio Geraldão.

– É um presente que a vida está me dando. Eu saí de casa em João Pessoa com 14 anos, para tentar o vôlei, minha família apostou no meu sonho. Jogar uma final de Superliga, mesmo que eu tivesse perdendo. Só de estar aqui com a família e os amigos é um presente. Estou tentando processar tudo isso ainda: melhor do jogo e melhor levantador. Eu só quero aproveitar cada momento. É um grupo muito jovem, que batalhou muito, lutou contra os erros, muita gente jogou a primeira Superliga – exaltou Thiaguinho.

Thiaguinho e Darlan, do Sesi-Bauru, comemoram ponto na final da Superliga — Foto: Fernanda Oliveira/Recife

O Sesi-Bauru conquistou o segundo título de sua história, sendo o primeiro na nova cidade. Após terminar a primeira fase na terceira posição, o time do interior paulista passou por Araguari nas quartas de final, Joinville na semi e Campinas na grande final.

A outra taça da equipe havia sido na temporada 2010/11, quando o clube ainda jogava na Vila Leopoldina, em São Paulo.

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