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Por Redação do ge — Jundiaí, SP


Potencial comprador do Paulista, o empresário Pedro Mesquita disse que a capacidade de renegociação da dívida do clube será determinante para que o negócio seja fechado.

Os débitos do Galo de Jundiaí estão estimados em cerca de R$ 50 milhões e, a partir de agora, o clube passará por uma auditoria que deve durar quatro meses.

Pedro Mesquita e Rodrigo Peterneli, presidente do Paulista em coletiva sobre SAF do clube — Foto: Gustavo Amorim/Paulista FC

Ao fim do processo, o CEO da Exa irá decidir se prossegue ou não com a criação e aquisição da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube.

– Nós escolhemos o Paulista porque acreditamos muito na recuperação desse clube por diversos motivos. Quando olhamos do ponto de vista financeiro, que fique bem claro, vem muita pergunta sobre o que o investidor vai ganhar. Não estamos olhando apenas pelo lado financeiro, mas sim pelo projeto – disse Mesquita em entrevista coletiva nesta sexta-feira para falar sobre a negociação.

– Vamos fazer um diagnóstico claro nesses quatro meses, a renegociação dessa dívida é essencial para que o projeto parte de pé. Pois precisamos renegociar, honrar nossos compromissos e poder investir no campo para que o Paulista volte a ter protagonismo no cenário estadual e nacional – completou.

Mesquita disse ter em vista um projeto de "pelo menos 10 anos" para o Paulista. O empresário esteve envolvido na criação das SAFs de vários clubes brasileiros, como Cruzeiro, Botafogo e Coritiba.

Estádio Jayme Cintra está nos planos da Exa — Foto: Emilio Botta

Homem forte

De acordo com o CEO da Exa, os advogados que trabalharão na auditoria do Paulista estão sendo contratados. Já a criação da SAF e a consultoria esportiva ficarão a cargo do ex-zagueiro Paulo André.

O ex-jogador do Corinthians trabalhou com Pedro Mesquita no Cruzeiro, onde foi dirigente da SAF do clube, mas se desligou recentemente.

De acordo com Mesquita, a intenção é que, ao firmar o negócio, Paulo André siga "a longo prazo" atuando na gestão do Paulista.

Ex-Cruzeiro, Paulo André deve atuar na criação da SAF do Paulista — Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

O projeto

Embora a negociação dependa do resultado da auditoria, Pedro Mesquita falou sobre alguns dos planos que tem para o Paulista.

Na visão do empresário, o clube deve figurar na elite estadual e, pelo menos, na Série B do Campeonato Brasileiro. Para isso, porém, ele disse contar com apoio.

– Não esperem milagres, investimentos a torto e a direito. Esse é um projeto da comunidade, eu vim para colocar meu capital, mas estar junto com o empresariado local nesse projeto. Sem ele, não chegaremos onde almejamos. Os planos são ambiciosos, mas os pés estão no chão.

Auditoria no Galo de Jundiaí deve durar quatro meses — Foto: Gustavo Amorim/Paulista FC

Questionado sobre as chances de a venda não ser concretizada, em referência à negociação com a Two Me, que foi iniciada, mas não se firmou, Mesquita disse apostar na sua "credibilidade no mercado".

– Nem sabia desse processo. Posso garantir que tenho um histórico de muita credibilidade no mercado. Participei e fiz ativamente as principais transações do futebol brasileiro. Não sou um aventureiro com uma empresa escondida em algum lugar do mundo. Minha empresa está na Faria Lima, meus investidores estão próximos. O que vai determinar se vai acontecer ou não a transação se não conseguirmos o que achamos razoável dentro da renegociação dessa dívida.

O empresário também foi questionado sobre a possibilidade de mudanças no nome ou no escudo do clube diante de uma possível venda, mas disse que isso dependerá do surgimento de um potencial parceiro e da aprovação da torcida e do conselho.

– Não é nosso projeto, lembro do Etti Jundiaí, mas hoje não existe nada e nenhuma parceria contratada. Estamos aqui de peito aberto para definir o que é melhor para o clube. Se um dia houver a possibilidade de um parceiro que queira investir no clube, podemos deixar essa decisão para a própria torcida e conselho. Entendo o que o futebol significa. A tradição, o passado valem muito. Hoje não há. Pode ser que venha a existir e, se houver, haverá um debate.

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