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Por Redação do ge — Campinas, SP


O sonho de Eduardo Baptista foi realizado e o técnico conseguiu enfrentar o pai dele, Nelsinho Baptista, em uma partida de futebol. E não foi em qualquer amistoso comemorativo. Foi na 10ª rodada da Série B do Brasileiro no jogo entre Novorizontino e Ponte Preta.

Nelsinho e Eduardo Baptista em Ponte Preta e Novorizontino

Nelsinho e Eduardo Baptista em Ponte Preta e Novorizontino

A Macaca, comandada pelo pai Nelsinho, levou a melhor e venceu por 1 a 0 neste sábado, no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas. Na entrevista coletiva de Eduardo, logo após o confronto, o assunto dominante foi o duelo entre pai e filho.

O treinador do Tigre do Vale brincou sobre a semelhança física e nos gestos que tem com seu pai.

– Às vezes acordo de manhã, me olho no espelho, dependendo do perfil que olho, vejo meu pai. Para mim é uma honra. O dia de hoje vai ser inesquecível, as fotos que eu tiver ao lado dele trabalhando vão ser guardadas. Ele é um dos maiores treinadores do futebol brasileiro, um estrategista. Poucos treinadores, até mesmo essa nova safra de estrangeiros, você vê durante a partida alterar o jogo. Hoje ele alterou umas quatro vezes. Aí eu conhecendo ele um pouquinho, sabia o que vinha e nos preparamos bastante. Ele é um cara que está em outra prateleira. Ele fez a carreira no Japão e hoje é um Deus no Japão. Ele estar aqui hoje, e principalmente na Ponte Preta, é um bem para o nosso futebol – falou.

Eduardo Baptista fez uma retrospectiva e lembrou da inspiração que tinha (e tem) no pai, tanto na época de jogador, quanto como técnico.

– Primeiro eu cresci e queria ser jogador como ele. As coisas não aconteceram para mim. Aí ele já me mandava estudar e fui estudar. Depois de alguns anos, ele me dá a oportunidade ao lado dele. Eu aprendo, mas começo com ele como preparador físico. Ele me dá os insights da parte técnica: 'a parte física tem que ser atrelada à parte técnica'. E eu comecei a estudar a parte tática. Quando ele me dá a confiança no Japão, ele diz: 'você vai cuidar da área física, mas você vai auxiliar e vai me ajudar no campo'. Tudo isso me traz aqui hoje. Passou um filme pela minha cabeça hoje de que ele foi responsável por tudo isso que aconteceu na minha vida. Como lidar com as vitórias, como lidar com as derrotas, como respeitar o staff. A Ponte Preta vai sentir isso, como ele respeita cada funcionário. É sensacional sentar do lado dele e estar em um nível igual – falou Eduardo Baptista.

Encontro entre Nelsinho Baptista e Eduardo Baptista — Foto: Marcos Ribolli/Pontepress

O técnico do Novorizontino exaltou o jogo, mas lamentou a expulsão de Patrick aos 22 minutos do primeiro tempo.

– É meu ídolo. Independentemente do resultado, eu fui vencedor. Você poder estar lado a lado do cara que você aprendeu, que você admira. E isso apenas do lado profissional. Foi um grande jogo, estratégia dali, estratégia daqui. Ele me conhece, conhece o Novorizontino a fundo. Conversávamos bastante e eu também conheço o que ele pensa. Pena que a expulsão que tirou um pouco da essência do jogo e limitou um pouco a gente, mas foi um grande dia – comentou.

Nelsinho Baptista, da Ponte Preta, e Eduardo Baptista, do Novorizontino — Foto: Higor Basso/Novorizontino

11 minutos após a expulsão do zagueiro do Tigre, a Ponte fez o único gol do jogo. Eduardo Baptista falou sobre o lapso de atenção do seu time, segundos antes de sofrer o gol de Gabriel Novaes.

– O gol que tomamos hoje serviu de lição. Não foi nenhum gol tático. Tinham seis jogadores em volta do árbitro para saber do VAR. Falamos sempre que o VAR não vai mudar, que não adianta gritar. A Ponte Preta teve um insight mais forte, bateu rápido, tomamos o gol e definiu a partida. É mais uma situação que temos que trabalhar, orientar os atletas para que não interfira no resultado do jogo.

– A gente sabia que ia ter dificuldades aqui, a Ponte Preta vem crescendo, sendo trabalhada, acho que até os 22 minutos, a expulsão, o Novorizontino vinha bem, controlando a Ponte Preta, conseguindo chegar, achar os espaços que a gente queria, mas depois da expulsão, jogar com um a menos aqui é muito difícil. Tentamos ajustar algumas situações, mas acabamos levando o gol. No segundo tempo tentamos buscar um ajuste, equilibramos o jogo em algumas situações, mas infelizmente não conseguimos chegar ao gol. Tem maneiras e maneiras de se perder, nós brigamos, lutamos, com um a menos não é fácil, os atletas foram nos seus limites, mas temos de descansar que terça tem outro embate, temos perdas novamente e temos de pensar nas soluções – finalizou Eduardo Baptista.

Ponte Preta x Novorizontino - Melhores Momentos

Ponte Preta x Novorizontino - Melhores Momentos

O Novorizontino já volta a campo nesta terça-feira, às 21h, quando recebe o Amazonas no estádio Jorge Ismael de Biasi, em Novo Horizonte. O Tigre do Vale ocupa a 11ª posição com 14 pontos conquistados, três abaixo do G-4 e seis acima do Z-4 da Série B.

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