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Por Kaique Castro — Franca, SP


Desde sua chegada ao Sesi Franca Basquete há cinco anos, Lucas Dias tem se consolidado como peça fundamental na prancheta do técnico Hélinho Garcia. Mesmo diante da perda do renomado "Big 3", formado também por Lucas Mariano e Georginho, o ala-pivô continua a liderar o time na busca por mais títulos e já lidera na corrida de MVP do NBB, com suas médias de 20,3 pontos e 9,8 rebotes por partida. Com sua estrela em quadra, a equipe francana estreia neste sábado na Copa Super 8 diante do Unifacisa, às 17h, no Pedrocão.

Franca enfrenta Unifacisa pelo Super 8, no Pedrocão

Franca enfrenta Unifacisa pelo Super 8, no Pedrocão

A decisão de Lucas Dias de permanecer no Franca na temporada 2020/21, quando houve uma redução salarial por conta da Covid-19, foi um marco em sua carreira e hoje, três anos depois mostra que seu sonho de se tornar um ídolo na cidade se tornou real.

– Sempre acreditei no projeto de Franca. Aquele ano da pandemia, quando a gente desmontou o time, eles conversaram comigo sobre a reestruturação. Eles sempre acreditaram também no meu potencial. Franca é um lugar que eu sempre tive vontade de ficar com a minha família. É um lugar onde sempre me respeitaram, sempre me trataram muito bem, então foi uma decisão fácil. Eu sabia que no momento era um momento muito difícil assim para o time, porque a gente estava vindo de dois anos muito bons – contou Lucas Dias.

Lucas Dias tem liderado Franca em pontos nesta temporada — Foto: Marcos Limonti/Sesi Franca Basquete

Ao longo de sua trajetória em um dos clubes mais tradicionais do Brasil, o ala-pivô mostrou comprometimento com o sucesso da equipe, mesmo quando precisou dividir o protagonismo com outros astros.

– Quando a gente montou o time (com o Big 3) eu sabia que, pra ser campeão, cada um do time tinha que liberar um pouco o seu ego, né? E sempre pensar no time. A gente pensa em ser campeão. O time inteiro entendeu isso. No primeiro ano a gente sofreu um pouco ali no Paulista, principalmente no entrosamento. Mas acho que essa dificuldade fez parte do processo, tinha um propósito. Daí chegou no brasileiro, a gente ganhou.

Lucas Dias e o técnico Helinho beijam o troféu da Copa Super 8 — Foto: Divulgação/NBB

Lucas agradeceu à família pelo sucesso atual, e fez questão também de exaltar sua relação com Helinho Garcia, a quem chama de "coach" e demonstra um carinho especial.

– Nos dois primeiros anos que cheguei era novo ainda e o Helinho foi uma peça fundamental nesse crescimento que tive. Não só ele, como minha família também. Minha esposa e meu irmão estão o tempo inteiro comigo. O coach é sem comentários. Agradeço por tudo que ele faz por mim, não só como técnico, mas como um pai. Está sempre me aconselhando, sempre presente nas minhas decisões, até sobre o negócio ele me ajuda.

O desafio de liderar a equipe após o "Big 3" ser desfeito, revelou mais uma vez o talento de Lucas Dias. Nesta temporada, suas médias o aproximam da temporada 2020/21, quando teve seus melhores números, com 22,8 pontos por partida.

– Acredito que a cada ano eu crio uma história diferente aqui. Se hoje me tornei assim é por causa desses atletas que passaram por aqui. Aprendi muito com André Góes, o Jhonatan, Lucas Mariano, DJ… Naquele ano da pandemia tive um papel e acho que aquilo me transformou no Lucas Dias que sou hoje. Claro, também aquilo que vivi no Pinheiros e no Paulistano. Por tudo que passei na minha vida. Ainda sou novo e acredito que vou conquistar muito mais e espero que seja aqui no Franca.

Ao lado de David Jackson, Lucas Dias recebeu título de cidadão francano no ano passado — Foto: Marcos Limonti/Sesi Franca

Além de seu desempenho em quadra, Lucas Dias também demonstrou capacidade de liderança quando foi desfalque na série final do último NBB devido a uma cirurgia de emergência de apendicite. Quis o destino que seu retorno fosse triunfal. O time buscava o inédito título intercontinental e com "aquela cesta", nos segundos finais da decisão contra o Bonn, clube alemão, eternizou seu nome na história do clube francano.

– O LD pra mim é um ídolo. A partir da vinda dele, começou uma nova página na história vencedora do time. Ele faz parte dessa mudança. Fora a simpatia e carisma com a torcida. Meu filho joga e tem ele como referência. A forma que ele lida com a torcida, faz com que ele tenha um lugar especial aqui – disse o Leandro Teodoro, torcedor do Franca.

Lucas Dias comemora título intercontinental do Franca conquistado em 2023 — Foto: Marcos Limonti/Sesi Franca

Recentemente, em partida do NBB, Lucas, ao lado de Márcio, liderou a equipe à vitória contra o Fortaleza, aproximando o time da liderança na competição. A temporada atual ainda está na metade, mas os torcedores já entraram na discussão se a camisa dele deve ser aposentada. Em Franca, só a camisa 8 de Hélio Rubens recebeu essa homenagem.

– Eu acho que seria interessante se tivéssemos essa tradição (de aposentar camisas) até porque antes do Lucas vários nomes foram importantíssimos na história do clube: Chuí, Rogério, Demétrius, Helinho, Fausto, Robertão, Dexter, Dornelles, e muitos outros. Foram jogadores vencedores por Franca que não tiveram suas camisas aposentadas. Eu concordo (na aposentadoria da camisa 9) desde que sejam respeitados esses grandes nomes do passado que tem o nome na história dos grandes títulos de Franca – finalizou o torcedor

O Franca buscará o tricampeonato da Copa Super 8. A equipe foi campeã em 2020 e 2023, ambas contra o Flamengo.

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