Duas representações e muitos objetivos em jogo. O paradesporto da região de Presidente Prudente busca aumentar seu rol de conquistas, e o próximo desafio é o Mundial de Atletismo Paralímpico. As provas começaram nesta sexta-feira (17) – noite de quinta (16) no horário de Brasília – e vão até o próximo sábado (25), no Kobe Universiade Memorial Stadium, em Kobe, no Japão.
Os dois nomes do Oeste Paulista presentes são Eduardo dos Santos Pereira, do arremesso de peso, e a velocista Jerusa dos Santos. A competidora está ao lado do atleta-guia prudentino Gabriel Garcia e do marido e treinador, Luiz Henrique Barbosa da Silva. O primeiro compromisso foi como porta-bandeira do Brasil, na cerimônia de abertura.
Enraizada em Prudente, a acreana Jerusa dos Santos tem 42 anos e é a recordista mundial nos 100m da categoria T11 (deficiência plena da visão). Em março de 2021, correu 11s83 e quebrou o recorde que já era dela desde 2019 – 11s85. Em 2023, repetiu a melhor marca da carreira.
Outro recorde assegurado pela velocista é o de maior medalhista do Brasil em mundiais paralímpicos da modalidade. Foram dois ouros só no de Paris, no ano passado (nos 100m e 200m). Ao todo, são nove medalhas: quatro douradas e cinco de prata.
A estreia de Jerusa dos Santos será na segunda-feira (20) de manhã – noite de domingo (19) no Brasil –, nas eliminatórias dos 100m T11. A eliminatória dos 200m está agendada para a quinta-feira (23) – noite de quarta (22) no Brasil. A delegação brasileira viajou no último fim de semana, buscando adaptação principalmente ao fuso horário. O técnico Luiz Henrique deixou o Brasil na madrugada de terça para quarta (15).
No arremesso
Eduardo dos Santos Pereira faz 43 anos em junho. Natural de Cubatão, o despontar no esporte ocorreu por meio do handebol. Chegou ao posto de professor da modalidade, dando aula em Álvares Machado, já dentro de sua ligação com o Oeste Paulista.
O arremessador de peso é da categoria F34 (paralisia cerebral). Atua pela Associação Paradesportiva do Oeste Paulista (Apop), parceira da Secretaria Municipal de Esportes (Semepp). A disputa da prova entra na agenda do sábado (25) – noite de sexta (24) no Brasil –, último dia do Mundial de Kobe. Ainda será necessária a confirmação sobre uma eventual eliminatória, um dia antes.
Campeão nacional três vezes, Eduardo estabeleceu o recorde das Américas em uma disputa internacional, em abril. Na oportunidade, ele também divulgou a obtenção do índice para as Paralimpíadas. O feito permitiu alcançar a meta de ir ao Mundial e ser o primeiro convocado do projeto. Em fevereiro, garantiu a prata em uma competição também de nível internacional, em Dubai.
O Brasil levou a Kobe 46 atletas e 10 atletas-guias, segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). A competição é realizada no mesmo ano dos Jogos de Paris, uma vez que foi adiada em razão da pandemia da Covid-19, em 2021. Na edição de Paris, em 2023, o Brasil registrou sua melhor participação, com 14 ouros, 13 pratas e 20 bronzes (47 no total).
Também ligado à região
Já enraizado em Maringá (PR), o velocista Vinícius Gonçalves Rodrigues possui ligação com o Oeste Paulista por meio de Rosana e Iepê. Precisou amputar a perna esquerda aos 19 anos, após sofrer um acidente de moto. Uma visita da paratleta Terezinha Guilhermina o fez seguir no atletismo paralímpico.
Neste ano, o competidor da categoria T63 (para amputados) ganhou ainda mais projeção ao participar do reality show Big Brother Brasil (BBB). Foi prata no Mundial de Paris e nos Jogos de Tóquio, nos 100m. No Mundial de Dubai, em 2019, subiu ao terceiro lugar do pódio na mesma prova.
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