Em entrevista ao ge, o presidente do clube que foi fundado há dez meses, Rodrigo Duarte, fez um balanço da participação do Aster na Copinha e falou dos planos para o futuro.

O Aster Itaquá entrou na Copinha com a missão de fazer história. E cumpriu. Pautado pelo sucesso do Aster Brasil, clube coirmão do Espírito Santo, que chegou até a segunda fase na última edição, o time paulista tinha como objetivo melhorar o desempenho.

Anfitrião do Grupo 23, sediado em Itaquaquecetuba, o Aster terminou a primeira fase na liderança, com sete pontos, sendo duas vitórias e um empate, deixando para trás o Sport-PE. Nas eliminatórias, a equipe eliminou Oeste, Palmeiras e Atlético Guaratinguetá, antes de cair para o Rubro-Negro carioca.

Apesar disso, sob o comando do técnico Valter Santos, o time terminou a campanha de forma invicta, com cinco vitórias e dois empates, além de 11 gols marcados e apenas três sofridos. O melhor desempenho de um clube da região do Alto Tietê na história do torneio.

– Nossa expectativa de desempenho dentro de campo era grande. Quando caímos no grupo e o chaveamento foi contra o Palmeiras, enxergamos uma oportunidade de mostrar nossa capacidade técnica, organização e estrutura, refletindo isso nos resultados dentro de campo. E foi isso que aconteceu. Tínhamos certeza de que faríamos bons jogos, equilibrados, embora não soubéssemos qual seria o desempenho exato, a certeza era de bons jogos.

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– Quando enfrentamos o Palmeiras, eu, particularmente, via uma grande chance de ganharmos, pelo nível do nosso time e a maturidade, resultando em um bom desempenho. Isso nos proporcionou a exposição desejada perante o público em nível estadual, nacional e até internacional. Temos parceiros em Portugal, Espanha e Inglaterra, onde o Palmeiras é bastante acompanhado devido ao Abel Ferreira, gerando projeção e feedback positivo.

– Nos jogos seguintes contra Guaratinguetá e o próprio Flamengo, no qual fomos eliminados, o time teve uma boa performance, especialmente no primeiro tempo, onde dominamos o Flamengo. No segundo tempo, infelizmente, faltou um pouco mais da parte física; mesmo assim, não perdemos, saindo de maneira invicta. Então, dentro de campo, foi muito bom, um pouco acima do que esperávamos.

O reflexo do desempenho dentro de campo foi comprovado pela adesão da população de Itaquaquecetuba, que não contava com um clube de futebol há mais de 23 anos. A torcida compareceu em peso e lotou as arquibancadas nos jogos no Campo do Brasil, que tem capacidade para mais de 3.800 pessoas, além de acompanhar o time fora de casa contra o Palmeiras, em Barueri, e Flamengo, em Osasco, enchendo mais de dez ônibus de Itaquá até os locais das partidas.

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– No entanto, a surpresa mais destacada foi o engajamento da cidade e da torcida, não apenas em Itaquá, mas em toda a região do Alto Tietê. O público expressivo tanto na cidade quanto fora dela nos impressionou, ultrapassando as expectativas. Esperávamos uma boa receptividade, mas a forma como a torcida nos tratou e apoiou foi surpreendente, gerando uma sinergia contagiante. Agora, nossa intenção é retribuir esse apoio nas próximas categorias, incluindo o Paulista.

Clube-empresa com o objetivo de descobrir talentos para negociar no mercado nacional e internacional, o Aster deve movimentar o mercado de transferências. De acordo com o presidente do clube, jogadores que participaram da campanha na Copa SP e até mesmo a comissão técnica têm despertado interesse de outras equipes.

– Em relação ao desempenho e visibilidade dos atletas, houve uma exposição significativa. Todos os jogadores, titulares e substitutos, receberam consultas de times, incluindo da primeira e segunda divisão do brasileiro, além de equipes estrangeiras de Portugal, Espanha, Itália, entre outros países europeus e dos Emirados Árabes. Estamos em negociações, com aprovações e acordos verbais já obtidos, aguardando formalizações de processos. Um exemplo concreto é o caso do Gustavinho, nosso camisa 11, destaque na competição, que está se transferindo para o Vila Nova, de Goiás, para disputar o Campeonato Goiano e a Série B.

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– A nossa Comissão Técnica também recebeu consultas de times da Série A e Série B do Brasileirão, especialmente para suas equipes Sub-20. Caso haja saídas na equipe do Sub-20, estamos prontos para a reposição, mantendo um trabalho conjunto. Até o momento, a intenção é manter toda a equipe técnica, e para os atletas, estamos encaminhando as negociações, enquanto já mapeamos e iniciaremos as avaliações em fevereiro para a captação de novos talentos na cidade e região

Ainda em 2024, o Aster Itaquá deve ter como principal desafio a disputa do Campeonato Paulista sub-20, que terá início no segundo semestre. Além disso, o clube também vai focar no desenvolvimento de outras categorias menores.

– Para a temporada de 2024, iniciaremos as categorias Sub-17, Sub-15, Sub-13 e Sub-11, participando do Campeonato Paulista e de torneios específicos. Estamos concluindo a reforma dos alojamentos, visando proporcionar maior conforto aos atletas, complementando a infraestrutura bem estabelecida de treino e campo. Em breve, esperamos definir a situação para a construção do nosso centro de treinamento em Itaquá. O objetivo principal é concentrar esforços no desenvolvimento das novas categorias e na preparação para a Copinha de 2025.

E o futebol profissional? Tamanho o sucesso na primeira grande competição oficial, deve antecipar os planos da diretoria. Ter uma equipe profissional no próximo ano está nos planos do clube de Itaquaquecetuba, de acordo com Rodrigo.

Se concretizado, o Aster Itaquá deve começar a trajetória no profissional a partir do Paulista da Segunda Divisão, que atualmente é equivalente ao quinto escalão do estado.

– Temos planos ambiciosos. Inicialmente, pensávamos em competir no profissional em 2027 ou 2026, mas considerando a recepção da cidade, estamos avaliando a possibilidade de antecipar para 2025. Já estamos em conversas com patrocinadores para o próximo ciclo, pois a exposição foi excelente. O interesse do prefeito, secretário e torcida em relação ao profissional é evidente, e pretendemos estruturar essa transição. Se estivermos prontos, a intenção é entrar no cenário profissional já em 2025, mantendo a mesma característica de uma equipe nova e competitiva, como foi na Copinha, seguindo nossa postura e DNA.