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Por Heitor Esmeriz — Campinas, SP


Quis o destino que o duelo entre Nelsinho e Eduardo Baptista fosse no Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas. A partir das 17h deste sábado, pela décima rodada da Série B do Brasileiro, o pai estará no banco da Ponte Preta, enquanto o filho ficará à beira do campo para o Novorizontino.

O local deixa o encontro ainda mais simbólico: na cidade onde os dois nasceram, no estádio onde eles surgiram para o futebol.

Nelsinho Baptista e Eduardo em encontro no Sport, em 2015 — Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press

- É uma condição a mais. Nossas famílias moram em Campinas. A expectativa, não só nossa, mas de toda a família é grande. Minha família toda é pontepretana, até brinquei perguntando para quem iriam torcer. E eles ficaram na dúvida. Acho que a torcida será para os dois fazerem um bom trabalho - disse Nelsinho sobre a coincidência de enfrentar o filho no Majestoso.

Era fim da década de 1960 quando Nelsinho iniciou a carreira pela Ponte Preta como lateral-direito - foi capitão do time campeão paulista da Divisão Especial, em 1969, antes de se transferir para o São Paulo. Foi a primeira página da extensa relação profissional da família Baptista com a Macaca - para além dos laços afetivos.

Nelsinho Baptista na estreia pela Ponte Preta — Foto: Diogo Reis/ PontePress

Depois, já como técnico, Nelsinho ainda comandaria a Ponte por outras três oportunidades até a atual passagem, iniciada no fim de maio, após 17 anos longe do Majestoso. Com 118 jogos, ele é o décimo treinador que mais dirigiu o clube na história.

A trajetória do pai aproximou Eduardo da Ponte também. Além de acompanhar do Majestoso os jogos de Nelsinho - já como técnico na década de 1980, foi no estádio que Eduardo deu os primeiros passos no futebol - dentro e depois também fora de campo.

– Fiz minha categoria de base na Ponte Preta, fui treinador e temos uma história construída em Campinas. Agora é torcer para que as coisas deem certo para ele, porque é um cara do bem – comentou Eduardo.

Nelsinho Baptista e Eduardo Baptista (criança em pé) em foto da década de 1970 — Foto: Arquivo pessoal

No início do século, Eduardo passou a fazer companhia para o pai também profissionalmente. O primeiro clube que os dois trabalharam juntos? A Ponte Preta. Foram dez anos de parceria, com Eduardo como preparador físico dos times treinados por Nelsinho no Brasil e também no Japão até seguir carreira solo, a partir de 2014.

O Majestoso também já fez parte da história de Eduardo como técnico em duas oportunidades. Foi com ele, em 2016, que a Ponte teve a melhor campanha da história do Brasileirão de pontos corridos, terminando na oitava colocação - o trabalho rendeu um convite para assumir o Palmeiras. Depois, retornou em 2017, mas não evitou o rebaixamento para a Série B do Brasileiro.

Eduardo Baptista durante a passagem pela Ponte em 2016 — Foto: Fabio Leoni/ PontePress

Agora, com a volta de Nelsinho ao futebol brasileiro depois de quase seis temporadas no Japão, pai e filho estarão em lados opostos, com os times em situações diferentes.

A Ponte, com nove pontos, a apenas dois da zona de rebaixamento, busca a reabilitação após a derrota por 2 a 0 para o América-MG, enquanto o Novorizontino tem 14 pontos e defende uma invencibilidade de quatro rodadas na Série B.

Será um capítulo inédito na carreira dos dois. E mais uma página da relação da família Baptista com o Estádio Moisés Lucarelli. Não haveria outro lugar para esse encontro especial acontecer.

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