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Por Lia Capella* — de Florianópolis


Na França, em preparação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, o atleta Bruno Fontes tem visto semelhanças entre o local da prova da vela, em Marseille, com Florianópolis, cidade em que reside desde o primeiro ano de idade.

— Me criei na Lagoa da Conceição e comecei a velejar no Iate Clube Santa Catarina. Eles tem uma base na praia de Jurerê e as condições aqui de Marseille me lembram muito a Baía de Jurerê — contou Fontes em entrevista à Rádio Atlântida.

Bruno Fontes conquistou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019 — Foto: Jonne Roriz/COB

Bruno Fontes vai representar o Brasil na vela pela classe ILCA e já está treinando em Marseille. Na cidade francesa, o atleta notou que o comportamento do mar é parecido com o da Baía de Jurerê.

— A gente tem regimes de vento e tipos de ondas diferentes. Então, quando o vento vem do sul, a praia de Jurerê fica uma água bem plana, um pouco terral, e o vento nordeste vem uma ondulação de fora. Cada vento na Baía de Jurerê tem uma condição similar a essa que tem aqui em Marseille — comparou.

A familiaridade das condições de vento, ondas, e até do ambiente, tranquilizam Bruno Fontes, que se sente confiante com sua preparação para as Olimpíadas de Paris 2024.

— Na frente da Baía de Marseille tem uma ilha, assim como tem as ilhas do Argentino e do Francês em Jurerê, então tem uma similaridade que está me deixando bem confiante e adaptado da melhor maneira possível — disse.

Bruno Fontes já participou de duas Olímpiadas — Foto: Divulgação

Fontes já é veterano de Olimpíadas. Fez sua estreia como atleta em Pequim 2008 e voltou em Londres 2012. No Rio 2016, teve a oportunidade de se lançar como técnico do time de vela de Tobago, e em Tóquio 2020 foi o comandante da China.

Doze anos depois de sua ultima participação como atleta de vela, ele "reestreia" nas Olimpíadas de Paris 2024 com altas expectativas.

— Estou muito feliz em representar o Brasil, de ter ido em duas Olimpíadas como atleta e outras duas como treinador, e agora voltar a ser atleta aos 44 anos. Acho que é um feito único, e estou muito contente — relatou.

— Já estou aqui na França fazendo minha aclimatação. A gente tem que ter muita sensibilidade como um bom surfista, bom pescador, a gente tem que ter uma leitura de mar, de vento, de corrente, de nuvem, todo esse conhecimento para que a gente possa tomar uma decisão mais assertiva. Muitas vezes não é o cara mais veloz que ganha a prova, e sim o cara que tem as melhores escolhas na variação do vento, no posicionamento. Então essa ambientação prévia é muito importante — finalizou.

*Lia Capella é estagiária sob supervisão de Diogo Maçaneiro.

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