Um dos melhores jogadores do Inter está em baixa e enfrentou as vaias da torcida pela primeira vez no Beira-Rio. Enner Valencia atravessa má fase e foi alvo de contestações durante o empate com o Palmeiras no domingo à noite. O atacante de 34 anos ganha respaldo do técnico Roger Machado e tenta melhorar o nível para retomar o protagonismo e ajudar a equipe a se distanciar do Z-4.
Roger Machado comenta sobre o momento do jogador Enner Valencia no Inter
O equatoriano sofreu com a impaciência das arquibancadas ao ser desarmado em tentativas de jogadas individuais nos últimos minutos do jogo. Depois do apito final, voltou para o vestiário enquanto os companheiros cumprimentavam a torcida no centro do campo.
O momento oscilante do jogador vem desde a disputa da Copa América pelo Equador, quando foi expulso na derrota para a Venezuela e perdeu pênalti na queda para a Argentina nas quartas de final.
Enner Valencia, atacante do Inter, recebeu vaias da torcida no Beira-Rio — Foto: Ricardo Duarte/Internacional
No retorno ao clube, marcou duas vezes contra o Juventude, mas não evitou a eliminação na Copa do Brasil. Parte da torcida reclama de uma suposta displicência e usa o pênalti perdido no Alfredo Jaconi como exexmplo – o erro foi anulado por invasão na área e o atacante converteu a cobrança depois.
Enner pouco produziu no duelo decisivo contra o Rosario Central no playoff da Sul-Americana e nas rodadas do Brasileiro diante de Bahia e Palmeiras.
– Valencia é um jogador muito experiente. Certamente, viveu outros momentos como esse várias vezes na carreira. A cobrança só vai existir em cima de um jogador que pode devolver muito. E ele já devolveu. Nessa semana, buscamos resgatar um pouco dessa trajetória. Falamos a respeito do ano passado. Fez 35 gols e teve o melhor ano da carreira. Quando passa por esses momentos, ele se cobra muito – contou Roger.
Apesar de ter sido desfalque em 55% das partidas do ano por lesão e convocação, Valencia é o artilheiro isolado do Inter, com oito gols, e a confiança da comissão técnica continua inabalada. É consenso nos bastidores do clube que o equatoriano não é um problema, mas uma solução para as dificuldades do time no Brasileirão.
Uma das missões de Roger Machado para o próximo confronto será potencializar o equatoriano e todo sistema ofensivo, desta vez, sem Borré, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. O Colorado tem o pior ataque do campeonato, com apenas 14 gols em 16 jogos.
O treinador admitiu que o time não soube aproveitar as virtudes de Enner no tropeço diante do Palmeiras, o 11º jogo consecutivo sem vitória (seis empates e cinco derrotas no período). O tempo livre para treinos será utilizado para o grupo evoluir na criação de jogadas e finalizações.
– A gente não estava encontrando a busca de profundidade que o Valencia estava fazendo. Eu vi o Valencia se dedicando muito. Ele vai ser alvo, inevitavelmente, porque é quem pode dar mais. A cobrança é frequente, mas o carinho também, porque a paulada do lado de fora e do lado de dentro não funcionam – declarou Roger.
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Valencia disputou 19 jogos pelo Inter na temporada, sendo 17 como titular, marcou oito gols – quatro no Gauchão e quatro na Copa do Brasil – e contribuiu com duas assistências. O equatoriano persegue o primeiro gol na atual edição do Brasileirão.
A equipe precisa do talento e do oportunismo do camisa 13. O Inter encerrou a rodada na 16ª posição, com 21 pontos, somente um à frente da zona do rebaixamento, embora com cinco partidas atrasadas na tabela.
Sem a Copa do Brasil por disputar, a semana será de treinos novamente. Thiago Maia fica à disposição. Alan Patrick, Fernando e Wanderson continuam fora. O próximo compromisso será no domingo, às 19h, no Beira-Rio, contra o Athletico.
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