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Por Redação do ge — Rio de Janeiro


O Brasil fechou o Pan-Americano de canoagem slalom com chave (e medalhas) de ouro. Neste domingo, Ana Sátila e Pepê Gonçalves se sagraram campeões das provas de caiaque cross. No feminino, o pódio foi todo brasileiro. Omira Estácia, irmã de Ana, levou a prata, e Beatriz da Motta ficou com o bronze. Murillo Sorgetz terminou em terceiro na disputa masculina.

Irmãs Ana Sátila e Omira Estácia fazem dobradinha no Pan de canoagem slalom

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– Estamos passando por um período muito difícil, porque nosso pai foi diagnosticado com câncer. Ele foi a pessoa que nos apoiou desde o início, fez tudo por nós. Hoje, se estamos onde estamos, é por conta de tudo que ele fez. Vendeu a moto, único meio de transporte que tinha, para competirmos. Todos os resultados do Brasil vêm do esforço que ele colocou. Pai, te amo muito, e saiba que tudo isso é por você – disse Ana Sátila, ao lado de Omira, depois da final.

O Pan-Americano aconteceu no Parque Radical de Deodoro, no Rio de Janeiro. Além das medalhas conquistadas neste domingo, o Brasil já tinha chegado ao pódio em outros dias. Na sexta, Ana Sátila conquistou o ouro na canoa (C1) e o bronze no caiaque (K1). Pepê Gonçalves venceu a prova do K1, e Kauã da Silva levou a melhor no C1. Atletas brasileiros também ganharam medalhas em baterias de juniores.

Pepê Gonçalves no Parque Radical de Deodoro — Foto: Lucas Espogeiro

Escolhido para fechar o Pan, o caiaque cross – ou canoagem slalom extremo – é novidade do programa olímpico de Paris 2024. A prova consiste em uma corrida entre atletas, que precisam superar obstáculos ao longo do percurso e alcançar a linha de chegada em primeiro lugar.

Dobradinha de irmãs

A final feminina do caiaque cross teve três brasileiras: Ana Sátila, Omira Estácia e Beatriz da Motta. A única “intrusa” na decisão foi a mexicana Sofia Reinoso, que terminou na quarta posição e permitiu que o pódio fosse 100% verde e amarelo.

Ana Sátila sobre o apoio do pai: "Todo esse resultado do Brasil tem sido graças ao esforço que ele colocou"

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Ana saiu na frente no início e dominou a bateria, sem dar chances às adversárias. A canoísta já tem vagas garantidas em três provas de Paris 2024: C1, K1 e cross. No Pan, ela contou com a torcida do namorado, o remador Lucas Verthein, que se classificou para as Olimpíadas no último sábado.

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A segunda colocada na final do cross no Pan foi justamente a irmã de Ana, Omira. O bronze ficou com Beatriz.

Pepê leva o ouro no masculino

Pepê Gonçalves conquistou a segunda medalha de ouro no Pan-Americano de canoagem slalom. O paulista liderou todas as baterias do extremo, desde as quartas até a grande decisão. E comemorou o resultado, com o alívio de quem carimbou o passaporte olímpico dias atrás, nas provas do K1 e do cross.

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– Tem sido muita pressão. Pressão para não me machucar, por resultado. Mas, se você for abrir um livro e na parte final estiver escrito “Pepê fez história em Paris, com medalha”, tudo que vem sendo desenhado até agora está perfeito. Muito desafio, muita resiliência, muito trabalho mental, formando casca grossa para chegar à tão sonhada medalha olímpica. Quem sabe duas, não é? – comentou o canoísta.

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Outro brasileiro na decisão do cross do Pan-Americano, Murillo Sorgetz terminou em terceiro lugar e garantiu o bronze. A prata ficou com o chileno Andraz Echeverria, e o venezuelano Alexis Perez chegou em quarto.

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