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Por Thiago Ribeiro — Curitiba


Uma família unida pela paixão pelo esporte

Uma família unida pela paixão pelo esporte

O tiro esportivo é uma modalidade individual, mas na família do Felipe Wu, medalhista de prata na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, é como se fosse um esporte coletivo. Na casa de Wu, o tiro não é uma paixão exclusiva dele. A esposa e o enteado também são praticantes da modalidade.

- Nós estamos sempre unidos. Estamos sempre treinando ou competindo. Viajamos juntos para campeonatos, seletivas, provas. É uma forma de manter a família unida, sem dúvida, explicou Rosane Budag.

Felipe Wu está classificado para Tóquio e prepara o enteado para voos maiores — Foto: Reprodução/RPC

O apoio dos familiares foi muito importante para Felipe Wu neste último ciclo olímpico. Uma grave lesão e a pandemia dificultaram a trajetória em busca de uma vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

- Foi complicado, conturbado. Eu esperava me classificar logo no início, me lesionei e não consegui voltar na rapidez que eu imaginava. E com a pandemia, como não teve competições, eu consegui parar e treinar sem ter a correria de viajar. Consegui me reencontrar. Neste finalzinho de ciclo olímpico, consegui me classificar pelo ranking mundial, que foi a última oportunidade.

Felipe Wu foi medalha de prata na Olimpíada do Rio de Janeiro — Foto: GETTY

Paralelamente à preparação para Tóquio, Wu tem se dedicado a uma outra função: treinador do enteado, Edward Bryan, uma jovem promessa do tiro esportivo.

- Ele tem treinado bastante, está iniciando da forma correta. Isso é bastante importante. O futuro vai depender dele, o quanto vai se dedicar, vai gostar. Não é um momento de forçar muito, senão acaba desistindo também. Tem que dar tempo ao tempo.

Aos 19 anos, Edward se classificou para o Panamericano da modalidade, que vai acontecer neste mês. A rotina, por sinal, não tem sido fácil. Pelo menos, quatro horas por dia de treinamento. Sempre orientado pelo padrasto e incentivado pela mãe, Rosane Budag.

- Ela é a parte tranquila. O Wu puxa a orelha, e ela passa a mão. Mas me incentiva muito.

Rosane é uma expoente no tiro esportivo. Embora tenha começado tarde na modalidade, aos 30 anos, não demorou para se destacar. E em 2016, atingiu o sonho de todo atleta. Participou de uma Olimpíada.

Felipe Wu, sua esposa e o enteado treinam juntos e têm a mesma paixão pelo tiro esportivo — Foto: Reprodução RPC

- Estou com 48, são 17 anos atirando. Mas tive a oportunidade de começar, me classificar muito bem no pan-americano e chegar na Rio 2016. Participei de uma Olimpíada, que é o auge de todo atleta.

Às vésperas do início dos Jogos Olímpicos de Tóquio, Rosane e Edward estão na torcida de Felipe Wu. Após ser o primeiro brasileiro no pódio na Olimpíada no Rio de Janeiro, a expectativa é grande por uma nova medalha, desta vez no Japão.

- Ele é um atirador de nível mundial. Ele está no top 10. O tiro envolve muitos fatores. Acho que ele realmente tem chance. A cabeça dele é muito boa. Ele tem realmente muita chance - analisou Edward.

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