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Por Raylane Martins — Curitiba


Aos 37 anos, o volante Bruno Silva carrega uma larga experiência no futebol, com passagens por Botafogo, Cruzeiro, Internacional, Fluminense e outros time. Apesar disso, ele admite viver um momento diferente com a camisa do Paraná Clube, na busca pelo acesso à elite do Campeonato Paranaense.

Paraná Clube terá jogo decisivo contra o Patriotas no Couto Pereira

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Bruno Silva é um dos líderes do Tricolor, que encara uma decisão contra o Patriotas no domingo, às 11h, no Couto Pereira, valendo o retorno à Primeira Divisão do estadual.

— Essa fase que estou vivendo no Paraná está sendo muito marcante para mim. Ver a paixão do torcedor, ver o clube se mobilizando para estar de volta na elite do futebol paranaense, isso tudo faz eu me sentir um garotinho. Dá frio na barriga, ansiedade, vontade de treinar - disse Bruno em entrevista ao ge.

Ao longo da carreira, Bruno Silva passou por 16 clubes diferentes até chegar ao Paraná Clube. Defender o Tricolor marcou um retorno ao futebol paranaense, já que defendeu o Athletico em 2013.

— Inclusive, a gente jogava na Vila Capanema naquela época. Joguei no ano em que a Arena estava reformando para a Copa. Nosso mando de campo era na Vila. Um time desacreditado conseguiu chegar na final da Copa do Brasil e no terceiro lugar do Campeonato Brasileiro. Fui muito bem acolhido quando voltei para o estado do Paraná, sempre recebo muito carinho - lembra.

Um dos principais momentos da carreira de Bruno Silva foi no Botafogo, onde foi eleito o melhor volante do Brasileirão de 2017. Anos depois, ele se vê diante de um novo desafio: vestir a camisa de um time que já fez história no cenário nacional e quer voltar aos dias de glória.

Sensação na década de 1990, com seis títulos locais e um da Série B, o Paraná parou no tempo na virada do século. O time caiu na Série A em 2007, no mesmo ano que jogou a Libertadores pela primeira e única vez, e demorou 10 temporadas para retornar.

O acesso em 2017, que parecia ser um recomeço, virou uma crise sem precedentes na sequência, com quatro rebaixamentos em cinco anos: em 2018 para a Série B, em 2020 para a Série C, e em 2021 para a Série D, além de cair em 2022 para a Segunda Divisão do Paranaense.

— Sou movido a desafios. Eu gosto, me doo, não prometo nada mas vou sempre tentar entregar tudo. Estou vivendo isso aqui intensamente. Não sei o dia de amanhã, se vou continuar jogando ou vou parar, nem me interessa o futuro. O presente estou vivendo, e muito feliz - explica Bruno Silva.

Após não conseguir o acesso no ano passado, o Paraná Clube tenta mais uma vez conseguir o objetivo. Bruno Silva chegou ao longo da Divisão de Acesso e foi titular em três jogos na primeira fase, contra Iguaçu, Patriotas e Grêmio Maringá na primeira fase, além do jogo de ida da semifinal.

— A equipe já vinha em um bom começo do campeonato, e eu cheguei para somar. O mínimo que eu posso fazer é correr e brigar por essa camisa. Tenho certeza que domingo vamos respeitar muito o nosso adversário, mas não podemos deixar passar a oportunidade - completa.

Bruno Silva no Paraná Clube — Foto: Eduardo Huscsz

Pela experiência ao longo dos anos, Bruno Silva vê o ambiente e o dia a dia como fatores importantes na campanha do Paraná Clube, além da responsabilidade de reerguer um time que já disputou Libertadores.

— Tcheco vive isso aqui intensamente e fala com obsessão sobre voltar o Paraná para a primeira divisão. Ele cobra, ele xinga, e tudo que a gente precisa para fazer o melhor futebol ele passa durante a semana, mas ele também escuta bastante. A gente conversa e ele deixa brecha para a gente poder falar, opinar, explicar como a gente se sente bem. O trabalho está sendo bem feito - avalia Bruno Silva.

— Mesmo a garotada, os mais novos, são jogadores de uma maturidade que me surpreendeu. Claro que eu passo uma coisa ou outra dentro de campo para controlar a hora de acelerar o jogo e de ser mais incisivo, para não querer ir toda hora, mas apesar de termos bastante jovens o time tem conseguido assimilar o momento de cada coisa, para também cadenciar - palpita.

Depois do 0 a 0 no estádio Atílio Gionédis, uma vitória por qualquer placar é suficiente para colocar o Tricolor na primeira divisão no domingo. A bola rola às 11h (de Brasília), no Couto. O ge acompanha em Tempo Real.

— A equipe do Patriotas é uma grande equipe. E não é desculpa, mas o gramado não ajudou. Sabíamos que o jogo decisivo seria em casa, então fomos para vencer, mas sabendo que ganhando ou perdendo não definiríamos nada naquele jogo. O jogo decisivo será agora e vamos fazer valer o mando de campo. Vontade não vai faltar - crava.

Bruno Silva, volante do Paraná Clube — Foto: Eduardo Huscsz

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