TIMES

Por Redação do ge — Curitiba


Em alta no Coritiba, o atacante Islam Slimani se manifestou sobre a guerra iniciada no sábado entre o grupo extremista Hamas e Israel. O conflito deixou mais de 2,2 mil pessoas mortas em cinco dias.

Argelino, o jogador de 35 anos usou as redes sociais para pedir que "liberte a Palestina". Na mesma postagem, Slimani usou a foto do ex-presidente da Argélia, Houari Boumedienne, com a frase: "Nós estamos com a Palestina, estando ela certa ou errada".

Boumedienne comandou o país de 1965 a 1978 e foi o líder da Frente Nacional de Libertação (FNL), que lutou pela independência da Argélia, então colônia da França. O país africano tem um apoio antigo à causa palestina.

Slimani, atacante do Coritiba, dá apoio para a Palestina — Foto: Reprodução/X

O confronto no Oriente Médio voltou quando o Hamas fez um ataque surpresa no território da Faixa de Gaza, com mais de cinco mil foguetes lançados. Israel respondeu com bombas e proibiu a entrada de alimentos, água, combustível e medicamentos na região.

Gaza é uma estreita faixa de terra com cerca de 40 quilômetros, entre Israel, Egito e Mar Mediterrâneo. No local, vivem cerca de 2,3 milhões de pessoas.

A disputa entre Israel e Palestina se estende há mais de 70 anos e já resultou em inúmeros enfrentamentos armados.

Entenda

O conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, deixou 2.255 mortos até a manhã desta quarta-feira. Mais de 1.200 foram em Israel. O Ministério da Saúde de Gaza informou 1.055 mortes de palestinos.

Do número total de mortos, em torno de 800 são palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Além deles, outros 1.500 integrantes do Hamas foram encontrados mortos na terçaa-feira dentro do território de Israel.

Autoridades de ao menos nove países confirmaram ter cidadãos entre os mortos: Brasil, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Tailândia, Nepal, Camboja e Paraguai, totalizando 51 pessoas - algumas delas tinham cidadania israelense também. Ainda há vários estrangeiros desaparecidos.

Guerra longa

O conflito entre Israel e Palestina já dura décadas. Em sua forma moderna, remonta a 1947, quando as Nações Unidas propuseram a criação de dois Estados — um judeu e um árabe — na Palestina, sob mandato britânico. A proposta foi aceita pelos líderes judeus, mas rejeitada pelo lado árabe e nunca foi implementada.

Sem capacidade de resolver a situação, os governantes britânicos partiram e o Estado de Israel foi proclamado pelos líderes judeus no ano seguinte, causando revolta entre os palestinos e resultando na Guerra árabe-israelense de 1948.

Em meio a diversos impasses sobre os territórios, em 1967 veio a Guerra dos Seis Dias, que mudou o cenário na região. Vitorioso, Israel tomou à força a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, então sob controle da Jordânia, bem como a Faixa de Gaza, sob administração egípcia. À época, 500 mil palestinos fugiram.

Desde então, em meio a outros conflitos e enfrentamentos, o país anexou Jerusalém Oriental (onde estão localizados santuários venerados por cristãos, judeus e muçulmanos) e continua a ocupar a Cisjordânia, mas se retirou em 2005 da Faixa de Gaza, controlada pelo movimento islâmico Hamas desde 2007.

A solução de referência da comunidade internacional é a criação de um Estado palestino que coexista em paz com Israel. A resolução do conflito, no entanto, ainda se choca em disputas que parecem cada vez mais insolúveis, como a segurança de Israel, as fronteiras, o estatuto de Jerusalém e o direito de retorno dos refugiados palestinos que fugiram ou foram expulsos de suas terras, por exemplo.

Discussões no impasse

O conflito já resultou em muitas tentativas de paz, mas com poucos resultados práticos.

De um lado, entre as principais reivindicações da Palestina, está a suspensão da colonização de seus territórios, que tem assentamentos incentivados por Israel, por exemplo.

Dados de 2017 apontam que pelo menos 600 mil colonos israelenses vivem na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Por outro lado, Israel exige seu reconhecimento como um Estado judeu — o que é recusado pelos palestinos, que têm receio de sacrificar o direito de regresso dos refugiados.

Outros fatores como a demora na criação de um Estado palestino independente e o bloqueio de Israel à Faixa de Gaza também pesam na discussão. Para ambos, os fatores domésticos tornam difícil qualquer concessão.


Slimani no Coritiba

Contratado em agosto, Islami tem três gols em cinco jogos pelo Coritiba. Ele marcou nas últimas três partidas e deu esperança para o Coxa brigar contra o rebaixamento.

O time alviverde é o vice-lanterna do Brasileirão, com 20 pontos, a oito pontos do Bahia, primeiro time fora da ZR. A Série A tem mais 12 rodadas.

Veja também

Mais do ge