TIMES

Por Wenner Tito — Teresina


A Federação de Futebol do Piauí desfiliou o Caiçara Futebol Clube do seu quadro de membros. Segundo portaria, assinada pelo presidente Robert Brown Carcará, a desfiliação automática se deve a débitos do clube com a entidade, além da ausência da agremiação de Campo Maior em competições nas últimas temporadas. Presidente do Alvirrubro, Francisco Ispo reconhece débitos de cerca de R$ 52 mil, entre anuidades e multas, mas diz que não foi notificado oficialmente e que o ato trata-se de uma rixa política. O clube busca anulação da portaria na Justiça Desportiva.

Caiçara Esporte Clube foi desfiliado da FFP — Foto: TV Clube

No documento que oficializa a desfiliação, datado do mês passado, a FFP aponta as razões que levaram ao ato e encaminha o assunto ao Tribunal de Justiça Desportiva, para que aprecie a exclusão do Caiçara. Confira trecho do documento abaixo.

Resolução que desfilia Caiçara da FFP — Foto: Reprodução

Procurado pela reportagem do ge, o presidente do Caiçara, Francisco Ispo, reconhece o débito das anuidades de 2023 e 2024 junto à FFP e à CBF, além de duas multas por W.O no Campeonato Piauiense sub-17 de 2021. No entanto, ele diz que buscou a entidade para negociar estes débitos, sem ter retorno. Afirma, inclusive, que a federação teria desativado o email corporativo do clube, impedindo assim o recebimento de notificações.

- Não fomos avisados e nem notificados de nada, isso é uma rixa política porque andei criticando ele (Robert Brown, presidente da FFP). Primeiro ato dele foi desativar o email corporativo do clube, e aí a gente não tinha como pegar o boleto. Fui várias vezes pessoalmente na federação e também não consegui – disse Ispo.

Procurado pelo ge, o presidente da FFP, Robert Brown, não quis responde as acusações de Ispo.

Francisco Ispo, presidente do Caiçara, diz que desfiliação é rixa política — Foto: Stephanie Pacheco

Clube questiona na Justiça

Na última quarta-feira, o Caiçara entrou com um Mandado de Garantia no Tribunal de Justiça Desportiva do Piauí em relação a este assunto. No processo, o clube alega que não teve direito de defesa e que a desfiliação sumária representa ato abusivo do presidente da Federação, uma vez que a penalidade só poderia ser aplicada após assembleia geral com os clubes.

Protocolamos um mandado de garantia na Justiça Desportiva alegando essas ilegalidades do processo. Sequer sabemos qual é o teor da decisão e pedimos que seja garantido o devido processo legal, respeitada a competência de quem tem o poder de desfiliar os clubes. Segundo o estatuto, essa responsabilidade cabe à Assembleia Geral dos Clubes, mas nunca houve convocação que tenha como pauta a desfiliação do Caiçara"
— afirmou o advogado do clube, Wilson Spíndola.

Mandado de Garantia do Caiçara pedindo suspensão de desfiliação — Foto: Reprodução

No mandado, o clube pede medida liminar para que seja suspensa qualquer pena de desfiliação aplicada ao Caiçara e que sejam garantidos aos clubes todos os direitos de filiado. A medida ainda não foi analisada pelo órgão julgador.

Veja também

Mais do ge