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Por Camila Sousa — Recife


Diretor técnico do Náutico, Betão participou de coletiva de imprensa no CT Wilson Campos, nesta quarta-feira, para falar sobre o momento de instabilidade do clube. O Timbu está a dois pontos da zona de rebaixamento da Série C, não engrena e convive com duras críticas dos torcedores - além de desligamentos de atletas.

Betão, diretor técnico do Náutico — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press

A despeito de tudo isso, o dirigente prefere não chamar de "crise" o momento vivido pelo clube e aproveitou a oportunidade para defender o trabalho da gestão, sem apontar culpados pelos erros cometidos - que, sim, existiram, ele reconhece.

"Falar do nosso momento: ninguém esperava, não era o nosso objetivo, não era aquilo que a gente tinha traçado hoje, mas no futebol existem essas situações. Dizer que é crise? Não sei até que ponto, mas é um momento ruim, ninguém está satisfeito", explica.

Rafael Vaz e Thiago Lopes estão de saída do Náutico

Rafael Vaz e Thiago Lopes estão de saída do Náutico

- O que nós temos falado e precisamos é juntar forças, de todos aqueles que querem ver o Náutico no seu caminho de vitórias, não adianta ficar apontando quem é o culpado. Erros existiram porque estamos nessa situação.

Betão ainda respondeu questionamentos sobre a composição da diretoria de futebol, sobretudo por que não houve mudança após a derrota para o Floresta, em pleno Aflitos, quando o elenco desceu para os vestiários debaixo de vaias.

Com uma resposta curta, o dirigente disse que não é o "momento" para tamanhas mudanças. Hoje, o departamento de futebol alvirrubro se divide entre Léo Franco, executivo, Rodolpho Moreira, gerente de futebol, Betão, diretor técnico, e Thiago Dias e Eduarda Granja como estatutários.

Presidente do Náutico, Bruno Becker, e diretor técnico, Betão — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press

Pressionando, o Náutico volta a campo na próxima segunda-feira, contra a Aparecidense, às 20h, no estádio Aníbal Brasileiro. O time figura na 13ª posição da classificação da Série C, com oito pontos.

Em preparação para o duelo, os alvirrubros iniciam os trabalhos nesta tarde, no CT Wilson Campos. Os titulares contra o Floresta estão fazendo trabalho na academia, enquanto os demais, no campo.

Confira mais respostas da coletiva

Por que não houve mudança na diretoria de futebol?

- Não estava no início, mas tem todo contexto de toda as situações, a de se avaliar que quando vira o ano o clube tinha apenas três atletas, e as contratações precisavam ser feitas. Claro que existiam erros, se não tivesse tido erros não estaríamos na situação que estamos. Hoje, é algo que precisa ser entendido e frisado. Tem mudança de atletas também, para retomar o caminho que precisamos retomar. Quando entendermos que há necessidade de mudança da diretoria (pode acontecer), mas é um momento que não há necessidade.

Por que Rafael Vaz saiu?

- Importante deixar claro quando a gente faz dispensa e a liberação. Não tem nada a ver com questão pessoal, as pessoas podem interpretar (desligamento) porque não cumpria horário. Muito pelo contrário, Vaz sempre foi muito profissional, mas nós, como diretoria, sempre temos que tomar decisões diariamente. Durante conversas longas que tivemos, (definimos) que precisaria fazer essas duas mudanças de imediato (Thiago Lopes foi o outro a sair). Para nós, é ruim ficar expondo detalhes, porque não cabe o momento, mas entendemos que precisaria fazer as mudanças de imediato.

Como funciona o organograma de gestão?

- Externamente, ganhou jogo a gestão é ótima, e perdeu a gestão não presta. E para falar da minha gestão específica, dissociar um pouco, o meu trabalho é para a saúde do Náutico, de médio a longo prazo. O que faço hoje não tem nada a ver com ganhar ou perder, o meu trabalho não vai influenciar na vitória ou derrota. É a reconstrução de uma grande empresa, de um grande clube, o meu trabalho abrange diversos departamentos, a gente está melhorando, criando novos departamentos. Nós temos definidos bem internamente, as pessoas gostam de acompanhar a função do Rodolpho (Moreira, gerente de futebol). Faz uma função muito estratégica que também não influencia no campo, ele faz um trabalho interno de exceção de processos, de gerência do futebol. E temos Thiago Dias junto com o Granja, são dois estatutários do clube, e temos Léo Franco, são as pessoas que tratam diretamente do futebol com contratações. Eu não falo com empresário, não negocio com jogador, e está mais ou menos dividido assim. Independentemente de estar no Náutico hoje, o caminho que está se tomando do Náutico é o melhor em termos de gestão de clube. E todas essas mudanças são para dar melhoria ao Náutico, erros e acertos vão acontecer.

Falta comando (algo alegado pelo ex-técnico Mazola Júnior)?

- Cada pessoa tem seu temperamento, maneira de ser. Eu, como diretor, não posso me pautar por alguém que já não está no clube disse. Foi um sentimento pessoal dele, que não condiz com o sentimento da diretoria. A partir do momento que você coloca o microfone na boca você fala o que quer.

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