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Por Camila Sousa — Recife


O Náutico deu mais um passo ao seu processo de recuperação judicial. O clube informou que, na manhã de segunda-feira, apresentou um plano de conciliação destinado a todos os seus 675 credores. A fonte de custeio da campanha é o valor de rescisão do contrato da rede varejista que desistiu de arrendar parte do CT Wilson Campos.

O Timbu receberá R$ 3 milhões do valor total de R$ 4,2 milhões da quebra de vínculo. O clube já havia recebido, anteriormente, R$ 1,2 milhão.

"Este é um passo importante, fundamental para a reestruturação de dívidas", disse o Timbu, através de nota no seu perfil oficial.

Em Pernambuco, quem adotou estratégia recente foi Sport, por exemplo - no ano passado, iniciou negociações com quem devia, liquidando mais de R$ 120 mil em dívidas.

Estádio dos Aflitos antes de Náutico x Vila Nova — Foto: Rafael Vieira/AGIF

Nesta etapa da recuperação judicial, o Náutico fica responsável por quitar até 80% da sua dívida trabalhista (o limite é de 12 salários mínimos), enquanto os outros 20% serão pagos após aprovação do plano da reestruturação de dívidas - que ainda não ocorreu.

Cabe reforçar que essa estratégia de mediação entre credores é facultativa aos clubes que entram com processo de reestruturação de dívidas. Ela é, portanto, uma opção que pode ser utilizada para antecipar negociações antes de sua apreciação formal, no curso da Assembleia Geral de Credores, ser realizada.

Explicando em miúdos a divisão de 80%/20%: se hipoteticamente o clube tem uma dívida de R$ 10 mil com um trabalhador, ele pode propor bancá-la parcialmente no ato da negociação, sendo os 80% quitados de forma prévia (ou seja, os R$ 8 mil) e o residual pago após a homologação da assembleia.

Ao todo, o Náutico possui R$ 227 milhões em débitos em aberto. Desse valor, R$ 132 milhões estão dentro do plano de pagamento proposto no processo de recuperação judicial alvirrubro.

- O clube fez termos de proposta de conciliação. A campanha é destinada a todos os credores, havendo uma proposta para cada classe. O Clube Náutico Capibaribe está focado agora em avançar com a campanha de conciliação, sendo a Assembleia Geral de Credores um segundo passo - afirma André Jales, diretor jurídico da equipe.

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