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Por Camila Sousa — Recife


Das favelas ao traje de gala. O tapete vermelho, por si só, anuncia: é hora de receber estrelas. Paridas no futebol de várzea e abraçadas por uma modalidade que nasceu transformando vidas: o X1. Em noite de gala na última terça, no teatro do Centro de Convenções, em Olinda, a inédita celebração deu o tom do que estava em jogo: o prêmio "The Best" para eleger os melhores da temporada 2023.

Prêmio "The Best" elegeu os melhores da temporada 2023 do X1 no Brasil

Prêmio "The Best" elegeu os melhores da temporada 2023 do X1 no Brasil

Nomes que há pouco tempo viviam à margem e hoje chegam a faturar R$ 20 mil por mês com tudo à disposição: preparo físico, alimentação rigorosa, além de premiações gordas por vitória.

Essa é só uma parte da rotina de atletas como Etinho, Rato e Paçoca, vencedores nas categorias Bola de Ouro, Melhor Goleiro e Craque da Galera. Diante do palco, as chuteiras, então, saem de cena para entrada de outro componente, a "beca". Inédita para alguns.

Paçoca, dono do último cinturão do X1 — Foto: Camila Sousa/ge

Sapato social (e de tango), paletó, relógio de luxo e até um óculos juliet se sobressaem entre os trajes mais formais, numa espécie de diversidade que só um ambiente com pessoas autênticas pode oferecer.

"É o estilo mandrake, de São Paulo, MC, vim num estilo básico, né? Nunca vesti paletó... É a primeira vez que tô vestindo e gostei... É capaz de ir agora pra todas as casas de show de paletó", diz Paçoca.

Antes de ganhar mais dois troféus, lançou ao modo sincerão:

— Mais uma vez eu aqui né galera? Hehe...Meu irmão... Eu faço minhas papagaiadas, minhas resenhas, é resenha saudável.

Evento de gala organizado pela X1 Brazil no Centro de Convenções — Foto: Camila Sousa/ge

Entre um momento e outro de leveza no evento, que teve a presença de influencers do X1, treinadores dos times e convidados, a premiação do "The Best" também abriu espaço, sobretudo, para as histórias de superação postas a público pelos próprios protagonistas da noite, os atletas.

Histórias contadas por Paçoca, mas igualmente divididas nos recados da maranhense Toinha, eleita "Bola de Ouro" na categoria feminina, e pelo goleiro Rato.

Maranhense Toinha, eleita Bola de Ouro pelo X1 Brazil — Foto: Camila Sousa/ge

"Viver do futebol feminino não é fácil, pelo preconceito, mas tamo trabalhando pra mostrar que mulher também sabe jogar futebol", diz.

"Fui criado com minha avó, sem pai nem mãe, desde os sete anos de idade sempre dependi de mim mesmo e antes de entrar no X1 tava entregando almoço. Agora, anos depois, estar subindo nesse palco é gratificante", conta Rato.

A reportagem do ge esteve desde o início acompanhando a premiação à la Europa no teatro do Centro de Convenções, em Olinda, e da mesma forma que ela começou, terminou: descontraída. Porque, ao nosso lado, um convidado cochichou, em tom de confidência, a um amigo:

"Eu quero saber é onde vai ser o after!

Os vencedores de cada categoria

  • Luva de Ouro feminina: Abigail
  • Bola de Ouro feminina: Toinha
  • Jogo do ano: Paçoca x Etinho
  • Defesa do ano: Gleidson
  • Troféu gol do ano (Bololô do ano, homenageado após falecer em acidente de carro): Paçoca
  • Golden boy (revelação): Ângelo
  • Craque da galera: Paçoca
  • Melhor equipe: BET22
  • Melhor treinador: China
  • Melhor goleiro: Rato
  • Bola de ouro: Etinho

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