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Por João de Andrade Neto e Sarah Porto — Recife


"Muita coisa pode acontecer e eu prefiro viver um dia de cada vez. Eu dei minha declaração com relação à seleção no começo desse ano, mas tem uma Copa do Mundo vindo aí, e se eu não tiver em campo eu vou estar aqui no Brasil, jogando com elas de qualquer maneira. Porque eu sempre sonhei em jogar uma Copa do Mundo aqui no Brasil"

A declaração, emocionada, é da maior artilheira em Copas do Mundo entre homens e mulheres, com 17 gols. Em entrevista coletiva no Recife, onde a seleção brasileira feminina faz um amistoso neste sábado contra a Jamaica, na Arena de Pernambuco, Marta deixou em aberto uma possibilidade de desistir da aposentadoria da seleção e estar em campo no Mundial que o Brasil vai sediar em 2027.

Marta se emociona ao falar sobre a Copa do Mundo no Brasil: "O futebol feminino merecia esse reconhecimento"

Marta se emociona ao falar sobre a Copa do Mundo no Brasil: "O futebol feminino merecia esse reconhecimento"

No Mundial sediado em casa, Marta estará com 41 anos, mesma idade que a companheira de seleção, Formiga, tinha na Copa de 2019, na França. Seria a sua sétima Copa do Mundo, uma vez que ela esteve em campo nas edições de 2003, 2007, 2011, 2015, 2019 e 2023.

Hoje, Marta se prepara para a sua sexta olimpíada, uma vez que deve ser nome certo na lista do técnico Arthur Elias para os Jogos de Paris, que começam em julho. Os dois amistosos contra a Jamaica, neste sábado, no Recife, e na terça-feira, em Salvador, são os últimos antes da lista final.

Marta chora em coletiva da seleção brasileira — Foto: Rafael Vieira/AGIF

Diferente do tom adotado no mês de abril, quando cravou que esse seria seu último ano defendendo a seleção brasileira, Marta abriu a perspectiva de mudar de ideia após a Fifa escolher, no último dia 17, o Brasil como sede da próxima Copa do Mundo. Cenário que faz os olhos da maior jogadora de todos os tempos se encherem de lágrimas.

"Estava mais do que na hora do futebol brasileiro feminino ter esse reconhecimento. Do futebol feminino da América do Sul ter esse reconhecimento. Essa Copa sem dúvida será um marco histórico, a gente estando em campo ou não. Quem sabe eu dou uma pisadinha no campo antes do jogo. É algo que eu quero viver intensamente", reforçou Marta.

- Quando saiu o anúncio eu não pensei em outra coisa que não fosse estar aqui no Brasil junto com as meninas, vivendo esse momento. Que já é histórico. A gente estava merecendo isso e que bom que recebemos esse reconhecimento por parte da Fifa, de todas as federações que nos deram a oportunidade de fazer esse grande evento. Porque o povo brasileiro é isso. Sabe receber, sabe demonstrar carinho e sabe se emocionar - disse, emocionada, uma das maiores representantes do povo brasileiro.

Marta se despediu de sua sexta Copa do Mundo com eliminação para a Jamaica — Foto: Getty Images

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